Capitulo 27 :

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Arthur: Calma não tem chamada nenhuma, eu só fiz isso porque queria te tirar daquele bando de cuecas.

Carla; Quê? Você é maluco? Eu quase tive um treco achando que tinha acontecido algo com a minha filha ou minha mãe. Você é um bastardo egocêntrico. Tudo isso porque ficou com raivinha por não ter ficado em casa te esperando feito uma idiota enquanto você deixava a Jú sentar no seu colinho.

Arthur: Eu te dei um bolo sim, eu não ia aparecer pra te ver hoje. A minha intenção era vir para o bar e relaxar.

Carla: Então é só destravar o carro e você vai lá voltar a relaxar e eu também, simples assim.

Arthur: Você acha certo, uma mãe largar a filha em casa e vir pra um bar ficar dançando e rebolando com um bando de homem te secando.

Carla: Você é muito sínico mesmo... Pra sair e me divertir com minhas amigas eu sou "MÃE". Mas você não pensou nisso quando disse que me buscaria às 23:00 para passar a noite com você. Eu sou mãe, mas não é por isso que deixei de ser mulher e ter uma vida além da maternidade. Minha filha está dormindo limpinha e bem alimentada, eu sei disso porque eu a dei banho, eu a alimentei e eu a coloquei pra dormir. Você não sabe nada, nada da minha rotina com Maria Clara. Não sabe do que já abri e abro mão por ela, então vai se foder Arthur.

Ela leva as mãos ao rosto em seguida as usa para afastar o cabelo do rosto. Ela parece cansada, não fisicamente mais emocionalmente e eu me sinto um escroto por ter falado aquilo. Será que discutiu com o pai da filha.

Arthur: Quem é o pai da menina? É o cara com quem você almoçou hoje? — ela dá uma risada como se eu tivesse dito algo irônico.

Carla: A Maria Clara não tem pai. Ela só tem a mim e claro minha mãe, Keh e Perola.

Arthur: O cara não a quis?

Carla: Felipe não é o pai da minha filha! Que saco! Eu não sei quantas vezes eu vou ter que repetir isso. Não houveram recaídas ou reconciliações, desde que nos separamos eu nunca tive mais nada com ele.

Arthur: E o que faziam no restaurante?

Carla: Eu e minha mãe e Maria almoçávamos e acabamos encontrando ele lá. Ele me ajudou a colocá-la no carro e ponto. Agora por favor abre o carro eu quero voltar para o bar.

Eu ligo o carro e saio do estacionamento do bar.

Carla: Ei eu disse que quero sair. Para onde você está me levando?

Arthur: Quietinha Madame já, já você vai saber.

Carla: Arthur seja  para onde você esteja me levando eu vou ser bem clara com você, o nosso lance já era, acabou.

Arthur: Hahaha! Isso é o que vamos ver Madame

CARLA DIAZ

Eu podia perceber pela maneira como Arthur apertava o volante e seu maxilar estava travado que as minhas palavras sobre encerrar o nosso "caso" haviam o contrariado.

Arthur era um homem lindo, rico (mesmo que não mencionasse o fato), bem dotado e bom de cama. Combinação perfeita para ter uma multidão de mulheres em cima dele, por isso era sempre mandão e achava que tudo era do jeito dele.

Por isso tentou me abalar com o cano que me deu. Só que sou uma mulher vivida, tenho 30 anos se eu cedesse a seus caprichos ele se enjoaria em poucos segundos.

Homens como Arthur Picoli gostam de desafios e desvendar pessoas, o óbvio, não é à toa a sua escolha de profissão.

Saber que ele me deu o cano porque ficou no mínimo com ciúmes de Felipe fez uma sensação levemente prazerosa se instalar em meu peito.

É claro que a tal Jú foi algo que não me desceu bem, mas a cara de Arthur quando me viu cantando para o musculoso foi memorável.

Eu simplesmente correspondi ao flerte na intenção de instigá-lo, e ver um homem feito, inventar uma mentirinha, que quase me matou do coração diga-se de passagem, me fez perceber que ainda que ele quisesse negar ele gostava do que fazíamos tanto quanto eu.

Se eu vou terminar nosso "caso"? Nem pensar, eu já fui longe demais para voltar atrás. Então por que disse que tudo havia acabado? Simples! As pessoas tendem a desejar com avidez aquilo que não se pode ter.

E é assim desde que o mundo é mundo. Eu que trabalho no mundo da moda sei disso melhor que ninguém. A exclusividade gera disputa... Fazem mulheres e homens gastarem rios de dinheiro apenas por um pedaço de pano dependendo da etiqueta que ele carregasse.

Eu nem percebi que havíamos chegado por conta das minhas divagações, só notei quando Arthur abriu a porta de sua Pickup monstra e me pegou no colo para descer.

Carla: Ei eu consigo descer sozinha. Que lugar é esse Arthur? — Eu olho para varanda iluminada a casa é linda. Uma mistura de rústico com estilo industrial... O Grosseirão tem bom gosto.

Arthur: Minha casa, vem! — ele praticamente rosna.

Carla: Arthur acho melhor você me levar para casa e voltar a aproveitar sua noite. A Jú está esperando.

Arthur: Cala essa boquinha gostosa e entra.

Carla: Grosso!

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