Capítulo 37

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Assim que sai do hospital, eu insisti muito para que Miguel me levasse ao cemitério e mesmo ele negando, acabei o convencendo de me deixar ir. Eu merecia me despedir na minha mãe, me sentia tão culpada por tudo, mais ainda por ter perdido o seu enterro, que ali sim seria a nossa despedida. Quando chegamos o cemitério era lindo como eles me disseram, e minha mãe sempre me falava que quando ela morresse que queria ser enterrada em um lugar bonito, que ali ela se sentiria em paz e assim fizeram a vontade dela, eu nunca conseguiria agradecer o Miguel por tudo o que fez pela minha mãe, mas também nunca iria esquecer o que aconteceu entre a gente, não vou dizer que foi imperdoável, mas me magoou bastante e isso para mim já era o suficiente.

Fui caminhando a passos lentos em direção ao seu túmulo e assim que eu vi o seu nome na lápide e uma foto sua, foi o suficiente para desabar, acabei chorando igual um bebê, perder a minha mãe e como se eu perdesse uma parte muito importante para mim, eu só conseguia lembrar de seus últimos momentos, do dia em que ela me ajudou a arrumar as coisas do neném com tanto carinho, seu primeiro netinho, que já era tão amado por ela desde o ventre. Eu olhava as rosas brancas, que ela tanto gostava, os arranjos de flores que haviam colocado tão lindos, tudo tão lindo, eu sei que assim minha mãe enfim descansaria e que Deus a guardaria em um lugar bom.

- Amor, você precisa descansar precisamos ir para casa, eu sei que e um momento difícil, mas não esquece o que o médico disse. - Miguel se ajoelhou ao meu lado e me abraçou.

- Eu não tenho casa, minha casa era a minha mãe e agora eu não tenho ninguém. - senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

- Amor, sua casa agora sou eu e o bebê, vou fazer de tudo por vocês, sua mãe agora tá descansando, ela precisava você sabe. - Miguel limpou as minhas lágrimas e beijou o topo da minha cabeça.

Eu sabia que o câncer estava matando a minha mãe aos poucos, mas eu ainda tinha esperança que ela sairia dessa, porém eu não esperava que ela fosse morrer de uma forma tão trágica e por minha causa.

- Eu sei que você está se culpando por tudo, mas o que houve não e culpa sua, agora vem vamos. - Miguel me abraçou novamente e me ajudou a levantar.

- Eu te amo mãe, te amo muito, me desculpa por tudo, eu não queria que as coisas acabassem assim. - me despedi tocando em sua lápide.

Eu fui o caminho inteiro, olhando a vista da janela do carro aí mesmo tempo as lágrimas molhavam o meu rosto sem parar, várias vezes o Miguel tentou puxar assunto ou colocar uma música para me alegrar, mas era impossível, eu sentia uma tristeza profunda. Mas percebi que não estávamos fazendo o caminho até o apartamento que divido com a Mel e sim estávamos a caminho do seu apartamento. Assim que chegamos no estacionamento do seu condomínio, Miguel estacionou o carro e pegou as coisas no porta malas, já que tinha bastante coisa minha no hospital.

- Eu pedi para a Melissa separar algumas coisas suas para você ficar aqui, imaginei que não iria querer voltar pra casa agora. - falou Miguel assim que entramos no apartamento.

Olhei para Miguel e dei um sorriso amarelo, eu fui para o seu quarto e me deitei na cama da forma que ficasse confortável para o bebê e para mim também, fiquei acariciando minha barriga por algumas minutos e senti o bebê chutar para mim e nesse mesmo momento eu sorri, meu filho está muito bem e agitado.

- Filho eu te amo tanto, mesmo sem ver o seu rostinho, mas eu consigo imaginar como você será. Agora só vamos ser você e eu para sempre, a vovó se foi, mas eu continuo aqui e eu vou dar o meu melhor por você. - acariciei minha barriga enquanto sentia as lágrimas escorrerem pela minha bochecha.

- Amor tá tudo bem? Eu vou pedir alguma coisa para comer, o que você quer? - escutei a voz do Miguel e logo em seguida ele entrou no quarto.

Miguel veio até a mim e se sentou ao meu lado, eu via no olhar dele que ele estava se sentindo perdido em meio a situação.

- Eu te amo muito e vou estar aqui para o que você precisar, quer que eu peça comida japonesa sei que você ama. - falou Miguel enquanto segurava a minha mão.

- Pede pra você tá bom? Não tô com fome agora. - falei e me virei para o lado para tentar dormir.

Melissa acabou me ligando no final da tarde, mas mesmo assim eu queria um tempo, não queria falar com ninguém, eu queria apenas ficar deitada e chorar ate cansar, mas meu filho estava a todo momento agitado na minha barriga parece que ele sentia que eu estava triste.

- Amor, trouxe sua comida favorita. - Miguel surgiu com a sacola do delivery e eu logo percebi que era comida japonesa.

Acabei não resistindo e comi um pouco, já que havia só tomado café.

- Eu te amo demais, Camila e eu estou aqui por você e pelo nosso filho sempre. E eu não quero que se culpe pelo o que aconteceu você e uma mulher incrível independente de qualquer coisa.

Abracei o Miguel rapidamente e vi que daqui para frente seria só nós e apesar de tudo o que havia acontecido eu ainda o amava demais, e muita das vezes as pessoas precisam de uma segunda chance e agora mais do que nunca eu via que Miguel está ao meu lado.

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olá, meus amores, perdoem pela demora, mas agora estou estudando e trabalhando e se antes eu já não postava com frequência, agora vai demorar um pouquinho mais, porém espero que gostem e boa leitura meus amores.



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