Cap. 58

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Depois do almoço, mais especificamente três horas depois, Mark ainda se encontrava na casa de Yuta, o mesmo parecia animado em ter o mais novo ali.

_ Tem coragem de passar o resto da semana aqui, Mark? - Questionou Yuta vindo da cozinha tendo um mediano balde de pipocas em mãos.

Ambos estavam prontíssimos para maratonar alguns filmes de terror, bem como Yuta desejava.

_ Claro. Mas.. - Pensou rapidamente e não deixaria de falar o que lhe incomodava. _ Tenho medo do seu irmão. Muito medo, pra falar a verdade. O Johnny contou que foi o seu irmão que quebrou o nariz dele. Fiquei apavorado, mas ainda sim não pensava que ele se estressava do nada, e sim que tinha sempre um motivo maior pra isso.

_ Ele não consegue controlar a raiva dele. O Doyoung até tenta melhorar, mas quando ele vê que não conseguiu ele se estressa muito.

_ O Johnny disse que ele tá doente..

_ É.. - Yuta agora pensava se a palavra doença se encaixava com o problema em que Doyoung tinha. _ Podemos dizer que sim. Ele está. Mas se tratando ele vai melhorar rapidinho.

_ Vamos pintaaar.. - A animação de Shotaro atraiu as atenções, o mesmo vinha de seu quarto para a sala com um livrinho de pintura e seu estojo de lápis e canetinhas em mãos. _ Mark, só não te empresto o dourado. Papai diz que é muito caro essa cor.

Mark se voltou para Yuta e o mesmo acentiu para si, como se lhe desse permissão de pintar juntamente com o pequeno Shotaro. O filme poderia esperar, não é mesmo?! Era o que o japonês pensava por agora.

_ O que é isso? - Questionou Mark não tendo noção do que se tinha nas páginas daquele livrinho fechado.

_ Isso? - Shotaro abriu o seu livrinho de colorir. _ É um livro pra colorir.

_ Ah.. - Mark agora olhava folha por folha sendo virada por Shotaro. _ Tem figuras pra serem pintadas. Que legal.

_ Nunca coloriu um livrinho desse? - O mais novo bem esperto, não deixou de notar algo diferente em Mark.

_ Não. Nunca.. - Indagou um tanto cabisbaixo enquanto olhava o mais novo ainda folheando seu livrinho.

_ Seu papai e mamãe deveriam ser como os meus e deveriam te comprar um livrinho pra colorir.

_ Minha mãe foi embora quando eu nasci.

_ Pra onde? - Shotaro se voltou para Mark frangindo suas sobrancelhas num ato de confusão.

Ao ver o mais velho ao seu lado apontar para o alto, Shotaro já podia compreender melhor sobre o que o mesmo estava se referindo com aquele gesto.

_ Não fica triste. - Afim de animar Mark, Shotaro colocou seu livrinho de colorir sobre o colo do mesmo. _ Escolhe um desenho e vamos pintar.

_ Eu posso só escolher o desenho e te ver pintar?

_ Não. Me ajuda a pintar, por favor. - Pediu o mais novo fazendo a escolha das cores que usaria.

_ Taro, ele não quer colorir. - Yuta não deixou de notar o quanto Mark estava frustrado e um tanto desconfortável com aquela conversa.

_ Porquê não?! Todo mundo gosta de colorir. - Shotaro se voltou para Mark a seu lado. _ Porquê você não?

_ Tudo bem, eu vou te ajudar a pintar. - Abriu um riso frouxo.

_ Mark. - O japonês não queria que o mesmo fizesse nada forçado apenas para agradar.

_ Tudo bem, Yuta. - Sorria frouxo para o mais velho ao seu lado sobre o sofá. _ Sem problemas. Pode ser esse desenho? - Questionou se voltando para Shotaro.

_ Pode. - O mais novo agora olhava o desenho escolhido por Mark pensativo. _ Pra camiseta desse menino pode ser um amarelo. Pode começar pintando de amarelo.

Mark voltou seus olhos para o estojo do mais novo, havia diversas cores de lápis e canetinhas, mas essas mesmas cores para si eram apenas em dois tons. Preto e cinza.

_ A-ah. Me Desculpa, Taro. - Atraiu a atenção do mais novo para si outra vez. _ Eu não posso te ajudar a pintar. - Sem mais, Mark se levantou do sofá e a passos apressados foi para o quarto de Yuta.

_ Taro. - O japonês se aproximou de seu irmão na qual se mostrava muito confuso com o jeito em que Mark havia saido dali. _ Deixa eu te falar uma coisinha do Mark.. - De dentro do estojo Yuta retirou a cor preta e cinza as colocando sobre o sofá. _ Está vendo essas duas cores?

_ Sim. - Respondeu sem êxito.

_ Então. Ele só consegue enchergar o mundo através dessas cores. Tudo o que ele vê, é em tons de preto e cinza.

_ Porquê? - Frangiu suas sobrancelhas num ato ainda mais confuso do que antes.

_ Ele nunca falou, mas deve ser alguma condição genética hereditária.

_ Não sei o que isso quer dizer. - Se voltou para a escolha de seus lápis de cores na qual usaria para o desenho escolhido.

_ Quer dizer que ele herdeu de alguém da família dele. Alguém da família dele tem essa condição que acabou passando pra ele.

Shotaro se voltou para Yuta e se calou por segundos, segundos esses que o fez encher seus olhos d'água por entender melhor o que seu irmão estava lhe explicando.

_ Ele não consegue ver o arco íris? - Assustado, Shotaro questionou num tom embargado de choro.

_ Não. - Respondeu Yuta balançando sua cabeça em negação.

_ Coitado. - Shotaro então se entregou ao choro deixando suas lágrimas rolarem rosto abaixo.

_ Nãao.. - Yuta enxugou suas lágrimas e o pegou  seu colo. _ Não chora, meu amor.

_ Eu não sabia. - Enxugava suas lágrimas que ensistiam em rolsr rosto abaixo. _ Posso pedir desculpas pra ele?

_ Tá tudo bem, amor. Você não sabia, não fez nada por mal.

_ Quero pedir desculpas, Tatá. - Insistiu Shotaro, se mantinha disposto a se desculpar com Mark.

_ Tá, vamos lá. Eu te levo até a ele. - Yuta se levantou do sofá com o mais novo em seu colo indo com o mesmo até seu quarto. _ Mark?

_ Oi.. - Sentado sobre a cama, Mark na qual respondia as mensagens de seu pai, se voltou para Yuta e Shotaro. _ Porquê ele tá chorando?

_ Ele quer te pedir desculpas. - Indagou Yuta o colocando sobre o chão.

_ Porquê? - Questionou Mark confuso ao ver Shotaro correr para seus braços.

_ Não sabia que você não pode ver o arco-íris. Desculpa. - O pequeno mantinha o seu choro, estava se sentindo tão triste.

_ Ôh, modeuso do céu. - Mark apaixonado pelo mais novo e sua atitude tão inocente, o abraçava fortemente em seus braços. _ Tá tudo bem, pititico. Você não tem obrigação nenhuma de saber.

_ Te magoei. Desculpa. - Mantinha o choro sobre o abraço alheio.

_ Ain, modeus. - Mark agora o ajeitou sobre seu colo afim de olhar em seu rosto choroso. _ Tá tudo bem, Taro. Juro. O quê você acha de fazermos alguma coisa boa pra você sorrir de novo?

_ Um bolo de chocolate. - E finalmente Shotaro parou com o seu choro, enxugando em seguida o seu rosto.

_ Parece uma boa idéia. - Mark agora o balançava em seu colo demonstrando animação. _ O quê você acha, Yuta?

_ Hmm.. Deixa eu pensar no caso. - Yuta por conhecê-lo, sabia que Shotaro queria mais bagunçar com os ingredientes do que propriamente ajudar a fazer um bolo.

YuMark - (Wave of colors)Onde histórias criam vida. Descubra agora