[41] narrador

8.5K 543 326
                                    

Nailea não parava de receber mensagens e então pegou seu celular. Enquanto respondia Neha, Vinnie rapidamente se levantou e começou a colocar suas roupas e em seguida, entregou as de Nailea. Ele se sentou na outra ponta da cama, é como se estivesse impaciente, querendo que Nailea vá embora.

Desapontada ao notar isso, Nailea desligou o celular e começou a se vestir o mais rápido que podia, naquele silêncio constrangedor.

— Eu...deveria ir.

   Nailea esperava um "não vá tão cedo" ou um "por que já vai?" mas Vinnie não disse nada. Ela não ficou surpresa, mas sentia sua garganta fechando enquanto caminhava até a porta. A vontade de chorar a estava quase consumindo, até que ela segura a maçaneta e Vinnie fala.

— Espera! - Disse ele.

   Uma pontada de esperança cresceu em seu peito, que se converteu em decepção quando viu Vinnie tirando a chave do bolso e destrancando a porta.

— Tava trancada, agora pode ir. - Disse ele, parado em frente à porta.

   Lágrimas invadiram seu rosto e ela saiu dali rapidamente. Ela não sabia porquê estava com aquele sentimento, ela sabia que ele era assim. Mas por alguma razão, ela esperava que fosse ser diferente com ela.

— Nailea! Não vai embora assim! - Gritou Vinnie, da porta de sua casa enquanto via Nailea correndo para ir embora.

   Vinnie sentiu uma leve pontada de arrependimento, ele pensou que poderia ter sido mais gentil, considerando a última vez que ficaram juntos. Mas o sentimento passou quando ele começou a repetir diversas vezes que ele sempre foi assim com todos e que ela devia saber disso.

   Nailea parou em um canto para chorar antes de ir para casa, se perguntava como isso tinha acontecido e como ela tinha se deixado levar por breves momentos.

   Depois de 30 minutos, ela parou e começou a andar para casa, em passos curtos e lentos tentando se recompor e não parecer estranha quando chegar em casa.

— Até que enfim a madame chegou. - Disse Neha, ao ver Nailea entrando pela porta da frente.

— Eu vou tomar um banho rápido e daí a gente sai. - Disse Nailea, desanimada.

   Todos estranharam o seu tom e seu rosto fechado, mas acharam que era apenas efeito da ressaca e não questionaram nada.

   Nailea tomou o banho mais rápido que pôde, ela sabia que ao menor tempo que pudesse parar pra pensar, ela começaria a chorar e ela não queria isso.

   Assim que terminou o banho, Nailea pôs um vestido preto de manga longa e então finalmente desceu na sala, onde Dylan, Jack e Neha estavam a esperando.

— Vamos? - Perguntou Nailea, sorrindo. Apesar do que aconteceu, ela não queria ter que falar sobre então apenas fingiu estar tudo bem.

— Claro. Já estava na hora. - Disse Jack.

— Por que foram embora sem mim? - Perguntou Nailea.

— Aquela garota, Mina, eu acho. Ela disse que o Vinnie estava cuidando de você porque você estava muito mal. - O quê? Mina sabe?

— É, eles cuidaram de mim. Eu bebi além da conta.

— Muito além da conta. - Disse Dylan.

Nailea dirigiu até o centro da cidade.

— Essa cidade é muito bonita, parece como aquelas séries de cidades pequenas ou coisas do tipo. - Disse Neha.

— Sempre que paro pra pensar nisso, fico assustada porque filmes de terror sempre acontecem em cidades pequenas. - Disse Nailea e todos a olham. — Eu sei que sou meio estranha as vezes.

— Podíamos ir naquele restaurante ao invés de ir ao Starbucks. - Disse Dylan, apontando para um restaurante que ficava ao lado do Starbucks.

— A comida ali é ótima, podíamos almoçar ali se vocês quiserem. - Disse Nailea.

Todos concordaram sem questionar, apenas queriam aproveitar um pouco do tempo que ainda tinham com Nailea. Neha queria que Nailea e Dylan ficassem naquele dia, mas Nailea estava em uma guerra consigo mesma sobre isso. Parte dela não queria por causa do que havia acontecido antes, e a outra parte queria justamente por causa do que havia acontecido. Ela estava triste, mas também com raiva.

— Qual filme vocês vão querer ver? - Perguntou Nailea, olhando no celular os filmes que estariam em cartaz no cinema.

— Qualquer um. - Respondeu Jack.

— Terror. - Disse Dylan.

— Comédia românica. - Contradisse Neha, com um olhar de desaprovação para Dylan.

Por fim, Nailea comprou ingressos para um filme de drama. Compraram pipoca, refrigerante e outras besteiras.

Enquanto o filme acontecia, Jack e Neha ficavam se beijando constantemente, o que deixava Nailea um tanto quanto desconfortável. Dylan pôs o braço em volta dos ombros de Nailea, puxando-a mais para seu lado, assim ela não botava tanto Jack e Neha.

— Obrigada. - Disse Nailea e Dylan sorriu.

Dylan era um garoto gentil. Ele sempre foi. É aquele garoto que é popular, capitão do time e ainda assim consegue ser um garoto legal. É meio difícil de encontrar alguém assim.

Quando o filme estava quase acabando, Nailea se virou para Dylan e então ele a beijou. Foi um beijo lento e duradouro que encaixou perfeitamente.

dare me • vinnie hackerOnde histórias criam vida. Descubra agora