Nós

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AVISO: contém obidei/tobidei.

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Deidara

Passar uma semana grudado com o Tobi se revelou pior do que eu pensava, principalmente porque eu sei que não tem necessidade nenhuma, já que nem com a barriga grande eu estou.

Ele ronca calmamente, enquanto permanece apoiado contra meu braço desde a hora em que eu resolvi ler um livro sobre a história da arte. O alfa ainda insistiu que queria ler comigo— de acordo com ele, não quer perder um segundo estando longe de mim—, mas não aguentou nem as primeiras vinte páginas.

Não é nem que eu queira Tobi no meu pé. Posso facilmente expulsá-lo daqui, até porque a casa é minha, mas eu sei que o nosso filho precisa dos feromônios do pai, por isso não o faço. Inclusive, por falar no bebê, estar grávido também é a pior coisa do mundo. Já perdi a conta de todos os exames que tive que fazer para checar se está tudo bem, passando mais de uma hora na merda do hospital.

Abaixo o livro e passo minha mão pela minha barriga, sentindo o pequeno calombo nela existente. Não entendo como está tão pequena com esse tempo todo. Será que ele está do tamanho certo mesmo?

Minha barriga ronca.

Suspiro. Sem o mínimo de cuidado, me levanto e caminho em direção à porta para buscar alguma coisa para comer.

— Dei? — escuto a voz para lá de sonolenta me chamar. Reviro os olhos. — Vai fazer o quê?

— Lá vem o fiscal de cu, hm — cruzo os braços. — Vou comer. Algum problema?

— Deixa que eu faço para você! Pode descansar. O que você quer comer?

Semicerro os olhos.

— Eu já passei o dia todo sentado, já que você não me deixa fazer literalmente nada. Hm! Minhas pernas já não aguentam mais ficar na mesma posição.

— Se você quiser, a gente tenta outras.

Entreabro meus lábios e fixo meu olhar nele, vendo sua expressão cafajeste. Meu rosto chega a queimar de raiva.

— Seu pervertido nojento! Eu vou te matar, caralho — faço questão de andar até ele para puxar sua orelha. Ele chia. — Repete, vai. Hm.

— Ai, ai, ai, ai... Calma, Dei-senpai! — tenta afastar minha mão da sua orelha. — Desculpa, mas não é como se você não soubesse como a gente pôs esse bebê aí dentro!

Fico ainda mais chocado com as suas palavras.

Hm. Ele está achando que tem que tipo de liberdade só porque eu deixei que passasse uns dias sob o meu teto?

— Vai se foder. Hm. Sai daqui agora, porra — aponto para porta, deixando de lado a orelha dolorida dele. — Vai. Está esperando o quê, hm?

— Calma, Dei — ele segura meus punhos carinhosamente. — Desculpa, certo? Era só uma brincadeirinha — sorri de lado.

— Brincadeira, o diabo — murmuro irritadamente. — Já mandei você sair.

Ele me puxa, contra minha vontade, para um abraço. Esfrega seus cabelos na minha blusa e segura firmemente a parte inferior de minhas costas. Tento empurrar seus ombros, mas é praticamente impossível por conta da sua força.

— A gravidez te deixa tão bravinho...

Levanto as sobrancelhas.

— Eu sou bravo independente disso — me afasto de uma vez dele. — Quer saber, hm? Vai buscar comida para mim, mas não qualquer comida. Hm. Eu quero uvas que estejam mais longe que um raio de cinquenta quilômetros. Se não for essa distância, eu também não quero — ele me analisa por uns instantes, antes de concordar com a cabeça. — Você vai mesmo?

Dringr- narusasu Onde histórias criam vida. Descubra agora