CAPÍTULO 18: NESSE LUGAR

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Desespero. Brígida não acreditava no que estava ocorrendo. Como poderia uma caçadora ser uma traidora? Mas infelizmente, poucas coisas enganam a audição do lobo Nero, que identificou Vanessa conspirando contra o Reino.

Nero parou na frente de uma porta na qual pertencia ao quarto de Nicolas. Rapidamente, Brígida saiu de cima do lobo e bateu naquela porta com desespero.

— Já vou!

Nero estava atento ao corredor, que aparentemente não havia nenhum movimento. Nem seus ouvidos conseguiam ouvir passos, apesar de conseguir sentir uma presença maligna um pouco distante.

A porta é aberta, mas ao invés de Nicolas, Brígida se depara com uma serviçal loira. Ela passa envergonhada, não conseguindo olhar para o rosto dos dois. Ao perceber o lobo ali, a serviçal foi para o lado oposto, com medo da fera. Brígida olhou perplexa para aquela situação, e logo, Nicolas saiu do quarto, arrumando suas calças. O sorriso cínico de Nicolas era visível.

— O que foi? — Disse o ladino cafajeste, quase como se eles não tivessem visto nada.

Brígida apontou o dedo para o rosto do Nicolas, e em desaprovação e nojo, ela disse:

— Você está precisando de Deus na sua vida!

— Qual é, Brígida — Falou ele, enquanto revirava seus olhos — Você tem o quê? Catorze anos?

— Quinze! E você está pecando enquanto nós... Nós estamos em perigo!

— Do que ela está falan... ? — Questionou enquanto ele se direcionava ao Nero.

— Shhhhh! — o lobo interrompeu, se concentrando para tentar ouvir a maga.

Virando no corredor com toda a calma do mundo, Vanessa avistou os três caçadores. Nero entendeu porque não conseguia ouvir seus passos: A maga morena estava flutuando alguns centímetros acima do chão, enquanto cruzava seus braços. Sua imponência era irônico, se divertindo com o medo deles.

Nicolas estava confuso: “Por que estão com medo da maga gostosa que outrora foi nossa aliada?”

Brígida ficou atrás do ladino, querendo proteção contra aquela figura que apesar de ter conhecido a pouco tempo, já não reconhece mais.

O Lobo corre em direção da maga, não tendo mais paciência para fugas. “A velha e boa porrada” como diria o lobo cinzento. Mas a maga reagiu rapidamente, levantando sua mão para a direção deles e...

Estalou os dedos...

Como resultado, tudo ficou escuro.

...............

Escuro, era isso que estava no campo de visão do ladino. Ele não estava vendo mais ninguém ao seu redor, nada, só o escuro. Foi teletransportado para algum lugar? Ele está morto? São várias possibilidades. Logo, ele avistou uma cadeira. Analisando, era praticamente perfeita, feita de uma madeira no máximo de sua qualidade. Nicolas olhou para sua mão para ver se não estava sonhando, e teve dificuldade em contar seus próprios dedos. Esse pensamento lhe veio por causa dessa cadeira: cadeira nenhuma é tão perfeita assim.

Nicolas logo sentou, e nunca ficou tão feliz por estar com a sua coluna reta. Era confortável para algo feito de madeira. E naquele momento, ele baixou a guarda. Uma corrente negra e grossa se enrolou em seu pescoço, prendendo ele em sua própria cadeira. Ficou tenso, um susto por um momento, mas nem sequer um sufocamento ocorreu.

— Nicolas... Vlad... Terceiro — Disse uma voz, quase sussurrando. Mãos morenas passam em seu ombro e logo, ficou cara a cara com Vanessa, a maga aparentemente traidora. Ainda estava meio desorientado enquanto a isso.

DINASTIA GRIMM: A PRESA DE LOBO MAU (Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora