Princesa

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Dou um último retoque nos meus cabelos negros e ajeito a camisa social.

— Caramba, eu estou sempre lindo — analiso minhas feições refletidas no espelho. — Sasuke, você é um rei — borrifo um pouco mais de colônia masculina forte em meu pescoço e ponho tudo em seu devido lugar no banheiro.

Eu detesto bagunças.

Saio de casa, com calma, sabendo que ainda faltam trinta minutos para o horário do almoço marcado. Também gosto de manter extrema cautela com os meus horários.

Minha vida é perfeita. Ou melhor, praticamente perfeita.

Dou uma olhada para o meu celular, relembrando o meu segredinho sujo, antes de voltar os olhos para o trânsito.

Hoje o dia será longo.

• • •

— Filhinho da mamãe — Mikoto sorri, logo após nos encontrarmos. — Você está tão crescido. Até hoje não acredito que você já é adulto — ela aperta minhas bochechas e deixa um beijo no meu nariz. — Não é, amor?

— Sim, nosso filho já é um homem — meu pai aperta meu ombro com orgulho.

— Senti a sua falta, mamãe. E a sua também, pai — sorrio mais uma vez antes de ir falar com os outros membros da família.

Quando vou me sentar, sinto uma criaturinha segurar a minha perna.

— Sujiki — pego o menino de seis anos do chão. — Como você está?

— Titio Sasuke! — ele beija a minha bochecha.

— Onde está o seu irmão? — o garoto faz biquinho.

— Gosta mais dele do que de mim? Não tem nem como — cruza os braços. — Ele só chora e não sabe falar nada — ele diz, embora se embole com as palavras.

— Claro que não. Amo vocês dois... — coloco o pequeno no chão.

— Você me conhece há mais tempo — ele fica chateado.

— Eu te amei assim que soube que você existia. Não teve nada a ver com tempo — bagunço seus cabelos. —Toma aqui— dou algumas moedas para ele. — Vai comprar um doce sem seus pais saberem, 'tá?

— O que eu já disse sobre ficar dando dinheiro para o meu filhote comprar doce, Sasuke? — levo um susto, assim que levanto, porque dou de cara com a feição raivosa do meu irmão. — Sujiki, o dinheiro.

— Mas, papai...

— O dinheiro — ele estende a mão.

Até eu tenho medo de Itachi, mesmo com 27 anos. Imagina uma criança...

— Titio Sasuke é muito mais legal que você — ele entrega as moedas, antes de sair resmungando.

— Você é muito babão. Para de mimar ele — reviro os olhos.

— Onde que o Fuyuki 'tá?

— Com o pai dele. Acabei de amamentar já — ele fala tudo com um sorriso no rosto.

Estou feliz pelo meu irmão. Sinceramente, eu estou, contanto tem alguma coisa que aperta o meu peito e repete que eu nunca serei como Itachi. Nunca terei filhos ou formarei uma família. Tudo isso por um acaso do destino: um alfa que gosta de alfas. Bem desprezível...

Estou sempre feliz e triste ao mesmo tempo. Às vezes, eu me pergunto como eu posso ser assim.

Sorrio amarelo.

— Vou procurar ele então.

Não demoro muito tempo para encontrar a criança embrulhada contra o peito do pai. O bebê está chorando bastante.

Dringr- narusasu Onde histórias criam vida. Descubra agora