PARA SEMPRE O SEU ELO - SPIN OFF - CONCLUÍDA

Capítulo 49 - In The End 2

David

No carro com Vincent, eu só pensava que precisava alcançar minha esposa. Jeana dirigia feito louca na rodovia e Vincent a todo momento falava no celular com seus seguranças, uma das preocupações dele era sermos barrados pela polícia, de modo que perderíamos a boa proximidade com o carro de Jeana.

- Dante, dê um jeito de não sermos parados!

- Não se preocupe homem, Nova York é minha! Tudo está sob controle! - uma voz respondeu no sistema de som do carro. Vincent finalizou a ligação e respirou fundo.

- Eu não quero nem saber a razão dele se intitular dono da cidade de Nova York. - murmurei.

- Não queira. - abriu o porta luvas e tirou uma pistola que ali estava. - E não é a cidade, é o estado inteiro.

Me senti nas histórias que o Colini contava sobre seu avô e a máfia na Sicília. Homens poderosos envolvidos com negócios escusos sempre circularam no meio da sociedade e nós fingimos não vê-los. O homem ao meu lado é mais que sabido ser alguém com as mãos, digamos assim, sujas. Só que, paga seus impostos como um cidadão de bem. Até onde vai seus problemas com a justiça? Não sei e provavelmente nunca saberei. Mas seu envolvimento com mafiosos insinuado pelo Sr. Adams não me saiu da cabeça.

Uma das preocupações com a boate do Exclusive é justamente a questão das drogas oferecidas pelos frequentadores. Apesar de termos uma empresa de segurança armada que averigua os ambientes, instalações e os frequentadores, é difícil coibir o uso dentro da casa. Em poucas noites de funcionamento já ouvimos relatos de pessoas consumindo nos banheiros. Que Deus nos ajude a manter a venda longe da casa.

Liz estava preocupada com esse tópico, ela ficava de olho principalmente na área vip, chegou até a comentar que percebia que quanto mais jovem, mais chapados os nossos frequentadores pareciam. Só de lembrar da sua preocupação com esse tema, meu peito apertava ainda mais. Eu precisava fazer algo, precisava alcança-la e a levar de volta para casa em segurança.

Em um piscar de olhos eu vi o carro de Jeana reduzir a velocidade por duas vezes e fomos cortados por uma van quase causando um acidente. Vincent, habilidosamente, evitou o acidente jogando o carro no acostamento e nós, que estávamos mais próximos das duas, ficamos para trás. Vincent colocou o carro na pista rapidamente e por alguns minutos ele dirigia, contudo não víamos o veículo que perseguiamos.

Mais a frente o carro estava parado e era possível ver marcas de frenagem na via. Vincent parou e descemos com pressa, ele com a arma em punhos e eu com meu desespero. Ouvi vozes exaltadas e corri em direção ao que pude perceber ser risadas de Jeana. Corri do jeito que pude e vi as duas rolarem se engalfinhando, em um dado momento Liz batia a cabeça de Jeana no solo e eu só pensava em alcança-la. Gritei por seu nome, não queria que ela se prejudicasse matando aquela desgraçada.

O grito estrangulado da minha mulher me encheu de pavor. Quando estava alcançado as duas, Jeana aplicou algo no pescoço de Liz, percebi que ela falava baixinho enquanto a outra sorria sentada sobre o corpo da minha mulher. Vincent puxou Jeana de cima da minha esposa e eu pude constatar com pavor que ela estava ferida com um tiro na perna e sua pele estava fria. Peguei ela no colo e pedi baixinho em seu ouvido que não me deixasse.

Eu não suportaria perdê-la. Minha vida, meus sonhos, meu filho, tudo dependia dela. Ela é o sol da nossa casa, a razão de tudo que tenho e faço, ela e Lucca são meu sopro de vida e eu não conseguia acreditar no que via, eu estava a perdendo. Corri como um desesperado em direção ao carro enquanto ela estava flácida no meu colo.