TW: agressão e assédio
Eu não estava com o menor ânimo de ir a esse baile, mas Nash tinha sido tão gentil comigo desde que eu e Vinnie brigamos que eu aceitei ir com ele.
Eu estava pronta, com um vestido preto longo e brilhante e ainda assim, não conseguia sentir vontade de ir.
- Você pelo menos tá descente. - Disse meu irmão Peter ao me ver descendo as escadas.
- As vezes eu esqueço que você existe sabe, é tão melhor nesses momentos. - Digo.
Enquanto eu esperava por Nash, eu ficava sempre pensando no que aconteceu com Vinnie. Ele disse que havia apenas garotos e nas fotos tinha só eles, Vinnie acha que alguém planejou isso, mas eu não sou boba pra acreditar nessas coisas, isso só acontecem em filmes. Eu apenas estou cansada desses jogos ou desses dramas na minha vida.
- Você tá tão linda. - Disse Nash.
- Você também ta. - Respondo.
O caminho para o baile foi silencioso, eu não queria estar ali e talvez ele estivesse notando isso.
- Olha, tudo bem se você não quiser ir. - Disse ele.
- É claro que eu quero ir. - Digo e sorrio.
É claro que eu não queria ir. Mas era um baile e pessoas sempre estão felizes em bailes, então eu abri um sorriso e entramos no salão.
Assim que entrei, pude notar como o colégio estava bem decorado e cheio. À esquerda havia a mesa com doces, salgados e as bebidas e à direita havia o espaço para fotos. E foi nesse instante que meu olhar se cruzou com o de Vinnie.
Eu sentia a dor no peito e a vontade de ir embora aumentando cada vez mais. Ele estava ao lado de Nikita, o que não é uma surpresa.
- Os meus amigos estão ali. - Disse Nash, apontando para o fundo do salão.
Nós caminhamos até eles e cumprimentei todos. Os amigos de Nash são todos do time de lacrosse, eu já conheço a maioria de festas em que fui e eles estavam.
- Vocês fariam um belo casal. - Disse Josh, amigo de Nash.
- Fariam mesmo. - Concordou Nessa, par de Josh.
Nós nos entreolhamos e Nash e estava sorrindo.
- O que acha de dançarmos? - Perguntou ele.
- É claro.
Nós caminhamos até a pista e começamos a dançar no ritmo da música.
- Sabe, fico feliz que você tenha aceitado vir comigo. - Eu sorri.
- Eu que devo ficar feliz de poder desfrutar da sua companhia. - Digo.
- Achei que você não fosse vir.
- Não tem sido bons dias pra mim, você tem sido ótimo comigo. - Ele sorriu.
- Você é uma garota incrível. - Disse ele.
- E você muito gentil.
Nesse momento, Nash colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e então quando olhei para o lado, vi Vinnie. Ele estava sentado olhando fixamente para mim.
Eu me senti novamente um aperto no peito, é com certeza uma das sensações que mais odeio e também a que mais ando sentindo ultimamente. Vinnie se levantou e então o perdi de vista.
- Sabe o que eu trouxe? - Perguntou Nash e eu nego com a cabeça. - Álcool.
- Bem, eu preciso de álcool. - Afirmo.
- Vamos até o meu carro, podemos beber lá sem que nenhum professor fique incomodando.
Concordei e então fomos até o estacionamento da escola, caminhamos até seu carro e ficamos escorados nele enquanto bebíamos um pouco.
- Eu sempre achei você tão bonita, desde que você chegou. - Disse Nash, depois de alguns minutos.
- Obrigada. - Sorrio.
Ele se aproximou e então me beijou. Foi um beijo calmo que em instantes começou a ficar mais rápido e Nash começou a passar a mão pelo meu corpo. Mas Vinnie ainda estava na minha mente e eu não queria fazer isso com outra pessoa, não enquanto ainda houver o Vinnie na minha cabeça.
- Nash... Eu não... Não quero. - Digo, enquanto tento me separar do beijo.
- Não precisa negar, eu sei que você quer. - Disse ele.
- Nash... Não quero.
Ele ainda continuou me beijando e passando a mão em mim, o que me deixou desconfortável e também assustada.
- Nash! - Digo alto, ao empurra-lo.
- Qual o seu problema? - Disse ele, irritado.
- Eu não to afim, só isso. - Ele franze a testa.
- Ah qual é, você age como uma piranha o tempo todo e agora se faz difícil. - Ele riu sarcástico.
E nesse momento eu dei um tapa em seu rosto. Ele virou seu rosto lentamente para mim de novo e eu pude ver o quão irritado ele estava. Foi então que eu senti meu olho arder, porque Nash havia me dado um soco.
Eu dei alguns passos para trás e fiquei um pouco zonza. Nash pegou meu rosto e apertou minha mandíbula enquanto estava cara a cara comigo.
- Faz isso comigo e eu juro que vai se arrepender. - Ele me soltou, respirou fundo e então pegou na minha mão. - Me desculpa, me desculpa mesmo. Você é incrível, eu nunca faria algo assim.
Eu estava sem palavras, estava assustada. Não sabia o que dizer ou o que fazer.
- Eu faço tanto por você há tanto tempo. Eu vejo como o Vinnie é com você, ele não te merece. Eu ajudei você a ver como ele era um babaca.
- Do que você tá falando? - Pergunto confusa.
- Na festa que vocês foram, eu pedi para uma amiga contar aquilo do banheiro. - Quando ele terminou de falar, ele mesmo pareceu surpreso por ter dito aquilo.
- Você tá querendo me dizer que você planejou aquilo? Você é tão... Meu deus, eu tenho nojo de você.
Eu me afastei dele e então me virei, eu estava prestes a sair dali. Foi quando ele me puxou pelo braço, eu o empurrei para me soltar e então novamente ele me deu um soco, mas dessa vez no nariz.
Eu cambaleei e precisei me segurar no carro e então Nash riu sarcástico.
- Eu não sei nem porque perdi meu tempo com você. Tem tantas outras garotas mais bonitas que você lá dentro e você continua se sentindo a garota mais incrível do universo. Mas não importa o que você ache, saiba que qualquer cara que diz estar interessado por você, na verdade só quer te comer. É só pra isso que você vale.
Ele sorriu e então saiu andando. Eu soltei o ar que estava preso, e foi nesse instante que as emoções surgiram. Eu me sentei no chão enquanto chorava, meu rosto doía. Eu estava me sentindo péssima.
Péssima por não ter ouvido Vinnie, péssima por ignorar todas as suas mensagens de tentativas de se explicar, péssima por não ter confiado nele o suficiente, péssima por não ter notado que Nash era um idiota e não ter ouvido quando Mina me disse isso.
Eu só queria chorar e estar ao lado da minha mãe, tudo esteve um caos desde que ela se foi. Ela sempre me guiou a tomar as decisões certas, ela sempre teve todas as respostas e agora ela não está mais aqui e me sinto sozinha.
- Nailea?
Quando me virei para ver quem era, era Vinnie. Ele se agachou e então passou sua mão levemente pelas minhas bochechas.
Eu não sabia o que dizer. Não sabia se pedia desculpas por não acreditar nele, não sabia se desabafava ou se apenas fingia estar tudo bem.
- O que caralhos aconteceu?
- Eu estava com Nash e... - Ele me interrompeu.
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dare me • vinnie hacker
Teen FictionPerder a mãe e ter que mudar de vida totalmente não é nada fácil, mas é exatamente com isso que Nailea terá que lidar. Três meses depois de perder sua mãe, Nailea e seu irmão Peter, precisam ir morar com seu pai devido às circunstâncias. E foi l...