Capítulo não corrigido.
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Talvez, depois de todos aqueles anos cumprindo missões perigosas pelas cinco grandes nações, eu houvesse mudado. Quem sabe o brilho de meus olhos adolescentes tivessem sim apagados por tantas mortes causadas por minhas mãos e, aquele garotinho de doze anos tão parecido com Naruko, não existisse mais.
Quando cheguei a Vila, esses pensamentos rondavam minha cabeça e de outras pessoas que me conheciam antes de partir; acreditando que o garotinho alegre e sonhador havia sido substituído por um homem reservado e frio.
Mas aquilo não era verdade.
Podia não ter mais aquele ar de criança, olhos brilhantes e inocentes, mas ainda era alguém alegre, sonhador e com o mesmo sorriso atrevido. Havia sido forçado a amadurecer; não só pela morte daqueles que amava mas também por um sacrifício feito pelo bem de minha vila e clã, a qual desde muito novo sonho proteger e honrar.
Ainda era o mesmo e queria que as pessoas enxergassem isso da mesma forma que senti Inari enxergar ao retirar a máscara e sorrir para ele.
Estava ali e ainda era o mesmo.
Amo meus alunos da mesma forma que amei Minato, Kakashi e Kushina, tanto quanto amo Rin e minha falecida avó. Aprecio a coragem e força do pequeno Uchiha que o impulsionava a proteger aqueles que ama; admiro o rosado e sua preocupação pelo bem estar de todos, principalmente seus companheiros; a determinação de Naruko era o que muitas vezes me inspirou a continuar. Os três são crianças incríveis e me trazem o sentimento de nostalgia; vejo meu antigo time naquelas crianças.
Gosto de passar meu tempo com eles, de sentir que havia voltado aos velhos tempos em que fazia parte do time Sete como gennin. Leva-los para comer ou limpar um lugar qualquer a mando de Tsuande. Sentia a necessidade de cuidar deles.
O meu súbito fracasso no País das Ondas ao protege-los me abalou por alguns dias que se seguiram, mas me recompus o máximo que pude e foquei em não me apedrejar pelos erros e sim aprender com eles. Era a forma mais saudável de lidar com tudo aquilo, mesmo que na prática seja mais difícil.
Não pude me abrir com Rin sobre esse assunto e ela ficaria enfurecida por não tê-lo feito; mas havia algumas pequenas feridas que preferia manter em segredo e longe de seus cuidados, assim como fazia em minha adolescência, porém, havia ficado melhor em esconde-los.
Durante todas as manhãs em que compramos flores e seguimos para onde o corpo de Kushina repousava, mantive o completo silêncio, estava ali para apoia-la naquele momento tão difícil para si, e não para bombardea-la com os meus problemas. Rin precisava de mim.
Conforme a semana se passou, por vontade própria ela conseguiu chegar até Minato, onde não pode segurar as lágrimas que banharam completamente seu rosto. A abracei em silêncio, afagando os cabelos castanhos. Por anos a culpa havia afastado a Nohara daquele lugar, e agora finalmente estava se libertando de tudo aquilo que a prendia ao passado. Não poderia estar mais feliz por isso.
Agora, faltava apenas Kakashi. Aquele que ela tremia ao se lembrar; onde a culpa estava enraizada; a origem de todo o seu sofrimento.
A ninja médica ainda não havia feito menção de ir até o memorial do falecido jonnin; a última vez que o fez, cortou seus laços comigo e nunca mais pôs seus pés sobre a grama baixa que o cercava.
Sua relutância era totalmente compreensível, então não a precionei, faríamos tudo em seu tempo. Ela já havia chegado muito longe e não existia mais escapatória.
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Naruko Uzumaki| Livro I
FanfictionLivro I da série "Um Efeito Borboleta". "As meninas podem fazer tudo o que os meninos fazem e mais." ~Anne Shirley Cuthbert. A morte de uma criança de cabelos vermelhos; o nascimento de alguém que foi capaz de mudar a história; um sacrifício de últi...