Capítulo 32 - Tão Bem

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"Ela demonstrou tanto prazer
De estar em minha companhia
Eu experimentei uma sensação
Que até então não conhecia
De se querer bem
De se querê quem se tem"


David

Faltava uma semana para a data combinada em que eu voltaria pra casa, amanhã será o evento da fundação que a Petroll Industries criou para filantropia, minha garota vai trabalhar na festa e eu preciso prestigiar.

Conversando com o barrigudo de bigode, resolvi que voltaria para casa hoje. Pegaria um vôo com quantas escalas fossem necessárias, desde que eu conseguisse chegar em casa na noite do evento.

O trabalho que faltava pra finalizar em uma semana, era perfeitamente possível que eu fizesse de casa. Queria fazer uma surpresa para a loira mais linda de todo esse mundo, e para isso nao contei a ninguém, além do CEO, do meu retorno.

Foram dias difíceis longe dela e do molequinho, é insano pensar o quanto todas as decisões que eu tomei desde que busquei a Liz em Long Beach mudaram toda a minha percepção de futuro.

Além de me ver com ela e muitos filhinhos, eu estou aqui ansiando chegar na cidade que eu mais odeio e agora amo mais que tudo nessa vida - Essa dualidade de sentimentos me enlouquece. Eu não me reconheço mais.

Meu norte são eles, meu futuro, meus planos financeiros e pessoais giram em torno dos dois. E foda-se que ela ainda mantém o pé no freio, eu me conheço, não tem mais volta e isso está decidido. Assim que voltar a Nova York resolverei todas as minhas pendências e a retomada da minha vida vai começar de fato.
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O vôo comercial com três escalas fuderam com o restante do meu juízo, mas estou ansioso demais para ver a minha garota, que isso não vai me impedir de ir pra casa tomar um banho quente e vestir o meu melhor smoking, a não ser que...

Como esperado, a porcaria da mala sumiu.

- Só pode ser brincadeira. - digo impaciente ao funcionário do aeroporto e ao rapaz da companhia que me encaram. - Eu tenho um evento importante daqui a 40 minutos e como sempre, nessa merda de aeroporto minha mala some mais uma vez? - pergunto irado e os dois se mantém em silêncio. Respiro fundo tentando me recompor, os funcionários não tem culpa pelo serviço de merda, dessa merda de lugar. - Me desculpem, eu estou cansado e nervoso.

- Nós podemos abrir uma ocorrência quanto a sua mala, quando a localizarmos entramos em contato, assim o senhor não perde o seu evento. - diz o rapaz da companhia e eu continuo respirando fundo de modo que meu corpo começa a se acalmar.

- Tudo bem, eu realmente preciso ir. Sorte a minha que naquela mala só tem ternos e sapatos italianos e nada mais importante. - exaspero e eles riem da minha ironia. - Obrigado pela atenção, vou aguardar o contato.

- Pense pelo lado positivo, ao menos o Senhor está em casa. - O funcionário do aeroporto sorriu e a sua ironia conseguiu me divertir.

Pensei no íntimo do meu ser, é exatamente por isso que eu odeio esse lugar. Manhattan é um caos, a ilha coração do estado de Nova York é a porcaria de um caos. Mas é aqui que minha vida e meu coração estão, foda-se essa mala.

Me afasto dos dois e saio do aeroporto com minha bolsa de mão, que contém o que realmente importa. Roubo um táxi de um cara que parecia turista e me sinto só mais um idiota nessa selva de pedra, mas preciso chegar na minha garota e vê-la brilhar essa noite.

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