A visita

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Naruto espreme as sobrancelhas juntas, em sinal de confusão, quando ouve a campainha tocar. Pelo visto, nem ele esperava por essa visita. Bufo incomodado, assim que se afasta de mim para atender a porta, mesmo que eu permaneça na cama, esfregando os pés contra os lençóis macios.

Talvez ele ainda venha para terminar o que começamos, ou melhor, repetir o que começamos.

Sorrio de maneira débil para mim mesmo.

— Por que não atendeu o celular? Tem celular para quê? — de repente, uma voz pesarosa me tira dos meus devaneios.

Estranho as presenças desconhecidas que se misturam pelo ar e, por isso, resolvo checar o que está acontecendo.

— Au, au, au. Me solta! — Naruto reclama. — Isso dói.

Apoiado contra o batente no batente da porta da sala, me deparo com Naruto se debatendo praticamente, enquanto um homem aperta sua orelha. Além disso, um outro alguém, que não eu, assiste à cena de maneira desanimada.

Meus lábios se entreabrem um pouco.

— Ele tem vinte e três anos, Iruka. Não precisa tratar ele como uma criança mais — o mais inexpressivo diz, enquanto arrasta a mão pelos cabelos grisalhos.

Tenho certeza que já vi essas pessoas...

De repente, uma memória de um dos porta-retratos de Naruto se ativa em minha mente. Minhas bochechas esquentam. São os pais dele.

Antes que eu possa dar meia volta e pensar em algum plano para me safar da situação complicada, como pular da janela, Iruka inspira fundo e direciona seu olhar para mim. Engulo seco ao sentir o embrulhar do meu estômago.

Não é como se eu ligasse para a opinião deles sobre mim mesmo.

Ajeito minha postura e camino na direção deles.

— Ah... Sasuke... — Naruto desvia o rosto, em uma atitude totalmente constrangida. Cruza seus braços na altura do peito. — Não é isso que você está pensando. Eu, definitivamente, não estava levando um puxão de orelha — logo em seguida, ele tenta esconder a pele avermelhada dos ouvidos.

Sorrio de lado. Espera aí... Ele está com vergonha de ter tido a orelha puxada?

Mais do que a minha vontade de rir, tenho a necessidade de apontar na sua cara para mostrar quem está com as orelhas quentes dessa vez, porém, no fim, respiro fundo e me mantenho quieto.

— É... Esses são os meus pais... — de repente, o divertimento com o jeito estranho de Naruto se torna em tensão. É certeza agora. São os pais dele. Minhas mãos suam consideravelmente, só de ter essa confirmação. — Esse é o Kakashi... — indica o alfa de cabelos grisalhos. — e esse é o Iruka — repete a mesma ação, contanto para o de pele e cabelos escuros.

— Esse é ele...? — franzo o cenho para a pergunta de Iruka. — Ele é chique mesmo, Naruto.

Como assim chique? Eu nem estou usando as minhas roupas.

O vermelho de Naruto piora.

Ah. Eles devem saber que eu sou um dos homens mais poderosos do mundo... Óbvio. Quem não me reconheceria?

Aceno com a cabeça, de certa forma lisonjeado, embora, por dentro, me sinta meio envergonhado. É óbvio que eu e o filho deles estávamos transando não tem nem sequer uma hora.

— É... É o Sasuke, sim — percebo que tenta cobrir miseravelmente os hematomas no seu pescoço, enquanto os dois homens se importam mais em me fitar de maneira curiosa. — Cumprimenta eles, Suke... É que ele é meio tímido — apoia sua testa na mão, como se pensasse em toda a sua vida.

Dringr- narusasu Onde histórias criam vida. Descubra agora