Confiante

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Espero no local exato em que Sakura recomendou que nos encontrássemos. É a, pelo menos, setecentos metros do meu trabalho. Disse que era menos fácil desconfiarem de nós desse jeito.

 Parado aqui, de vez em quando, olho de um lado para o outro à procura de algum sinal que estejamos sendo perseguidos. Nada por enquanto. Estou seguro. Quando vou dar mais uma checada na segurança, sinto uma mão no meu braço e solto um grito.

Fomos descobertos!

— Naruto, dá 'pra parar de gritar? Você quem dublou Psicose ou o quê? — me permito abrir os olhos ao ouvir a voz da ômega.

Estava tão concentrado em observar tudo em volta que esqueci de analisar os feromônios no ar. Alfa estúpido! Estapeio minha testa.

— E que roupa é essa? — a garota me pergunta, enquanto cruza os braços.

— O que tem de errado com a minha roupa?

— Eu te disse para vir com algo discreto, não como se fôssemos arrombar o lugar e levar todos os computadores! — revira os olhos. — Que parte você não entende de discrição?

— Mas eu 'tô de preto! Não tem nada mais discreto do que preto.

Ela puxa o gorro com furos que uso de máscara para cobrir a minha cara.

— Que palhaçada. Se nós dois estivéssemos vestidos assim para entrar lá, com certeza, era capaz de alguém chamar a polícia — cruza os braços e me dirige um olhar reprovador. — Vem logo e levanta essas mangas. Errada estava eu no Ensino Médio quando achei que você ia tomar jeito.

Ela acelera os passos sem olhar para trás. Eu sigo a garota como se minha vida dependesse disso, até porque é um fato. Se Sasuke visse uma notícia me dando os créditos por vazar seu segredo, já poderia me considerar um homem morto. Ele iria escolher a pior morte possível para mim. Tenho certeza disso. Ela calça luvas cirúrgicas e me entrega um par também. Percebo agora que seu cabelo está preso em um volumoso coque. Está mesmo preparada para não deixar nenhum rastro de nossa presença para trás.

Sakura está tão confiante que eu me pergunto quantos lugares é preciso invadir para andar com tanto gingado. Na verdade, quando ela se põe próxima ao painel elétrico do jornal onde eu trabalho e liga uma lanterna para desativá-lo com uma facilidade imensa, eu fico ainda mais confuso. Óbvio que a ômega passa alguns minutos concentrada no procedimento e murmura para que eu cale a boca a cada vez que tento fazer uma pergunta, mas ainda acho impressionante a precisão de seus movimentos e a ausência de qualquer nervosismo por parte dela. Minhas mãos, mesmo, pingam em suor.

Ela se vira para mim e aponta a luminosidade para os meus olhos. Protejo meu rosto com a mão.

— Câmeras de segurança desligadas! Tcharammm...

— Tira essa merda do meu rosto — empurro seu braço. — Foi fácil assim? Cadê a ação? Não vamos nem desviar de um laser? — solta uma leve risada com a minha fala.

— É fácil assim. Cadê a chave 'pra gente entrar? — entrego o objeto para ela, apesar de ainda permanecer com o ar interrogativo. — Qual é a da cara amassada?

— Como você sabe invadir um lugar tão bem?

— Fala sério. Você trabalha no canto mais meia-boca possível e ainda questiona — procura a chave no molho, antes de abrir a porta. — Além de que... Quem você acha que mexeu no sistema 'pra você ganhar o funcionário do mês ano passado? — dá um sorriso ladino e empurra a superfície de vidro com o quadril, nos dando acesso ao interior do jornal.

Dringr- narusasu Onde histórias criam vida. Descubra agora