Assim que sai do hospital, eu insisti muito para que Miguel me levasse ao cemitério e mesmo ele negando, acabei o convencendo de me deixar ir. Eu merecia me despedir na minha mãe, me sentia tão culpada por tudo, mais ainda por ter perdido o seu enterro, que ali sim seria a nossa despedida. Quando chegamos o cemitério era lindo como eles me disseram, e minha mãe sempre me falava que quando ela morresse que queria ser enterrada em um lugar bonito, que ali ela se sentiria em paz e assim fizeram a vontade dela, eu nunca conseguiria agradecer o Miguel por tudo o que fez pela minha mãe, mas também nunca iria esquecer o que aconteceu entre a gente, não vou dizer que foi imperdoável, mas me magoou bastante e isso para mim já era o suficiente.
Fui caminhando a passos lentos em direção ao seu túmulo e assim que eu vi o seu nome na lápide e uma foto sua, foi o suficiente para desabar, acabei chorando igual um bebê, perder a minha mãe e como se eu perdesse uma parte muito importante para mim, eu só conseguia lembrar de seus últimos momentos, do dia em que ela me ajudou a arrumar as coisas do neném com tanto carinho, seu primeiro netinho, que já era tão amado por ela desde o ventre. Eu olhava as rosas brancas, que ela tanto gostava, os arranjos de flores que haviam colocado tão lindos, tudo tão lindo, eu sei que assim minha mãe enfim descansaria e que Deus a guardaria em um lugar bom.
- Amor, você precisa descansar precisamos ir para casa, eu sei que e um momento difícil, mas não esquece o que o médico disse. - Miguel se ajoelhou ao meu lado e me abraçou.
- Eu não tenho casa, minha casa era a minha mãe e agora eu não tenho ninguém. - senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- Amor, sua casa agora sou eu e o bebê, vou fazer de tudo por vocês, sua mãe agora tá descansando, ela precisava você sabe. - Miguel limpou as minhas lágrimas e beijou o topo da minha cabeça.
Eu sabia que o câncer estava matando a minha mãe aos poucos, mas eu ainda tinha esperança que ela sairia dessa, porém eu não esperava que ela fosse morrer de uma forma tão trágica e por minha causa.
- Eu sei que você está se culpando por tudo, mas o que houve não e culpa sua, agora vem vamos. - Miguel me abraçou novamente e me ajudou a levantar.
- Eu te amo mãe, te amo muito, me desculpa por tudo, eu não queria que as coisas acabassem assim. - me despedi tocando em sua lápide.
Eu fui o caminho inteiro, olhando a vista da janela do carro aí mesmo tempo as lágrimas molhavam o meu rosto sem parar, várias vezes o Miguel tentou puxar assunto ou colocar uma música para me alegrar, mas era impossível, eu sentia uma tristeza profunda. Mas percebi que não estávamos fazendo o caminho até o apartamento que divido com a Mel e sim estávamos a caminho do seu apartamento. Assim que chegamos no estacionamento do seu condomínio, Miguel estacionou o carro e pegou as coisas no porta malas, já que tinha bastante coisa minha no hospital.
- Eu pedi para a Melissa separar algumas coisas suas para você ficar aqui, imaginei que não iria querer voltar pra casa agora. - falou Miguel assim que entramos no apartamento.
Olhei para Miguel e dei um sorriso amarelo, eu fui para o seu quarto e me deitei na cama da forma que ficasse confortável para o bebê e para mim também, fiquei acariciando minha barriga por algumas minutos e senti o bebê chutar para mim e nesse mesmo momento eu sorri, meu filho está muito bem e agitado.
- Filho eu te amo tanto, mesmo sem ver o seu rostinho, mas eu consigo imaginar como você será. Agora só vamos ser você e eu para sempre, a vovó se foi, mas eu continuo aqui e eu vou dar o meu melhor por você. - acariciei minha barriga enquanto sentia as lágrimas escorrerem pela minha bochecha.
- Amor tá tudo bem? Eu vou pedir alguma coisa para comer, o que você quer? - escutei a voz do Miguel e logo em seguida ele entrou no quarto.
Miguel veio até a mim e se sentou ao meu lado, eu via no olhar dele que ele estava se sentindo perdido em meio a situação.
- Eu te amo muito e vou estar aqui para o que você precisar, quer que eu peça comida japonesa sei que você ama. - falou Miguel enquanto segurava a minha mão.
- Pede pra você tá bom? Não tô com fome agora. - falei e me virei para o lado para tentar dormir.
Melissa acabou me ligando no final da tarde, mas mesmo assim eu queria um tempo, não queria falar com ninguém, eu queria apenas ficar deitada e chorar ate cansar, mas meu filho estava a todo momento agitado na minha barriga parece que ele sentia que eu estava triste.
- Amor, trouxe sua comida favorita. - Miguel surgiu com a sacola do delivery e eu logo percebi que era comida japonesa.
Acabei não resistindo e comi um pouco, já que havia só tomado café.
- Eu te amo demais, Camila e eu estou aqui por você e pelo nosso filho sempre. E eu não quero que se culpe pelo o que aconteceu você e uma mulher incrível independente de qualquer coisa.
Abracei o Miguel rapidamente e vi que daqui para frente seria só nós e apesar de tudo o que havia acontecido eu ainda o amava demais, e muita das vezes as pessoas precisam de uma segunda chance e agora mais do que nunca eu via que Miguel está ao meu lado.
________________________________________________________________________________
olá, meus amores, perdoem pela demora, mas agora estou estudando e trabalhando e se antes eu já não postava com frequência, agora vai demorar um pouquinho mais, porém espero que gostem e boa leitura meus amores.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A vida por um fio
RomanceCamila com apenas 20 anos, já e uma menina bem decidida, sempre foi muito esforçada nunca esquecendo de onde veio, porém ela esconde um passado nada bom, talvez se envolver com um traficante não tenha trazido bons frutos para a sua vida, mas com a v...