Capítulo 25

97 7 0
                                    

Acordei em uma cama de hospital e assim que olhei ao meu redor, vi que estava recebendo soro na veia e também vi que o Miguel dormia ao meu lado em uma poltrona que não parecia nada confortável pra ele. Passei a mão pela minha barriga e ainda senti o pequeno volume que tinha e respirei aliviada, ver todo aquele sangue me fez perder completamente a razão, o meu maior medo era perder meu filho ou filha, não queria passar por tudo o que eu passei antes. Eu iria proteger esse bebê a todo custo, nem que custasse a minha própria vida, passei minha mão várias vezes pela minha barriga e por um momento em meio a toda essa situação consegui sorrir.

- Amor, eu fiquei tão preocupado com medo de te perder, não quero passar por isso nunca mais. - observei o olhar preocupado de Miguel e a minha primeira reação foi puxar ele para um beijo.

Por mais que e o Miguel tivéssemos as nossas desavenças, eu já amava tanto ele, em meio a toda essa tempestade ele não saia em momento algum do meu lado.

- Aquela mulher não tinha direito de falar tudo aquilo pra você. Eu fiquei tão desesperado ao ver todo aquele sangue, achei que você tinha perdido nosso muleque. - falou Miguel que passou sua mão pela minha barriga.

- Como você sabe que e um menino? - perguntei enquanto observava o babar a pequena barriga que se formava.

- Não sei, instinto de pai. - falou Miguel que deu um beijo na minha barriga e logo em seguida beijou minha testa.

Vendo aquela cena eu só conseguiria imaginar o quanto eu tinha sorte de ter ele do meu lado, e não podia imaginar um pai melhor para o meu bebê.

- Eu quero saber como a Melissa tá, o médico já veio dar notícias? - perguntei.

- Ela tá estável, já está no quarto e consciente. Porém a mãe dela proibiu sua visita no quarto, eu sinto muito. - Miguel segurou a minha mão e na hora eu a puxei de volta.

- Ela não pode fazer isso. - falei tentando me sentar na cama.

- Camila, para. Você precisa repousar agora, não pode mais passar nervoso. - falou Miguel que me ajudou a sentar na cama.

- Olá papais, que bom que você já acordou. Vim avisar que está tudo bem com o bebê e com a Camila, mas você vai ter que manter repouso por uma semana e depois consultar sua obstetra, para ver se já pode voltar as suas atividades normal ou não. Durante essa uma semana de repouso, recomendo que você evite ao máximo passar nervoso, porque pode ocorrer outro sangramento e dessa vez e provável que aconteça um aborto espontâneo. - falou a médica que estava segurando uma prancheta em mãos e com certeza ela estava olhando a minha ficha médica.

Escutei todas as recomendações da médica atenta, não queria perder nenhuma informação. Mas só o fato de ter que passar uma semana sem poder fazer muito esforço e não passar nervoso, já me deixava mais desanimada ainda, eu iria perder as aulas na faculdade e alguns dias no trabalho. Assim que a médica saiu eu tentei levantar da cama para poder ir ver a Melissa, eu precisava ver minha melhor amiga, mesmo sabendo que a sua mãe tinha impedido as minhas visitas.

- Camila o que você tá fazendo? Para com isso, você tem que ficar de repouso. - Miguel tentava fazer com que eu voltasse pra cama.

- Eu não posso eu preciso saber como ela tá. - falei com uma voz chorosa.

- Amor olha aqui pra mim, depois a gente da um jeito tá bom, mas tenta descansar para o seu bem e para o bem do bebê também. - falou Miguel que me fez deitar na cama novamente.

Eu estava tão cansada de ser julgada pelo o meu passado, ninguém entende o que se passa no seu coração ou o que se passa na sua casa, mas te julga pelos seus atos, e isso era uma merda. Todos os dias eu tentava melhorar em tudo e em todos os aspectos da minha vida, mas era impossível mudar o passado e eu sei que todo mundo pensava que eu estava com o Lucas porque gostava e sim eu realmente amava ele, mas amar ele e estar com ele me trouxe muitos julgamentos que mexeram com o meu psicológico. E só de pensar em tudo isso novamente, me fazia sentir que eu era uma fraca e talvez fosse tudo o que as pessoas falavam, mas uma parte minha também sabia que eu não era aquilo, eu não era aquele julgamento todo que faziam em cima de mim. As pessoas tinham que parar de julgar ao próximo, você não sabe o que aquela pessoa passou para estar julgando ela, você simplesmente não sabe o que o seu julgamento vai causar em outra pessoa e isso me doía todos os dias e me doía ainda mais por as vezes acreditar e me sentir tudo o que aquelas pessoas falaram para mim.

- Amor, a dona Lúcia foi tomar um café, posso te levar para ver a Melissa.

Não pode controlar a minha alegria ao saber que eu teria uma oportunidade para pelo menos ver como ela estava e se estava bem, saber disso me deixaria mais aliviada.

Miguel acabou conseguindo uma cadeira de rodas para mim, o que foi bem mais fácil, já que eu não podia fazer muito esforço. Quando entrei no quarto da Melissa, não podia controlar o sorriso que estava em meu rosto, ao ver minha melhor amiga acordada e aparentemente bem.

- Amiga que bom que você está acordada, como tá se sentindo? Eu fiquei tão preocupada com você. - falei me levantando da cadeira de rodas para dar um abraço nela.

- Eu tô bem, e tô feliz que está bem também, eu fiquei sabendo que minha mãe te proibiu de vir me ver. - falou mel que também me puxou para um abraço.

Ver a Melissa assim, era como voltar a três anos atrás e perceber que muitas coisas ainda me assombrava e o pior de tudo e saber que eu sou a culpada por causar toda essa situação novamente.

_____________________________________________

Olá meus amores, mais um capítulo cheio de amor e carinho para vocês, espero que gostem e desejo uma boa leitura a todos.

A vida por um fioOnde histórias criam vida. Descubra agora