PARA SEMPRE O SEU ELO - SPIN OFF - CONCLUÍDA

Capitulo 21 - Arcade

"A broken heart is all that's left
I'm still fixing all the cracks
Lost a couple of pieces when
I carried it, carried it, carried it home"

"Um coração partido é tudo o que restou
Eu ainda estou consertando todas as rachaduras
Perdi algumas peças quando
Eu o levei, levei para casa"

David

Abri os olhos e me percebi em meu quarto, é um domingo frio na selva de pedra. Preciso encontrar uma lavanderia aberta urgente e colocar minhas roupas para lavar.

Talvez seja o caso de contratar alguém para me ajudar e ajudar a Liz quando ela estiver por aqui.

Levanto da minha cama e caminho pelo meu empoeirado apartamento de três quartos, ampla sala, cozinha e área de serviço, onde só está habitável dois cômodos, meu quarto e a sala.

Encostado em uma das paredes olho em volta e vejo o cenário, um apartamento bem localizado que cabe uma família de no minimo quatro pessoas que custou uma fortuna e parece inabitável por eu simplesmente não cuidar dele.

O sofá segue no plástico que veio envolto.

Hora de mudar esse cenário, vem um bebê por aí e ele precisa de conforto. Eu vou ser pai... Isso soa esquisito como um cacete.

Laurie sempre quis viajar, queria meu tempo para ela, mas filhos? Nós nunca falamos sobre filhos. Nem sei se ela cogitava ser mãe, estava sempre com os anticoncepcionais em dias e as vezes me fazia usar camisinha.

Nunca pensei de fato sobre esse tema, ser pai. Julie é a criança que mais convivi na vida, o que parece uma piada já que basicamente minha sobrinha me convive comigo a menos de um ano.

Viver fugindo de Nova York me afastou do meu irmão e da minha sobrinha, parece que agora terei muitas oportunidades para recuperar o tempo perdido.

Volto para o meu quarto e caminho ao banheiro, tomo um rápido banho quente, me seco e com meu roupão caminho até o closet para vestir uma roupa quente. Calça jeans, camisa de manga longa e um casaco, nos pés uma botina e duas meias grossas. Me recuso a deixar meus dedos congelarem.

Arrasto a mala até uma das lavanderias perto de casa e assim me livro das peças que provavelmente em poucos dias estarei levando mais uma vez ao Catar.

Queria ficar, ter mais contato com a Liz, conversar um pouco mais com ela, saber o que ela pensa sobre estar aqui, porém sei que é necessário minha presença no meu trabalho, a unidade está em uma fase delicada do processo e não posso me abster da minha responsabilidade com meu trabalho.

Um suspiro fundo escapa do meu interior, queria estar perto dela. Ver os olhos chorosos de Liz durante esses dias que ficamos juntos me quebraram, a última vez que vi alguém assim foram os amigos da faculdade em uma ou outra situação delicada.

Depois da morte de Laurie me considero um homem isolado e sem amizades que me despertem esse instinto protetor, sou sociável, óbvio. Onde ando facilmente faço amizades com colegas de trabalho e conheço pessoas no mundo inteiro, mas amigos em que se precisassem de abrigo em minha casa eu abriria as portas, posso dizer que praticamente não tenho mais.