•Rin Nohara•

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Capítulo narrado pela patroa, apreciem com moderação...

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Caminhava pelas ruas de Konoha após sair de mais um plantão. Por ser tarde da noite, tudo que eu escutava era o barulho dos grilos meio a pouca iluminação que os postes de luz ofereciam. Era desconfortável, mas já estava acostumada. Foram tantos anos com essa mesma rotina que não me importava mais com o silêncio das ruas, não era como se fosse perigoso para mim; era uma jonnin, quem me subestimasse pagaria caro por isso.

O plantão tinha sido duro, como todos os anteriores, meus pés clamavam por um descanso e uma bacia com água quente para poder relaxar. Eu precisava urgentemente dormir e, talvez, de uma tigela de morangos frescos para recuperar as energias.

- Mas, antes de tudo, preciso de um banho...- disse sem ao menos perceber.

- Precisa mesmo.

Meus olhos encontraram os âmbar a alguns metros de mim. Tinha me assustado, não negaria, estava tão exausta que baixei minha guarda e isso era uma falha muito grande para alguém do meu nível; mas estava usando o que restara das minhas energias para chegar até em casa.

Os últimos dias foram difíceis, cada minuto era torturante e eu não conseguia fingir mais. Me desgastei quando coloquei um sorriso no rosto e disse a Tsunade que era cansaço, quando me limitei a falar que era apenas saudade de Obito; mas não apenas isso. Não tinha superado a morte de Kakashi, não tinha superado a morte de Kushina e Minato e também não havia superado a morte dos meu pais.

A guerra tinha me tirado todos eles e eu não tive chance de salva-los, que tipo de médica sou se não consigo curar quem eu amo? Remoia isso todos os dias e me afundava cada vez mais no trabalho para tentar pensar em outra coisa que não fosse a culpa que sentia.

- Konan? O que está fazendo aqui uma hora dessas?

- Te escoltando- riu se aproximando- nunca se sabe quando um nukenin vai aparecer para sequestrar uma das pupilas da Hokage.

A mulher usava seus trajes habituais, ela era ousada e suas roupas casavam perfeitamente com a personalidade forte e poder que tinha. A calça preta junto a blusa que deixava boa parte de seu pele a mostra- incluindo a barriga, onde um piercing a infeitava- destacavam suas belas curvas. Konan era incrivelmente atraente.

‐ Posso muito bem me defender sozinha, mas obrigado pela preocupação- cruzei os braços espremendo os olhos.

- Mesmo assim, vou te acompanhar até em casa... por precaução- completou com a última parte após receber um olhar de repreensão meu.

Começamos a caminhar lado a lado em direção ao meu apartamento. Eu e a jonnin eramos amigas desde que ela havia chegado na vila junto a Jiraya, Nagato e Yahiko a anos atrás- ainda muito menina. Frequentava com frequência a casa de Tsunade, que futuramente se tornaria a Godaime, então conversas com a azulada se tornaram parte de minha rotina e, com o tempo, uma amizade forte surgiu.

Com a morte dos meus pais e aumento dos plantões, comprei um apartamento o mais próximo que pude do hospital para estar sempre a disposição e facilitar meu deslocamento nas madrugas solitárias que atravessava as ruas de Konoha. Era muito nova, mas depois do período de luto me adaptei rápido. Minato-sensei e Kushina me davam suporte, e quando eles se foram, a rotina e vida monótona eram minhas melhores amigas.

Konan é uma ninja ocupada, sendo um dos jonnins mais habilidosos e de confiança total da Hokage, com o tempo nossos encontros se tornavam cada vez menos frequentes até se tornarem incrivelmente raros. As pessoas cresciam e as responsabilidades vinham, como ninjas elas eram ainda maiores, e sustentar uma amizade com interações frequentes é quase impossível.

Naruko Uzumaki| Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora