Cap. 37

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Johnny voltou para a casa de Yuta, e o mesmo ao vê-lo com a mão sobre seu nariz na qual pingava sangue até em sua roupa, acabou por se assustar já parando com a preparação do almoço aquela tarde.

_ Que isso, Johnny?! O que aconteceu com você? - Desesperado, Yuta agora puxava bastante papel toalha e tomando a liberdade de colocar sobre o nariz do americano com cuidado.

_ Não era o Taeil quem me chamou. Foi o Doyoung. - Indagou segurando o papel sobre seu nariz já falando num som mais anasalado.

_ Ele passou dos limites agora. Vocês são amigos. - Yuta balançava sua cabeça em negação, se mostrando indignado com a atitude agressiva de seu irmão.

_ Acho que meu nariz quebrou, amor. - Pelo tanto de sangue que seu nariz soltou, Johnny já podia imaginar o pior.

_ Cadê o Taeil?! Vou pedir pra ele levar a gente no carro dele pro hospital. - Yuta apressou seus passos para a sala, mas logo foi chamado pelo americano.

_ Seu pai pegou o carro e levou o Doyoung a força pro hospital.

_ Hospital?! Que hospital? - Frangiu suas sobrancelhas confuso, era informação demais para si.

_ Eu não sei, o Taeil disse pro Nana que era pra um psicólogo.

_ Você veio de carro pra cá? - O japonês via pelo papel toalha que o sangue do nariz de Johnny continuava a descer.

_ Vim, mas eu deixei ele na outra esquina porque nessa rua não tinha vaga.

_ Vou pegar uma camisa pra você e ai a gente vai pro hospital. - Yuta agora apressou seus passos indo em direção a seu quarto.

Quase três horas se passaram e com muita dificuldade pois Doyoung estressado quase não falava nada, o psicólogo analisando também o comportamento do rapaz chegou a uma conclusão.

_ Vamos fazer uma pausa, certo?! Vou buscar uma água pra mim. Quer que eu busque café pra você? - O psicólogo se levantou de sua cadeira já demonstrando gentileza.

_ Café estraga os dentes. Nunca te falaram isso, seu doutor? - Questionou Doyoung com seus braços cruzados e num tom ignorante.

_ Sim. Quando tomado em excesso não estraga somente os dentes, mas prejudica a saúde também. Mas estou te oferecendo um pouquinho. Aceita?

_ Não, né?! - Mantinha a sua ignorância claramente. _ Quando posso sair dessa sala fedida?! Odeio cheiro de hospital, cheira a decujo.

_ Jajá. Vou buscar uma água, mas antes vou pedir para o seu pai entrar e conversar com você. Na volta vamos conversar os três juntos, okay?! - Não era algo proposto, o psicólogo já tinha isso determinado em sua mente.

_ Meu filho, eu tenho trinta anos. - Indagou Doyoung num tom de superioridade. _ Não fala comigo como se eu fosse um adolecente de quinze. Vai, vai logo fazer o que você tem que fazer e me deixa sozinho. - Xispava o médico com as mãos.

_ Primeiro se acalme. Esse seu estresse todo não vai te levar a lugar nenhum.

_ Aham.. - Não dando a mínima para o profissional a sua frente, Doyoung agora observava suas unhas. _ Tá.

_ Bom, já volto. - Sem mais o psicólogo agora andava em direção a saída de sua sala.

_ Uma pena que vai voltar. - Indagou Doyoung vendo o homem sair porta a fora e a fechando em seguida.

_ Oi, e então, doutor.. - Yuto na qual estava sentado na sala de espera, ao ver o psicólogo se levantou rapidamente do banco na qual estava sentado. _ Ele falou com você?

_ Ele falou muito pouco, mas já está bastante calmo comparado ao jeito que ele chegou aqui. - Indagou vendo o japonês a sua frente respirar mais aliviado.

_ E você já tem um diagnóstico só com esse pouco de informação colhida? - Questionou esperando por uma resposta positiva.

_ Pelo pouco que ele me falou, vejo que ele sofre de ansiedade. Eu não vou dar certeza porque eu preciso entender melhor ele em algumas coisas que ele se negou a falar, mas eu presumo que seja isso mesmo. - Resumiu o psicólogo.

_ E ansiedade deixa ele descontrolado desse jeito? - Yuto queria entender, não achava normal o nervosismo de seu filho.

_ Sim. Ele tem problemas com álcool, cigarros?! Algum problema cardíaco ou alimentar? - Teve que perguntar já que Doyoung não quis lhe responder essa questão.

_ Ele tem insônia, apenas.

_ Então, esse é um dos fatores que pode causar o estresse dele. - O psicólogo agora acentia lentamente para o japonês a sua frente.

_ Mas ansioso com o quê, meu Deus? - Yuto queria entender. Não encontrava motivos que pudesse fazer com que seu filho se fizesse ansioso.

_ Pelo que eu pude entender, ele muitas vezes se sente ansioso por não saber lidar com o grau da própria exigência dele. Ele sempre está se cobrando muito no dia a dia e por não conseguir chegar ao nível perfeito que ele almeja naquele dia, ele se estressa com facilidade.

_ Acho que entendi.. - Yuto agora entrava numa bolha de pensamentos.

_ Ele reclamou muito do Yuta. É algum parente próximo a ele? - Questionou o profissional não fazendo idéia, já que Doyoung não havia lhe dito.

_ Sim, o irmão. - Confirmou o japonês.

_ Ele diz que tenta ser para o Yuta não um segundo pai, mas alguém em que ele possa se espelhar, mas que muitas vezes seus gritos o assusta e ai o foco é perdido. Ele tem preocupações com o irmão dele, é claramente uma preocupação excessiva na qual desencadeia o ciúmes. Ele quer ver o Yuta bem, mas pra querer ver alguém bem, ele tem que estar bem. O que não acontece por conta de tanta auto cobrança, e por isso o estresse. Vejo que ele não está sabendo lidar com a ansiedade, então quero propor a ele uma terapia. Ele já é um homem, mas o senhor como pai, tem que saber de tudo que ocorre com o seu filho.

_ Se essa terapia for ajudá-lo, a gente começa ela hoje mesmo. - Yuto estava disposto a fazer qualquer tipo de tratamento se isso significasse ver seu filho bem outra vez.

_ Certo. Primeiro temos que colher mais informações dele. Posso contar com sua ajuda nisso?

_ Pode, claro. - Indagou bastante disposto a ajudar o psicólogo no que fosse preciso.

_ Certo, então vamos entrar novamente na sala.

YuMark - (Wave of colors)Onde histórias criam vida. Descubra agora