CAPÍTULO 21: CORAGEM E PINÓQUIO

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A mulher de óculos andava pela frente do castelo da capital. Parecia um dia ótimo, com o sol batendo em seu rosto. Não estava sozinha. A maga de túnica negra tinha um gato sentado em seu ombro, e não qualquer gato, e sim o Gato De Botas. Mary ficou dias em reuniões diplomáticas e negociações entediantes, dias mais movimentos devido a seus cargos importantes. Além da Presidente Do Conselho Estudantil da Universidade Dos Magos, ela era membro dos Bibliotecários.

Eram inúmeras responsabilidades, e apesar de jovem, não abandonaria essa oportunidade por nada.

— Então... — Diz ela, continuando a conversa que estava tendo — não irá mesmo me dizer quem é o líder da Guilda De Caçadores?

— Não — Respondeu sem rodeio, com um sorriso sacana.

Ela riu. Era de curiosidade da grande maioria, já que poucos sabem a identidade do homem. Nem sequer sabem se é um homem. Sempre tentava puxar esse assunto, mas Gato conseguia escapar com sua lábia. Então, ela mudou de assunto.

— O que você fará após isso? Eu irei voltar para a Universidade.

— Eu não sei dizer. Talvez ficar no ombro de outras pessoas. O lado bom de não ter polegar, é que eu evito passar o dia assinando papéis.

Mary mordeu seus lábios, pensando por alguns segundos.

— Se você não consegue nem sequer usar uma pena para assinar papéis, então como você é o melhor Espadachim do Continente?

O Botas ficou até sem resposta, e sorriu.

— Não conte para ninguém.

Margareth estava vendo as várias flores que tinham aos arredores do castelo, não muito longe de onde Mary e Botas estavam. Ela parou e olhou fixamente para uma rosa-vermelha. Não é estranho como a rosa-vermelha é semelhante à branca? Era como se a inocência de algo puro e bonito fosse ensanguentado. Para Margareth, era impossível não associa a rosa-vermelha ao sangue, não muito diferente de ver manchas vermelhas na neve. Não muito diferente de seus lábios vermelhos em seu rosto pálido.

Quando criança, imaginava que aquela era uma rosa que foi corrompida, mas não passava de uma dedução boba e infantil.

— Margareth! — Chamou Mary, logo quando avistou sua amiga no meio do caminho.

— Boa tarde, Mary — Margareth sorriu, sempre acolhedora.

— Acredito que também esteja passeando pelo castelo sem rumo — Deduziu o Gato De Botas, tirando seu icônico chapéu para fazer uma saudação — Nos acompanhe.

Os três começaram a andar pelo caminho de pedra que cercava aquele castelo. Era agradável de pisar, muito bem feito. Pelo visto, rodeava o castelo. Mas o mais interessante para Margareth, seria conversar com sua antiga amiga e o vice-líder da Guilda De Caçadores.

Mary não demorou, e percebeu como sua amiga estava cabisbaixa. Se lembrava dos dias tristes que se seguiram após Carmilla ter fugido da Universidade, deixando Margareth melancólica. Então, decidiu puxar um assunto.

— Você e o príncipe andaram bastante tempo juntos. Algo para me contar?

Margareth ficou meio relutante em responder, sorrindo enquanto isso. “Será que falo ou não?” Mas após uma empolgação genuína, ela respondeu.

— Não temos muita certeza do que somos.

— Então aconteceu algo? — Sua sobrancelha levantou, demonstrando certo interesse.

— Foi só um beijo. Nada de mais.

— “Nada de mais”? — Falou o Gato — Foi o que o conde Gunter falou de mim 300 anos antes da Dinastia Grimm, e semanas depois eu destruir sua fortaleza e arruinei a economia do condado. Hoje vejo que foi exagero.

DINASTIA GRIMM: A PRESA DE LOBO MAU (Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora