Capítulo 34 - Kunoichi Venenosa

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Shizune Katô era, sem dúvidas, um dos seres mais racionais de Konoha. Jonnin; líder de esquadrões; assistente da Hokage; médica e, o mais importante, mãe. Todos esses cargos fizeram dela ainda mais uma pensadora racional, já que ser prática e sangue-frio já eram traços de sua personalidade.

Não era como outros ninjas que muitas vezes agiam na emoção e tomavam decisões impensadas. Shizune era cautelosa.

Mas havia alguém que podia facilmente levá-la a cometer ações nem um pouco racionais. Esse alguém era seu filho adotivo.

Sai Katô.

Não estava em seus planos cuidar de uma criança; ela gostava de levar a vida sozinha, se dedicando 100% ao trabalho e não sendo responsável pela educação de alguém. Estava bem apenas puxando a orelha de Tsunade quando necessário, cuidando de feridos e vez ou outra saindo com amigos. Não precisava de mais nada.

Mas aos seus vinte e dois anos, depois do desmoronamento do prédio da ANBU NE, ela se viu encarando um par de olhos absurdamente negros.

Nunca soube ao certo o que a fez sentir interesse na criança pálida e perdida; mas desse dia em diante, sentiu a necessidade de proteger o garoto que havia passado toda sua vida em cativeiro. Centenas de crianças passaram pelo mesmo, mas a morena só tinha olhos para Sai.

Ele falava pouco; não era dos mais carismáticos e tão pouco se parecia com qualquer criança da idade dele, as circunstâncias com a qual viveu o impediam. Mas a Jonnin gostou disso; das respostas inteligentes, de sua incrível observação, inocência e sinceridade. Sai era reservado e jamais lhe daria trabalho.

Mas não foram essas qualidades que a fizeram o adotar, sabia disso. Era algo mais profundo, uma conexão de almas que jamais poderia ser explicada.

Era por isso que a criança tinha esse poder, de mexer de maneira absurda nos sentidos da mais velha, a colocando em uma situação que jamais se imaginaria. Como ser sensei de uma garota Yamanaka que nunca se quer havia reparado.

Também não sabia como seu filho a conhecia e o porquê de ter tanto interesse de torná-la sua pupila, mas acabou sendo ridiculamente manipulada a isso. Agora lá estava ela, encarando olhos azuis que tremiam de medo.

É claro que a loira havia aceitado a proposta, as finais estavam chegando e ela - como Sai havia instruído - não possuía ninguém para lhe orientar. Só não imaginava que fosse a pessoa perfeita para treinar a jovem.

Não devia esperar menos da excelente percepção do jovem ANBU. A de tê-la manipulado a agir sem pensar, ele jamais a colocaria em uma situação sem sentido.

- Então quer dizer que possuí vasto conhecimento em ervas venenosas? - Shizune perguntou, já mais calma; estava tendo uma conversa interessante e esclarecedora com Ino, obtendo informações para saber exatamente o que deveria ensina-la.

- Sim... é um estudo ressente. Depois de observar uma luta durante as preliminares, eu descobri que poderia ser uma boa estratégia para mim.

- Foi uma ótima idéia, levando em conta que já é familiarizada com plantas venenosas...

- Mas queria fazer isso de forma diferente, mais inovador e surpreendente do que apenas utilizar uma kunai coberta de paralisante!

- Sai, como diabos sabia disso? - Cochichou para si mesma, surpresa pela revelação.

- Como?

- Ah? Não é nada... - sorriu amarelo - Apenas estava pensando que sou a pessoa certa para te orientar... certa até demais.

Naruko Uzumaki| Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora