Se o homem desdenhou
Então em paz eu estou
Pois, vejo que dele escravo eu não sou
A única missão nesse mundo de extrema avareza
É glorificar a nossa Mãe Natureza!
Cantava o coral de crianças atrás da porta daquela igreja. Moira conseguia ouvir, enquanto tomava coragem para entrar. Suas mãos e pernas estavam algemadas, possibilitando apenas pequenos passos. Não conseguia correr, nem atacar, estava fraca depois do confronto com Ezequiel que havia ocorrido apenas algumas horas antes.
Ela estava na frente de uma igreja, na qual Ezequiel retirou todos os símbolos cristãos e colocou as de seu culto. Dava para ver a faixa com o símbolo das asas de fada, a marca do Culto.
Havia dois homens com lanças atrás dela. Moira sabia que poderia acabar com ambos, mas simplesmente nem tentou. Nada parecia valer mais a pena depois desse fracasso. Tinha a escolha de ir embora, decidiu ficar e deu no que deu.
— Para frente — disse um outro guarda se aproximando, junto de mais uma prisioneira.
— Margareth! — Moira falou, quando sua companheira a segurou com seu braço, na tentativa de não cair. Margareth estava fraca, parecia que desmaiaria a qualquer momento. Estava sem a parte do tronco de seu manto. Foi rasgado e permaneceu apenas suas calças. Ao invés de roupa, estava voltada por bandagens, principalmente no seu lado direito, que Moira percebeu a ausência do braço — o que fizeram com você?
— Eu consegui — Margareth afirmava com um sorriso melancólico — Eu acabei com a Fada Azul!
A maga começou a tossir. Estava muito ferida. Deveria está sobre cuidados médicos, mas ao invés disso, estava dopada de drogas e feitiços para manter ela viva o máximo possível.
— Falhei — Moira lamentava — Ezequiel está vivo.
Margareth continuava sorrindo com melancolia.
— Então acaba aqui, né? Seremos executadas por ele.
— Sim... Está bem com isso?
— Não sei. Você está?
Moira parou para pensar antes de responder.
— Acho que estou.
— Tudo bem então — Margareth colocou sua única mão no rosto da amazona — Diga-me... diga-me o que você iria dizer antes.
— Não é uma boa ideia
— Eu já sei o que é, sua boba. Eu só quero ouvir você dizendo.
Margareth fechou seus olhos, aproximando seu rosto com a da amazona. Moira não retribuiu. Ela não deveria ter feito aquilo, não em possivelmente seus últimos momentos, mas fez. Ela confessou:
— Eu sou uma bruxa.
Surpresa, Margareth abriu seus olhos. Não era o que ela pensava, de longe. Ela não conseguia digerir aquilo, havia ficado paralisada. Abriu seus lábios para falar, mas não saia nada. Existia alguma chance de refutar aquilo? Não, porque algumas coisas estavam começando a fazer mais sentido. Carmilla não era uma bruxa por pacto... e sim por nascimento!
As portas da igreja começaram a abrir. Fileiras de bancos, e logo na frente, estava Brígida.
Havia dado tudo errado. Mesmo após ter pensado num plano para resgatar Nero, Brígida foi capturada junta de Isaac. No palco da igreja, estava Ezequiel, Isaac e Geppetto. Em outras cadeiras, Brígida conseguiu ver duas pessoas acorrentadas, uma no lado da outra. O primeiro era o Lenhador, recuperado e por tanto, perigoso demais para ficar solto. A segunda pessoa era Ramona, que já não bastassem as correntes, havia uma focinheira em sua face. A gaiola com Diego estava no lado dela.
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DINASTIA GRIMM: A PRESA DE LOBO MAU (Não Revisado)
Fantasy(Não Revisado. Entre no perfil para ler a versão revisada desse livro) Felizes, mas não para sempre... O mundo de Contos De Fadas possuem finais felizes, mas a felicidade é algo que precisa ser mantida mesmo após o fim dos contos. Para isso que exi...