Epílogo

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Lucca

18 anos depois.

Eu cresci em um lar cheio de amor, compreensão e loucuras. Minha mãe e meu pai sempre contam a história de como se conheceram e o big Silverston vive repetindo que eu devo evitar repeti-la. Não por não ter sido uma grande história de amor, mas por ter começado de uma forma que teria tudo para dar errado.

Que bom que não deu.

Mamãe sempre foi muito carinhosa e parceira, ela com seu jeito positivo me deu as melhores lições de como encarar situações difíceis. Meu pai é o louco da nossa casa, o cara das brincadeiras e risadas, meu exemplo de força e determinação. Construiu um império para a minha família e ver o quanto isso não mudou a essência do meu velho me orgulha demais. A simplicidade dos meus pais, mesmo a nossa vida sendo tão abastada é minha meta de vida.

Cresci com muitos privilégios e rodeado de seguranças, mas nunca esqueci do que minha mãe repete dia e noite, algo que ela viu em uma série e se aplica no que passou: a vida é como um carrossel e ele nunca para de girar. A minha chegada uniu meus pais e isso é demais, principalmente quando percebo que sou o filho favorito. Mas eu sei que tem capítulos que foram nebulosos nessa história e se minha família está unida hoje é por pura determinação daquele casal.

Algumas situações aconteceram no último ano, perdemos meu vô Humpfrey, há cinco meses, e isso abalou bastante a nossa família, principalmente minha irmã que andava triste e fazendo besteira. Precisava contar para os meus pais o que andei observando no comportamento de Louise, mas eu nunca tive um jeito sutil. Como dizia meu pai, comigo era com o pé na porta.

- Já sabe que eu não vou ser sua babá nesse final de semana, não é? - pergunto pra minha irmãzinha Louise, que me encara com uma carranca enorme.

A mesa de café da manhã está repleta e eu sento com minha família para me deliciar nos intentos gastronômicos da minha mãe. Papai com seus óculos empoleirados no nariz sorri com minha implicância com minha pequena monstrinha.

- Não mexe com sua irmã, filho. - mamãe defende a pirralha.

- Esse final de semana será diferente Dona Liz. Eu não vou ficar correndo atrás dessa criatura que não tem idade para beber, mas quando se junta com a espoleta Mitchell inferniza a nossa vibe e obriga a mim e ao Nickolas a ficar de olho nas duas e nos gêmeos que não dispensam nada! - minha mãe faz uma cara chocada e papai sorri.

- Você é tão idiota, Lucca! - Lou joga um pedaço de bacon no meu rosto.

- Vocês podem explicar o que aconteceu? - Mamãe pergunta, mas no fundo eu sei que não quer saber.

Tia Amanda sempre repete que nunca esteve pronta para ser mãe de uma menina. Algo como saber exatamente do que são capazes.

- Isabela Mitchell e Louise Silverston beberam no último final de semana e deram trabalho, Nickolas considerou não deixar as duas sozinhas. - Mamãe arregala os olhos e papai segura o sorriso que quer ampliar em seu rosto. - Encontrei a Louise aos beijos com um dos gêmeos Mitchell que eu nem sei dizer qual era, já que ele estava sem camisa e isso chegou meus olhos. Imagina só ver minha princesa atracada em um marmanjo daquele tamanho? - Louise me olha irada e papai deixa o sorriso morrer.

- Você esta tão ferrado, Lucca. - a loirinha magricela ameaça. Papai pigarreia e encara a meliante.

- Eu sei que não é hora para isso, talvez essa deveria ser uma conversa particular, minha filha, mas... - ele se ajeita na cadeira para ganhar tempo e encontrar as palavras certas. - Vocês são muito jovens, meu amor. Tenha cuidado com... Certas coisas. Talvez não seja a hora de ter essas experiências e... Bom, está cancelado a permissão para passar o final de semana com os Mitchell. É isso. - ele finaliza fechando o jornal e o jogando sobre a mesa.

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