Fome, sede. Isso que ele sentia. Preso naquela cela escura e fria. Todo dia era acordado com batidas na porta metálica que o impedia de ser livre. O carcereiro abria a porta e pegava o jovem garoto. Colocava correntes em seu pescoço e braços, para impedi-lo de fazer alguma gracinha.
Apesar de ser tratado daquele jeito, o garoto respeitava o carcereiro, já que era o único que o entendia. Ezequiel era o nome do homem, um cara comum que estava ali apenas pelas moedas.
Ezequiel levou o jovem rapaz para mais um dia de mineração. Inúmeros escravos tendo que utilizar picaretas para perfurar aquela montanha rica, a destruindo lentamente. Aquilo era criminoso, feito de forma ilegal, mas parecia que ninguém se importava. Era bizarro toda aquela situação.
O jovem rapaz olhava ao redor, e percebeu os inúmeros escravos sendo forçados: alguns deles eram anões, sete no total, que apesar de serem pequenos, eram fortes, por isso eram os favoritos dos mineradores. Havia gnomos e ogros também. Raças que parecia que ninguém se importava, e eram a maioria dos escravos.
— Você está bem? — Perguntou Ezequiel. O homem barbudo e gordo segurava uma espada enquanto observava de perto o garoto.
— Diminuíram a comida, estou muito tempo sem água. O que você acha? — Respondeu o garoto.
Ezequiel olhou ao redor. Percebeu que não havia ninguém olhando para aquele canto aonde ele e o garoto estavam. Então, pegou seu cantil de água e deu para o rapaz.
O garoto bebeu a água, matando parte de sua sede.
— Obrigado.
— Não agradeça — Ezequiel sussurrou — Se eu pudesse, já teria te tirado daqui.
— Por que não tirou?
Ezequiel ficou relutante, mas não demorou para responder.
— Tenho uma mulher. Eu preciso desse trabalho.
O garoto se calou. Era compreensível, mas longe de ser algo aceitável. Ele golpeava aquele solo com a picareta. Sentia seu pulmão queimando enquanto forçava seus músculos.
Ele cuspia fumava, algo que não era considerado comum por ninguém. Mas como o garoto era um Meio-Fada, poderia se esperar qualquer coisa de seu corpo mágico.
— Se eu pudesse... — Disse o Meio-Fada, enquanto tossia devido à fumaça que saia de seu pulmão — Se eu conseguisse, já teria libertado todos daqui.
— Nem todos podemos ter o que queremos.
— É... — O garoto ficou pensativo — Nem todos, não é?
— Ei! — Gritou mais um homem, vindo para a direção de Ezequiel e do garoto — Por que o serviço está tão lento aí? A fadinha aí não consegue aguentar a picareta?
O Meio-Fada demonstrou raiva em sua face, pois não suportava Glen; Glen era um dos carcereiros junto de Ezequiel, mas costumava irritar o garoto.
— Não há nada para você aqui, Glen — Respondeu Ezequiel.
— Ah, é? — Glen sorriu, mostrando teus dentes amarelos — Vocês tão de muito papo aí. Não esqueça que esse verme é só um escravo, e nada mais.
— Nunca tentei te ensinar nada, Glen. Então, não venha querer enfiar suas ladainhas. Eu estou aqui a bem mais tempo que você, jovem, então sei muito bem o que faço.
— Sei. Tanto que o chefão me contratou para ajudar aqui. Eu não ligo, tá bom? Mas se estiver sendo um mole com a fadinha aí, aí teremos um problema.
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DINASTIA GRIMM: A PRESA DE LOBO MAU (Não Revisado)
Fantasi(Não Revisado. Entre no perfil para ler a versão revisada desse livro) Felizes, mas não para sempre... O mundo de Contos De Fadas possuem finais felizes, mas a felicidade é algo que precisa ser mantida mesmo após o fim dos contos. Para isso que exi...