Naruko Uzumaki| Livro I

Capítulo 36 - Borboletas são carnívoras

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— Parece que alguém perdeu feio... Você está péssimo! — Os olhos vermelhos não estavam tão cheios de si como costumavam. As palavras eram ácidas, mas de alguma forma ela estava preocupada com ele.

Neji suspirou.

Havia acabado de descobrir a verdade da morte de seu pai e seus companheiros de time tinham deixado o quarto a pouco, sentia-se leve.

— O que faz aqui? Deveria estar torcendo por suas companheiras. — As palavras não saíram ríspidas como de costume, isso surpreendeu Mayumi.

— Vim ver como está, te vi treinando sem descanso para esse dia e tudo acabou tão... — Se silenciou, engolindo o resto da frase que poderia deixar o Hyuga irritado.

— Não importa mais — olhou pela janela — tenho coisas mais importantes para pensar.

A morena entendeu aquilo como uma indireta para que saísse do quarto e assim ela fez. Respeitava o perolado como não respeitava ninguém, nem ela mesma sabia a razão, mas havia construido uma relação incomum com ele.

Os dias em que sua própria mente a condenava e ela inconscientemente encontrava abrigo em umas das árvores que cercavam o clã Hyuga, e lá ficava a incomodar a única pessoa que respondia a altura as suas ofensas.

— Ei, Yuhi — chamou, a fazendo olhar confusa para Neji — obrigada pela preocupação, vou ficar bem.

  A de olhos vermelhos não sabia o quão forte Naruko tinha acertado a cabeça dele, mas ela gostou dessa mudança repentina.

Seu coração se aqueceu como poucas vezes havia acontecido.

— Não fica de melação, Hyuga. Acho bom melhorar logo, da próxima sou eu que vou te arrebentar. — Piscou pra ele.

— Essa eu quero ver. — Sorriu.

[...]

Na arquibancada Sakurai e Mahina tiveram um momento de extrema felicidade ao presenciarem a vitória da Uzumaki. A alegria foi tanta que pularam de seus assentos e compartilharam de um abraço repleto de empolgação e alívio.

Era nítido que carregaram a mesma preocupação pela loira.

Quando a próxima luta se iniciou, os olhos negros da Senju se atentaram a uma certa gennin que chamou sua atenção. Ela não era uma especialista em todo tipo de inseto, todo seu conhecimento sobre girava em torno de borboletas, mesmo assim notou que os besouros de Yasu Aburame eram completamente diferentes dos de Shino.

Olhando por fora era impossível notar alguma diferença, porque a peculiaridade estava no instinto daqueles animais. Mahina tinha uma pequena quantidade de anbus pertencentes ao clã dos insetos, porém  foi o bastante para que observasse de perto a forma como eles se alimentavam de chakra.

Naquele momento, os insetos da garotinha Aburame até podiam se alimentar unicamente de chakra.

Mas não estavam, nem de longe, saciados.

Os besouros de Yasu eram brutais, assasinavam os de Shino de forma instintiva, de modo que mesmo em menor quantidade eram superiores aos do filho do líder. Logo a platinada entendeu de onde vinha tal instinto.