Suspiro. Edgar estava pingando de suor, com respiração ofegante. Moira, sua oponente nessa competição, também estava cansada. O sorriso no rosto de ambos ainda mostrava uma empolgação.
— Cansado? — Provocou Moira, numa posição mais defensiva.
— Eu iria perguntar isso agora. Apenas pausei para deixar a dama descansar — Edgar também provocou — Minha irmã dirá os pontos.
Katina O'Malley estava marcando os pontos daquele duelo de espadas.
— 230 a 209... — Disse Katina, que foi interrompida por Edgar.
— Viu? Nada supera as...
— Para a senhorita Moira — Acrescentou, deixando o príncipe boquiaberto.
Moira só não caiu na maior e mais satisfatória gargalhada de sua vida, porque estava muito cansada para isso.
— É... Acredito que agora merecemos uma pausa — Disse o elegante príncipe, soltando sua espada no chão. Não demorou muito para aceitar sua atual derrota, mas acreditava numa futura revanche.
Moira sentou no chão, e Edgar sentou ao seu lado. Ele entregou uma toalha, para ela enxugar o suor.
Katina entregou taças com água para os dois combatentes.
— Obrigada — Agradeceu Moira.
Beberam tudo de uma vez. Se sentiam melhores.
— Sabe de algo que sinto saudade? — Disse Moira, começando a conversar com Edgar de forma casual — Hidromel. Mas não qualquer hidromel. Eu frequentava todas as tavernas do meu condado. O gosto horrível que mais parecia mijo das bebidas de lá me atraiam por algum motivo.
— Devo confessar que nunca tive tal experiência — Declarou Edgar — Alguma história por trás das cicatrizes de seu braço?
Moira levantou sua sobrancelha. Após respirar fundo, ela abriu um pequeno sorriso e abriu sua palma da mão, mostrando um corte bem no meio.
— Isso aqui foi no meu primeiro dia de treinamento. Acabei entrando numa briga com um javali selvagem. Por pouco não fui morta, meu mestre me socorreu — Ela tirou um riso do príncipe, mas não acabou aí. Ela mostrou um outro corte no ombro — Essa eu recebi salvando uma moça que o próprio pai havia vendido. Eu matei os compradores com apenas quatorze anos.
Edgar apontou para outra cicatriz, uma no antebraço.
— Essa? — Disse ela — Eu recebi após apalpar uma garçonete. O namorado dela veio atrás de mim com uma espada. Essa eu meio que mereci.
Nessa, Edgar tentou conter o riso, mas falhando. Achava Moira fascinante, uma vida selvagem que ele nunca teve. Mas também, estava visível os segredos que tanto escondia de seus amigos.
— Então... — Edgar ainda mantinha um sorriso gentil — Seus colegas não sabem sobre sua nobreza?
Na hora, o riso dela desapareceu. Franziu sua testa e desviou o olhar do príncipe. Mas por algum motivo, decidiu ser mais sincera com alguém.
— Apesar de tudo isso, dessas cicatrizes, nunca me senti machucada. Pois, eu teria uma história para contar, honra para me gabar. Mas essa... — Levou sua mão para a cicatriz em seu olho — Me traz amargura e arrependimento — Ela olhou para Edgar. Seu olhar havia ficado frio, e arrepiou o príncipe — Condessa Azul, é assim que sou conhecida em Corona. “A Assassina Do Barba Azul”. Um título que as pessoas respeitam, mas eu não...
— Por quê? — Interrompeu Edgar — Eu li a sua história. Conde Azul havia matado todas as suas seis esposas e iria matar você também!
— E tudo isso porque eu me rendi a ele. Não me entenda mal, eu mataria ele outra vez se fosse necessário, mas o que houve comigo, foi culpa minha. Eu fui inocente, ingênua e burra. Jovem demais para entender o que era amor, e até hoje eu não consigo entender muito bem.
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DINASTIA GRIMM: A PRESA DE LOBO MAU (Não Revisado)
Fantasía(Não Revisado. Entre no perfil para ler a versão revisada desse livro) Felizes, mas não para sempre... O mundo de Contos De Fadas possuem finais felizes, mas a felicidade é algo que precisa ser mantida mesmo após o fim dos contos. Para isso que exi...