CAPÍTULO 7: PASSAGENS ATRÁS DE ESTANTES

41 4 4
                                    

Andando. Moira estava andando no fundo do mar, como se estivesse caminhando na superfície. A gravidade, a respiração, tudo estava normal; A única coisa diferente é que ela estava no fundo do mar.

A cavaleira olhava para todas as direções, aparentemente procurando alguém. Ela repara numa grande rocha logo a sua frente.

— Onde será que ela está? — Perguntou Moira, ironicamente.

Moira rodeou a rocha, encontrando uma garota escondida logo atrás; essa garota possuía cabelos longos, indo até à cintura; aparentava ter seus nove ou dez anos de idade, e era incrivelmente parecida com Moira.

— Você sempre me encontra! — Disse a garota.

— Sim. Sou caolha, mas não sou cega — Moira estava a vontade, brincando com a jovem garota.

A menina segurou a mão da cavaleira, e as duas seguiram andando para ainda mais dentro das profundezas. Ambas estavam felizes por estarem juntas finalmente, e um sentimento de nostalgia cerca tudo naquele momento. A pequena menina não deixava de olhar para Moira, impressionada com o tamanho adulto da cavaleira.

— Irmã, você finalmente se tornou uma caçadora! — Disse a pequena.

— Sim Carmilla. Foi por essa razão que fui para Corona, para me tornar forte e aguentar a marra de ser uma caçadora... Pelo menos, é o que eu acho.

— Como assim?

— Bem... Pensando agora, quem me enviou para Corona? Branca De Neve acabou sendo minha principal suspeita. E depois daqueles olhares de desdém dela... Parece que ela me quer longe.

— Não era óbvio? Branca De Neve nos odeia.

Moira parou de andar, de forma tão repentina, que Carmilla continuou andando, não percebendo a surpresa da cavaleira. Moira não entendeu porque sua irmã falaria algo assim, e então, questionou aflita:

— Por que diz isso?

Carmilla parou de andar, mas sem soltar a mão de sua irmã. Com um sorriso fofo, a jovem garota então afirma:

— Está no nosso sangue. Na opinião daquela vadia, nascemos para criar problemas, “é a nossa natureza” — A Garota começa a rachar, como se fosse feita de vidro. Pedaços dela começam a cair no chão, e seu cabelo recebe pontas vermelhas. Moira largou a mão dela, e assustada, deu passos para trás — Não somos nada mais do que “criaturas malignas” para eles. Devido a nossas escolhas, eles nos consideram animais. “Maçã Envenenada”, “Os Cem Anos De Sono”, “Presa Em Uma Torre”... Tudo isso elas mereceram. Foram criadas para sustentar reinos que há muito tempo veem destruindo o continente. Se elas têm o direito de criar problemas, por que nós não? Vamos irmã, você me entende, não?

Carmilla segurou a mão de Moira, a puxando para próximo dela. Quando mais se aproximava, mais Carmilla se rachava, e antes de se quebrar por completo, ela sussurra:

— O dia mal começou, mas eu ainda estou na cruz.

.......................

Moira acorda. Na hora, ela se sentou, esfregando a costa de suas mãos nos olhos. Apesar de já ter tido sonhos piores, a cavaleira considerou esse sonho muito esquisito. Seus sonhos normalmente envolviam momentos violentos, principalmente a situação que ela teve com seu falecido mestre. Às vezes, por sorte, ela acabava tendo sonhos “interessantes” envolvendo belas mulheres. Mas dificilmente, tinha sonhos com sua irmã, e principalmente um tão complexo e tão “real”. Mas mesmo assim, ela ignorou e se levantou.

— Você acordou cedo dessa vez — Disse Brígida, que estava deitada e enrolada em seu cobertor — Que foi dessa vez? Mais um sonho molhado envolvendo a Meg?

DINASTIA GRIMM: A PRESA DE LOBO MAU (Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora