Ultrassom

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Deidara

— Por que tinha que ser eu a vir te acompanhar, hm? — olho de cara feia para o ômega ao meu lado, enquanto cutuco uma casquinha de ferida no meu braço.

Itachi lambe o dedo casualmente para passar a página da revista, fingindo não escutar meu comentário. Bufo alto e puxo sua bochecha. Ele revira os olhos e coloca os papéis desinteressantes sobre o colo.

— Porque o Shisui está ocupado e o Sasuke não quis me acompanhar.

— E, hm, o que eu tenho com isso? — pergunto, abismado.

— Você é meu melhor amigo e tem que estar comigo nos meus momentos de maior dificuldade. Isso é um dos princípios básicos da lealdade.

— Mas aqui é a maior chatice — aperto o metal frio dos braços das cadeiras do consultório. — Hm. E não é como se você fosse mama de primeira viagem. Hm. Deve ser de décima. Isso, sim.

— Que isso, Deidara? É assim que você fala com a sua pessoa favorita no universo?

— Nós viemos aqui descobrir o sexo do bebê?

— Não. Eu e Shisui decidimos que isso vai ser supresa. É só um check-up mesmo.

— Hm. Haja paciência.

Me levanto da cadeira, assim que Itachi volta os olhos negras para a revista. Hm. Chatice do caralho. Ando até o bebedouro e encho um copo com água. Bebo um pouco.

Ainda entediado, vou até a máquina de besteiras que tem ali e comemoro ao ver que tenho algumas notas de dinheiro e moedas junto comigo. Passo meu dedo indicador pelo vidro, à procura da porcaria certa para o meu organismo. Só de ver o cheetos sabor requeijão, minha boca saliva. Minha barriga ronca.Hm. Está decidido. Enfio alguma das notas na máquina e clico no número em que a embalagem está posicionada. Espero o salgadinho vir em minha direção, mas isso não acontece. Irritado, chuto aquela lata-velha.

— Hm. Me devolve a minha grana, pelo menos. Baixaria do caralho — empurro a máquina mais uma vez, sem me importar com os olhares que recebo das outras pessoas na recepção. — Vai logo, porra.

O barulho metálico do arrastar do salgadinho até que ele chegue à parte inferior da máquina faz com que a minha cabeça lateje um pouco mais do que antes. Eu pego a sacola e caminho de volta ao meu assento.

Itachi me olha de um jeito reprovador, mas não dou a mínima.

Abro o cheetos sabor requeijão e começo a comer.

— Não vai me oferecer?

— Eu não. Hm. Eu, hein? Grávidos são esfomeados que só. Se eu te der um, é capaz de eu perder meu braço junto.

— Cala a boca — coloca a revista de volta na mesa. — Achava que você odiava esse salgadinho.

— Hmmm... — mastigo mais um pouco, me deliciando com o sabor salgado. — Pois é. Odiava. Mas... Sei lá. Ultimamente, 'tô gostando, hm.

— 'Tendi. Você come muita porcaria, Dei. Eu deveria voltar a ser seu cozinheiro particular.

— Vai se ferrar. Eu sei cozinhar sozinho — olho para as minhas pernas e, depois, para ele de novo. — Mas... Hm. Talvez você devesse, sim, voltar a fazer as coisas 'pra mim. Sei lá.

— Motivos? — cruza os braços e sorri convencido.

— Eu comecei uma dieta — Itachi levanta uma sobrancelha. — Hm! 'Tô falando sério.

— Uma dieta comendo cheetos?

— 'Tá! Hm! Eu sei que eu não sou lá um dos mais dedicados, mas eu estou me sentindo uma baleia.

Dringr- narusasu Onde histórias criam vida. Descubra agora