Capítulo 24

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Assim que atendi a ligação da mel, sem nem pensar duas vezes eu pedi um Uber e fui direto para o morro, eu não fazia ideia do que tinha acontecido com ela, mas estava morrendo de preocupação e isso me deixava cada vez mais nervosa. Assim que cheguei a padaria do seu Zé, paguei a viagem e fui correndo até o beco que tinha ali perto, quando vi minha amiga cheia de sangue e tossindo sem parar meu coração parou por uns segundos e minha primeira reação foi correr até ela.

- Melissa, olha pra mim, tá tudo bem, vou te levar para um hospital. - falei enquanto tentava tirar ela do chão.

Só conseguia escutar os gemidos de dor da minha melhor amiga, enquanto eu tentava tirar ela do chão, mas todas as tentativas estavam sendo falhas.

- Amiga o que aconteceu? Me fala? Vou chamar um Uber. - falei enquanto me sentava ao seu lado.

Quando o Uber chegou, eu pedi ajuda ao motorista para colocar ela dentro do carro, o motorista olhou para nós duas desconfiado e eu entendia o lado dele até porque não era todo dia que ele deveria ver algo do tipo, porém ele não tinha perguntado nada. Minha amiga continuou inconsciente o caminho inteiro e aquilo me preocupava tanto, e os ferimentos que ela estava parecia que tinha sido espancada, e isso era o que me preocupava mais ainda. Melissa tinha acompanhado toda a minha história com o Lucas e muitas vezes por se meter no meio, ele mandava os seus parceiros bater nela e eu me culpava por isso ter acontecido tantas vezes com ela. Assim que chegamos no posto que tinha perto do morro, o motorista me ajudou a entrar com ela no posto e eu o agradeci e paguei até um valor a mais pela ajuda, comecei a gritar por ajuda para atenderem a minha melhor amiga rápida e logo veio uma enfermeira ver a situação dela

- Vamos levar ela lá pra dentro e cuidar desses ferimentos, você pode esperar ela aqui. - falou a enfermeira que pegou uma cadeira de rodas e eu a ajudei a colocar melissa lá.

Eu não conseguia controlar o misto de sentimentos que eu estava sentindo e ficar aqui esperando era pior ainda, eu pensava na minha mãe que estava sozinha em casa e pensava na melissa que tinha sido espancada. Acabei ligando para o Miguel e ele veio correndo até o hospital me fazer companhia.

- Amor tá tudo bem? - perguntou Miguel assim que ele chegou na sala de espera do postinho.

- Estou esperando ter notícias dela, eu tô tão nervosa e minha mãe tá sozinha em casa, eu preciso fazer alguma coisa. - falei e Miguel veio me abraçar.

- Amor uma coisa de cada vez, vamos ligar para os pais da Melissa, aí você pode ter um tempo para comer e ficar com a sua mãe. - falou Miguel que me abraçava.

Acabei ligando para os pais da Melissa e sabia que vinha confusão por aí, os pais da minha melhor amiga eram separados, seu pai ainda trabalhava na boca junto com o Lucas e a sua mãe trabalhava como doméstica em uma casa de família. Eu convivi o suficiente com a mãe da Melissa pra saber que ela me odiava, me odiava por ver a filha dela apanhando para me defender e me odiava ainda mais por me considerar uma mal companhia para a Melissa. Aguardava na sala de esperar qualquer tipo de notícia que fosse sobre a minha melhor amiga, Miguel não saiu do meu lado em momento algum, o que me confortava bastante.

- O que aconteceu? O que houve com a minha filha? - vi a mãe da minha melhor amiga vir na minha direção.

- Eu não sei te dizer ainda, estou esperando receber notícias do médico. - falei já me levantando da poltrona a qual estava sentada.

- E o que você tá fazendo sentada ai? Ao invés de perguntar sobre a minha filha. - falou dona Lúcia indo até a recepção.

Eu sabia que ela não iria conseguir nenhuma informação na recepção, até porque eu já tinha ido lá mais de 20 vezes perguntar sobre a minha melhor amiga e nenhuma notícia.

- Eu avisei tanto para a minha filha que morar com você só iria trazer desgraça, você só trás desgraça pra minha vida desde que iniciou essa amizade com a minha filha. - falou dona Lúcia que me encarava com raiva.

- Não adianta mexer no passado dona Lúcia. - falei tentando manter a calma.

- Você vai só causar desgraça na vida desse homem que tá do seu lado, e isso que você faz, só trás desgraça, não e atoa que a Tereza tá doente. - falou com ar de deboche.

Aquilo tinha me deixado mais nervosa ainda, já não bastava eu estar aqui a manhã inteira sem nenhuma notícia, ainda teria que aturar os absurdos que dona Lúcia me falava.

- E pelo visto tá grávida de novo né? Esse menino vai ficar louco que nem o Lucas ficou quando estava com você. Essa criança não merece uma mãe como você. - falou dona Lúcia que não parava de olhar para a minha barriga.

Me sentei na poltrona novamente, procurando forças para aturar tudo aquilo que eu estava escutando, eu estava tão nervosa que sentia o suor escorrer gelado pela minha testa.

- Vou ser uma ótima mãe, só pelo fato de não ser que nem a senhora. - falei enquanto procurava a garrafa de água dentro da minha bolsa.

- Essa criança só vai ser digna de desgraça, que nem o seu outro bebê foi. Ou vai negar que você não conseguiu nem proteger seu próprio filho?

Olhei para a cara de dona Lúcia, e eu só podia enxergar uma coisa, a raiva por estar escutando tantos absurdos. Eu não conseguia controlar as lágrimas que não paravam de cair, as coisas que ela tinham me falado era demais para mim, porque eu sabia que eu não tinha conseguido proteger a vida do meu anjinho e aquilo me matava por dentro e usar isso contra mim era muito sujo. Com o resto de forças que eu tinha eu me levantei indo em direção a dona Lúcia, agora ela iria escutar o que eu tinha para dizer, mas assim que levantei meu corpo da poltrona, eu pude ver a mancha vermelha que tinha se formado a onde eu estava sentada. Passei a mão pelas minhas pernas e pude ver o sangue manchando a minha blusa.

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Olá meus amores, perdão pela demora dos capítulos, espero que gostem do capítulo e boa leitura.







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