Capitulo 12 - Uptown funk

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"Don't believe me, just watch"

"Se não acreditam, só observem"

Liz

- O molho ficou bom. - digo enquanto levo uma nova garfada de talharim ao molho branco a boca.

- Pensei que você iria fazer sopa, qual a ideia do macarrão?

- Só deu vontade. - Dei de ombros. - diga-me o que te deixou tão chateada antes de você bater a porta do quarto feito um furacão, antes de irmos a reunião?

Jeana respira fundo, vejo seus olhos piscarem e ela tentando controlar o fluxo respiratório.

- Eu não quero mais brigar, Liz. Estou sem forças pra isso. Você não precisa tentar ser carinhosa ou compreensiva, você já me ajuda muito só em estar aqui. - ela fala e eu percebo a tristeza em seus olhos.

- Jeana, olha só. Patrick me ligou ontem, disse que você dormiu no bar e não estava bem, você contou da nossa sociedade e comentou problemas no trabalho, não tenta fazer a linha forte, se você precisa de algo, fala comigo, estou aqui para o que você precisar.

- Ah não fode, Liz. - ela fala sem grosseria, mais com vergonha do que com raiva e leva as mãos ao rosto apoiando os cotovelos sobre a mesa. - Okay, eu preciso desabafar, então, que seja com você.

- Obrigada, pela enorme consideração rainha Jeana Myers. - falo a provocando e ela bufa.

- Bom, não é nada do trabalho - ela fala e se corrige - na verdade é também.

Jeana levanta da mesa e caminha até a pia, apoia as mãos na mesma e puxa por suas narinas o máximo de ar que consegue, ela se mantém de costas pra mim e eu só observo o ritual que ela faz para dividir o que quer que seja comigo.

- Meu pai me ligou, ele quer que eu vá para o casamento da minha irmã. O noivo é dono de um estúdio de gravação em Los Angeles, o cara é famoso e podre de rico.

- E você vai? Posso te acompanhar se quiser.

Ela fica alguns minutos em silêncio, respirando fundo visivelmente tentando se manter calma.

- Liz, meu pai perguntou quando eu iria tomar jeito na vida e parar de jogar o nome dos Myers na lama. - ela vira-se para mim e eu percebo lágrimas em seus olhos. - meu pai me despreza e eu não consigo fazer nada pra mudar isso.

Perceber a Jeana vulnerável partiu o meu coração. Levanto do meu lugar e caminho até ela para oferecer um abraço.

- Não! Nem pense nisso! - ela diz com uma das mãos estendidas e a palma direcionada em um claro movimento para que eu parasse.

- Eu sou uma decepção para a minha família, mas nem você nem ninguém tem o direito de ter pena de mim. - ela fala com um tom mais grave enquanto as lágrimas escorrem.

Fico observando a sua respiração desrregualada e cruzo os braços em meu peito.

- É impressionante o tanto que você se esforça pra se sabotar, Jeana! - falo me aproximando um pouco mais. - Seu pai é um idiota por pensar assim e você mais ainda por se deixar abalar desse jeito! Eu sou sua amiga, eu não tenho pena de você. Eu me preocupo e quero te ver bem, o máximo que eu posso te dar agora é meu abraço e meu colo, o nome disso é amizade e não pena.

PARA SEMPRE O SEU ELO - SPIN OFF - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora