CAPÍTULO 16: O ÚLTIMO CONTO DE RENART, A RAPOSA

15 1 4
                                    

Ela se sentia leve. Dias atrás a barda estava indo de taverna em taverna para conseguir moedas de ouro, junto de suas canções compostas por ela mesma. Agora, ela está de vestido, caminhando por um belo castelo. “Poderia me acostumar com isso” pensou ela.

Junto dela estava Nero, um lobo cinzento e seu amigo. Ela estava montada nele, sentada com ambas as pernas para um lado. Olhares desdenhosos eram, como sempre, inevitáveis. Mesmo Nero sendo extremamente altruísta, ele continuava sendo um lobo. Mas Brígida pouco se importava com o que os outros pensavam, e via Nero como alguém mais decente do que qualquer um ali.

Ambos pararam numa sacada do castelo, e observavam a cidade dali. Era uma manhã calma e ensolarada. O Lobo se deitou enquanto Brígida se sentou no chão para ambos olharem as nuvens. A barda soltou um suspiro e olhou para o seu amigo:

— Então... Você é algum parente do Lobo Mau?

— Estava só esperando você perguntar — Disse Nero, animado de falar sobre isso com alguém que não fosse Nicolas.

— Eu ainda lembro de você derrubando a casa da Baba Yaga apenas assoprando, que nem o Lobo Mau no conto dos três porquinhos.

— Sou filho dele — Explicou Nero — Poucos lobos nascem com capacidades especiais. É uma espécie de anomalia, mas que é bem-vinda na liderança da Alcateia. O Lobo Mau me abandonou quando nasci, porque tem medo que eu desça a porrada nele.

— Tenso... Você conheceu Nicolas como?

— Foi logo depois. Ele, Cachinhos e Bebê Urso me encontraram abandonado. Cachinhos deu uma faca pro Nicolas e disse para ele me matar.

— Que horror!

— Mas era um teste. Ele poupou minha vida. Não foi o resultado esperado por Cachinhos, mas ela respeitou ele por isso... Então, me adotaram e me deram um nome.

Brígida deu um sorriso melancólico, se lembrando se eventos passados.

— O que foi? — Perguntou Nero, preocupado com a expressão de sua amiga.

— Quer ouvir uma história?

...............................

“Foi há três anos” Narrava Brígida “Na pequena vila onde eu e meu tio morávamos. Nós e alguns moradores nos juntamos para discutimos um assunto preocupante: galinhas estavam desaparecendo durante a noite. Todos estávamos preocupados de quem seria o responsável por isso, e começaram várias hipóteses. Meu tio e eu nos voluntariamos para investigamos isso. Apesar de não sermos grandes investigadores, o que valia naquele momento era o senso de aventura”

“Então, fizemos duas mochilas e fomos para uma aventura percorrendo as florestas próximas e acampando a noite. Divertido? Com certeza! Amava ouvir as explicações do meu tio para as coisas que víamos. Ele tinha uma noção básica e criava explicações para o que não sabia. Era um homem criativo demais!”

“Mas após alguns dias, encontramos uma caverna não muito longe da vila. Estávamos Ignorando ela, mas como já havíamos visto muita coisa, parecia valer a pena dar uma olhada. Quando entramos, ouvimos uma respiração pesada vindo do fundo dela. Meu tio ficou na minha frente e se aproximou. Não era nada gigante, aliás, era bem pequeno. Uma raposa estava dormindo no fundo da caverna. Ela ficou em alerta só de ouvir nossos passos e olhou para nós. Uma raposa velha já, na qual meu tio reconheceu. Percebi seu olhar de desdém para o pequeno animal”

— Humanos... Estão ocupando cavernas agora? — Perguntou a raposa.

— Olá, senhor raposo — “Digo” — Estávamos procurando...

DINASTIA GRIMM: A PRESA DE LOBO MAU (Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora