Naruko Uzumaki| Livro I

•Mahina Senju•

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Meus olhos negros se dirigiram para o canto direito da sala, atravessando a janela e encontrando um céu alaranjado pelo fim da tarde. Era uma vista magnífica que fiz questão de ter quando auxiliei no projeto para o novo prédio da Anbu; o lugar onde o escritório do falecido Danzou se encontrava não tinha acesso aquele espetáculo, foi a primeira coisa que mudei quando assumi.

Nunca foi verdadeiramente minha vontade alcançar esse posto- até porque ninguém esperava pela morte do homem-, mas fazer parte da organização era meu sonho desde que eu era uma pirralha que não conseguia passar no teste de Ninjutsu.

Os Anbus estiveram presentes na minha rotina desde muito antes de minha mãe se tornar Hokage, era o jeito dela de estar sempre de olho em mim, temia minha proteção no meio da guerra em que estávamos. Quando assumiu o cargo, eu frequentava seu gabinete todos os dias e podia sentir a presença dos ninjas para todo lugar que ia.

Nunca fui uma criança prodígio, ou meramente comportada, nenhum dos meus pais apresentavam esses genes; fazia do tipo encrenqueira, o que era mais um motivo para estarem sempre de olho em mim; minhas notas eram baixas e eu não levava jeito para ninjutsu médico; para o aborrecimento da Godaime, também não tinha interesse nessa técnica, gostava do campo de batalha da ação, isso a preocupava.

A lista de decepções que causei a minha genitora e a Vila era extensa. A primeira fora logo nos primeiros meses em que descobriram minha existência; uma mulher dar a luz a um homem era motivo de honra para as famílias mais tradicionais, e como Tsunade não teria mais filhos, aquilo foi uma decepção para os anciãos; todos esperavam de Tsunade um homem que seria tão forte quanto Hashirama. Mas é claro que minha mãe não perderia tempo em ofender toda ou qualquer pessoa que se metesse no sexo do filho dela.

A notícia da gravidez da Senju em si foi um escândalo; uma mulher de grande influência na Vila estava grávida, sendo solteira; isso tomou proporções tão grandes que Tsunade estava a ponto de fazer um pronunciamento sobre esse assunto, era óbvio que aqueles velhos estavam querendo arrumar problema para o lado dela.

Mas, mais tarde, ela anunciou seu noivado com Jiraya, meu pai. A vontade fora toda sua, até porque isso já estava em seus planos, mas toda Konoha especulava que ela havia feito por pressão, que estar solteira tento uma filha fazia com que a mulher fosse vista com maus olhos. Pela primeira vez ela decidiu ignorar todo aquele assunto, Tsunade estava feliz e aqueles velhos não valiam seu estresse.

Eu tinha orgulho do meu pai; era compreensiva quanto as missões que ele fazia e, apesar de me sentir mal toda vez que o via sair pelos portões da Vila mais uma vez, sorria e esperava sua volta com mais presentes dos lugares que visitava. Tsunade e os amigos próximos ficavam perplexos por uma criança de tão pouca idade não sofrer tanto com esse ausência; mas era apenas o que eu sentia, orgulho.

Então eu crescia, uma garota saudável. O estresse dos primeiros meses pareciam ter sido a muito tempo, era rodiada de amor mesmo com a ausência constante de um pai. A casa estava sempre cheia; Yahiko, Konan, Nagato e Minato eram meus irmãos mais velhos; Obito, Rin e Kakashi também faziam parte da família. Também havia ele, Shisui, meu melhor amigo.

Eu conheci o garoto enquanto tentava inutilmente fazer um ninjutsu básico; meu pai não havia me visitado na primavera daquele ano, como sempre fazia, isso aumentou minha irritabilidade e minha concentração caiu para zero. Nem sabia exatamente em que campo de treinamento estava, só queria destruir algumas árvores, mas não tinha força suficiente para tal.

O Uchiha puxou conversa; eu talvez tenha o ofendido muito, antes de trata-lo com educação, mas ele não pareceu se importar. Lembro de ficar admirada por ja ser formado com tão pouca idade, parecia até mais novo que eu, o que descobri ser verdade depois.