CAPÍTULO 14: NO CAMINHO DE SLEEPY HOLLOW

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Os galopes rápidos e barulhentos ecoavam alto.

Moira exigia pressa dos cavalos, enquanto estava desesperada. O medo nunca subiu com tanta intensidade em sua espinha. A mesma sensação vinha de Nicolas, que estava sentado logo ao seu lado naquela carroça. No meio dos dois, Brígida não acreditava no que estava ocorrendo.

“Vamos morrer!” pensou a barda graciosa, enquanto abraçava seu alaúde com toda sua força.

Em cada lado da carroça, estava eles: Lenhador e Vanessa. Maximus Goodman corria o mais rápido possível com a égua Vorpal, também impactado psicológicamente pelas ilusões do oponente. Já Vanessa, tentava lançar magias de congelamento contra o perseguidor.

O tal oponente era o que todos menos esperavam nessa floresta: o ser folclórico que circulava as estradas a caminho de Sleepy Hollow, junto de um alazão negro. Seu provável objetivo? Uma cabeça, tanto que em sua mão há um machado de execução.

Vanessa lançou a magia, que por alguma razão sempre acertava o machado do Cavaleiro Sem Cabeça, e logo, o gelo se quebrava facilmente. Não havia nada ali mais poderoso do que ele, ninguém, a morte de todos era inevitável... Se não fosse pela presença da barda!

— O que nós vamos fazer? — Questionou Moira, perguntando diretamente para Brígida.

— Ahn? Está falando sério? — Brígida não estava acreditando que Moira finalmente precisava da ajuda dela, e logo numa situação desesperadora.

— Você cantou aquela canção idiota!

— SIM! E É IDIOTA! — Concordou Brígida — Eu só ouço as histórias e crio uma canção e nem todas são verdadeiras.

Moira segurou Brígida pelo colarinho com uma de suas mãos (enquanto segurava as rédeas com a outra) e disse:

— Eu não quero ouvir mais nada que não seja uma solução! Tire uma do rabo, mas me ajude agora!

Enquanto Brígida martelava sua cabeça, Nicolas se levantou para tentar arremessar uma adaga na direção do Cavaleiro, mas não adiantou de nada, já que errou. Quando percebeu, já não havia nada para arremessar.

“Comprarei um arco e flechas em Sleepy” pensou Nicolas, se sentando novamente para ficar fora de vista do Sem Cabeça.

Brígida estava tentando lembrar dos contos que havia ouvido. Muita coisa relevante ficou fora de sua música e agora ela se arrepende disso. A gargalhada do Cavaleiro desconcentrava a barda, tanto que os vários rostos de contadores de histórias em sua cabeça foram substituídos por nenhum rosto, apenas a inexistência de uma. A imagem perturbadora do Cavaleiro estava em seus pensamentos, atrapalhando qualquer hipótese de lembrar.

— Se concentre! — Disse Vorpal no imaginário de Brígida.

Olhando para a esquerda, Brígida olhou para a égua Vorpal galopando, que na sua mente imaginativa, sempre via aquele animal falando como gente. Quase como uma segunda personalidade que se comunicava com ela através da égua.

— Você precisa se concentrar!

— Como?! — Disse Brígida mentalmente.

— Você está tentando falar com uma égua? — Disse Vanessa, que se intrometeu na conversa da barda.

Brígida olhou para o outro lado, e viu Vanessa encarando ela enquanto também galopava em seu próprio cavalo. Ninguém havia notado a maga morena falando, fazendo Brígida se perguntar do motivo. Logo, deduziu que não havia falado com sua boca, mas por outro meio.

— Você tá lendo minha mente? — Pensou a barda.

— Bem... Na verdade, estou me comunicando. É bem diferente — Vanessa colocou seu olhar de volta para a estrada — Espero que mantenha isso em segredo.

DINASTIA GRIMM: A PRESA DE LOBO MAU (Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora