Capítulo 13

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Camila narrando:

Sai do banheiro totalmente atordoada, não conseguia segurar as lágrimas de jeito nenhum, tinha passado meia hora dentro daquele banheiro e parece que minha vida tinha passado na minha cabeça como se fosse o filme. E o pior quem era o pai desse bebê? O Lucas? Ou o Miguel? Aí droga! Isso tava martelando na minha cabeça toda hora, não queria pensar de jeito nenhum que esse bebê fosse do Lucas, porque se fosse tudo o que eu tinha construído até agora iria valer de nada. E se fosse do Miguel talvez desse certo, ele me trata bem e um fofo quando estamos juntos e o melhor ele não era um traficante de merda.

Despertei dos meus pensamentos quando chegou uma mensagem do Miguel.

Precisamos conversar, te busco na saída da faculdade.

Li sua mensagem e eu ainda tinha que ir pra faculdade, por mais que isso tenha estragado o meu dia, não podia deixar meus compromissos de lado, por mais que a minha cabeça estivesse todo tempo bem longe daquela sala de aula.

Quando todo mundo foi liberado, Miguel já estava me esperando, entrei no seu carro e o caminho todo ele não tinha dito uma palavra, o que era estranho, ele sempre me perguntava alguma coisa, falta de assunto pra gente não era um problema. Chegamos no prédio no qual ele morava e não demorou muito pra gente adentrar seu apartamento.

- Tem como você me explicar que bosta e essa daqui? - Miguel jogou na mesa algumas fotos.

Eram fotos minhas, minhas com o Lucas, isso já tinha sido apagado a tanto tempo não fazia ideia de como ele tinha conseguido isso.

- E você ainda teve a cara de pau de negar que tinha envolvimento com ele, enquanto estava comigo tava sendo marmita de traficante, sua vadia! - sua voz estava alterada tava na cara que ele tava muito bravo.

- Eu conheço o Lucas sim, tivemos um envolvimento mais isso ficou no passado! Eu e ele não temos nada hoje em dia! - acabei gritando com ele também.

- Sua vagabunda! Estava namorando comigo, passando informações da polícia pra traficante e isso que eu tô pensando? - Miguel veio até a mim e segurou meu braço com força, mas quando percebeu o que estava fazendo se afastou rapidamente.

- Eu não tava passando informação nenhuma pra ninguém! - gritei com ele de novo, eu estava nervosa e muito muito irritada mesmo.

- Dúvido que não, mas tava sendo lanchinho de bandido esse tempo todo né? - olhei em seus olhos e dava pra perceber o ódio que ele transparecia.

- Eu não estava sendo marmita ou lanchinho de ninguém, se toca! Eu me envolvi com você porque te achei um cara legal, mas e óbvio que eu tava enganada. - me levantei do sofá e peguei a minha bolsa, eu queria muito sair dali.

- Cuidado pra não roubar nada daqui, além de ser favelada ainda e lanchinho de bandido. - falou com desdém.

- Eu não quero nada seu! Seu babaca! - bati a porta do seu apartamento e fui pedir o elevador.

E sinceramente aquele elevador estava demorando uma eternidade, então resolvi descer pelas escadas, eram muitas, mas tudo bem, eu estava tão paralisada com tudo o que tinha acontecido que não tinha forças, então sentei em algum degrau e as lágrimas desciam. Eu tinha segurado o choro a todo momento lá dentro, quem era aquele Miguel? Não era o Miguel que eu conheci, o Miguel fofo e que me tratava bem, esse Miguel era um babaca, quem ele pensa que e pra me chamar de marmita de traficante? Eu não era nada disso eu nunca fui, sempre fui honesta, com o pouco que fui criada eu sempre prezava muito pelo valor das coisas, minha mãe sempre me ensinou a não pegar nada de ninguém e ele tinha me chamado de favelada! De lanchinho!

Aquilo era o fim pra mim, fui humilhada de todas as formas, e como eu estava odiando ele por isso. O dia tinha sido uma droga e ainda tinha esse bebê dentro de mim que eu não sabia nem quem e o pai dele, e agora acabei de descobrir que ambos os que tem possibilidade de ser pai desse bebê são dois babacas completos.

Fui pra casa com o resto de dignidade que eu ainda tinha, os meus olhos estavam inchados de tanto chorar, mas eu precisava me reerguer, tinha que criar forças pra resolver todos esses problemas. E durante todo essa maré de azar eu tinha pensado, esse bebê era um milagre, ele era um pequeno milagre, por mais que tivesse escolhido vir nessa confusão toda, ele tinha sido um milagre, depois da minha perda a médica tinha me dito com todas as palavras que eu tinha grande possibilidade de não ser mãe novamente e caramba aquilo me doeu muito por muito tempo.

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Olá meus amores, como vocês estão? Espero que todos estejam bem, enfim mais um capítulo cheio de amor e carinho para vocês, espero que gostem e boa leitura.

A vida por um fioOnde histórias criam vida. Descubra agora