Seus olhos cercavam toda aquela pequena loja. O padeiro estava meio tenso, por causa da mulher que estava olhando os seus bolos e doces. Não era qualquer mulher, lógico, e sim uma amazona com uma armadura alaranjada e cabelos ruivos. Redwill Briar, filha da rainha Aurora, estava observando atentamente as adoráveis receitas do padeiro, que estava sedento por aprovação.
Olhando um de perto, ela apontou com seu dedo indicador para ele. Um simples bolo de cenoura, o sabor favorito de sua mãe.
— Quero esse — Ela disse.
— Ótima escolha! — Assegurou o padeiro — Uma das especialidades da ca...
— Já entendi — Interrompeu de forma grosseira — Quero para viagem.
Tímido e desconfortável com a imponência de Redwill, o padeiro se curvou antes de ir para o estoque, procurando uma cesta para colocar o bolo.
Redwill já estava indo embora do reino de Fábulas, e parou ali apenas para comprar um bolo para comer durante a viagem. Finalmente iria para casa e avançar cada vez mais como amazona. Então, porque ela parecia triste? Bem, primeiro que ela nem sequer se despediu de Edgar. Ele estava passando muito do seu tempo com Margareth. Redwill não queria atrapalhar os “pombinhos” apaixonados, e muito menos olhar para sua rival.
“Rival... Rival” repetia em sua cabeça. Por que diabos ela via Margareth como uma rival? Afinal, Redwill não pretende se casar. Ela deixou toda sua vida de nobre para exatamente não ter que passar por momentos assim. Então porque ela ainda quer algo com um príncipe?
Tudo tão confuso. Mas quanto mais cedo ir, mais cedo sua cabeça irá se livrar daquilo.
— Socorro! — Gritou um garoto, que usava “trapos” e estava imundo. Ele entrou desesperado.
Redwill segurou ele pelos ombros, tentando acalmá-lo.
— O que está acontecendo?
— Eu... — Estava exausto, com dificuldade em falar — Ele... Ele está machucando as pessoas. Ele não para!
Em lágrimas, o garoto sentou no chão, tentando recuperar o fôlego. A ruiva olhou para a porta do estabelecimento, com um olhar sério, analisando. Percebeu várias pessoas correndo para uma única direção, fugindo de algo assim como o garoto.
Ela possuía muitas características, mas o medo não era uma delas. Foi em direção da porta com sua espada em mãos. Ao sair, avistou aquele local inteiro vazio. Pessoas haviam corrido ou se escondido do tal ser. A tal ameaça era um humanoide enorme e com vestimentas negras que cobriam o corpo todo.
Bem atrás dele, inúmeros guardas e soldados mortos ou inconscientes. Era um inimigo muito poderoso, de fato, capaz de subjugar os habilidosos soldados de Fábulas. Mas Redwill foi de peito erguido na direção dele.
A benção que recebeu no passado pelo Ezequiel Malévola tornava ela corajosa, mas por causa disso, foi tirado sua noção de perigo. Mas havia confiança, afinal, se não for ela, quem irá desafiar?
Aquele ser parou de andar quando se aproximou daquela pequena mulher. Não tão pequena, lógico, mas no ponto de vista dele (que tinha mais de dois metros) com certeza era. Ela precisou olhar para cima, encarando ele com sua testa franzida e seu punho cerrado, segurando sua espada com força.
— Você é bem grandinho, devo confessar — Disse Redwill.
— Me diga... Onde está a Presa De Lobo Mau? — Voz grossa, meio abafada.
Tudo parecia mais claro agora. Uma das histórias que Margareth contou durante a viagem na carroça foi sobre um confronto com Bonecos De Madeira numa pequena fazenda em Briar. Meio óbvio que a Fada Azul buscaria alguma espécie de vingança contra a maga. Mas apesar de suas desavenças com Margareth, Redwill nunca deixaria uma criatura assim tocá-la ou fazê-la qualquer mal. É dever de uma amazona proteger a realeza.
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DINASTIA GRIMM: A PRESA DE LOBO MAU (Não Revisado)
Fantasy(Não Revisado. Entre no perfil para ler a versão revisada desse livro) Felizes, mas não para sempre... O mundo de Contos De Fadas possuem finais felizes, mas a felicidade é algo que precisa ser mantida mesmo após o fim dos contos. Para isso que exi...