dare me • vinnie hacker

[87] vinnie

   A primeira coisa que senti ao abrir os olhos foi uma tremenda dor de cabeça.

- Finalmente. - Disse Nailea, vindo até mim no sofá. Como diabos vim parar aqui? - Como você ta se sentindo?

- Como eu vim parar aqui?

- Qual a última coisa que se lembra? - Perguntou Nailea, franzindo a testa. A última coisa que eu me lembrava era eu usando algumas drogas que peguei com Thomas ontem  no meu carro, mas eu estava com vergonha de falar isso.

- Eu estava no meu carro, não lembro pra onde eu estava indo. - Ela bufa.

- Você chegou aqui bêbado e drogado, Vinnie. E Mina também me contou tudo. - Respiro fundo.

- Olha, me desculpa por colocar você no meio disso. Eu não deveria ficar te incomodando com meus problemas ou vir aqui daquele jeito. - Ela se senta ao meu lado.

- Vinnie, tá tudo bem. Eu me importo com você. Eu só queria que você tivesse me contado. - Disse calmamente.

- Sério? - Ela afirma com a cabeça.

- Mas se souber que usou drogas de novo eu nunca mais faço sexo com voce. - Disse ela e eu ri.

- Tudo bem.

- Você devia tomar um banho. - A olho incrédula.

- Ta me chamando de fedorento?

- Voce ta cheirando a álcool, eu não gosto de pessoas cheirando a álcool então vá tomar banho. - Reviro os olhos e subi até seu quarto e entrei no banheiro.

   Ao me olhar no espelho, notei que meu rosto tava machucado e com alguns roxos já, mas eu não ligava muito pra isso. Minha cabeça doía e meu corpo também, estou com medo de começar a sentir abstinência  aqui na casa da Nailea. Eu já tive problemas com drogas quando estive no começo da adolescência então sempre que eu acabo usando, eu entro em estado de abstinência. Os próximos três dias serão longos.

   Quando saí do banheiro após tomar banho e escovar os dentes, minha roupa estava dobrada encima da cama e Nailea estava sentada na cama mexendo no celular.

- Ah, lavei sua roupa e coloquei na secadora enquanto você tomava banho, sei que você sempre demora.

- Obrigado. - Ela sorriu.

   Me vesti e então me sentei ao seu lado, coloquei meu braço em volta do seu ombro e dei um beijo em sua bochecha.

- Obrigado por cuidar de mim hoje, sério. - Ela sorriu novamente.

- Não foi nada. Aliás, Jordan não parou de te mandar mensagens nem por um segundo.

   Ela me entregou meu celular, que estava em cima da escrivaninha. Ele havia mandado 40 mensagens e me ligado 15 vezes.

   Nós ficamos trocando mensagens por algum tempo até que combinamos de que eu iria mais tarde na casa dele e explicaria tudo. Ele queria que eu fosse agora, mas eu não queria deixar Nailea depois de ela ter me ajudado.

- Você quer fazer algo? Eu posso te compensar por ter me ajudado hoje. - Pergunto, enquanto coloco uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

- Você tá bem pra fazer algo? - Perguntou Nailea, enquanto franzia a testa.

   Na verdade, eu não estava. Meu corpo estava pesado e tudo doía, eu sentia ânsia de vômito e dor de cabeça.

- Claro que tô bem. Podemos fazer o que quiser.

- Vamos fazer algo que seja diferente então, você precisa tirar essa cara fechada do rosto.

- Eu não tô com a cara fechada. - Disse eu, notando depois que minha cara estava fechada e eu ri.

- Vamos comer um lanche, ir ao Starbucks ou no shopping. - Sugeriu ela.

- Meu carro está ali fora então posso dirigir, sei que você vai demorar pra se arrumar então vou ficar deitado esperando.

- Eu não demoro pra me arrumar. - Disse ela, cruzando os braços.

- Aham, vai lá. - Digo.

   Ela bufou e então entrou no banheiro. Enquanto isso, comecei a tomar o máximo de água possível pra conseguir ficar hidratado e não sentir tanto a abstinência depois.