Capitulo 87 :

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ARTHUR

Eu estava desesperado com Carla em meus braços, ela era a mãe dos meus filhos a mulher da minha vida, a ideia de ter que explicar a Maria Clara que sua mãe havia nos deixado me deixou quase louco de tanta dor...

Jose: Ela respira filho mas está perdendo muito sangue...

Apesar de está comprimindo o local por onde a bala atravessou ainda assim não conseguia deter o sangue, ela precisava de atendimento urgente. Assim que ouvi os sons da sirene eu corri com a Carla até a rua, dali em diante só se passaram flashes em minha cabeça.

Eu só rezava pedindo a Deus para que ela saísse dessa, nós chegamos no hospital e Matias junto outros médicos já a aguardavam. Meu pai o chamou quando dei acesso ao celular de Carla.

Eu ainda não havia contado nada a D. Mara apenas chamei a Perola e Rodolffo apesar do rompimento dos dois, Rodolfo era o único que podia me ajudar já que Theo tinha que ficar de olho em Keh para que não abusasse e não soubesse de nada. Eu senti o clima pesado entre os dois mais  foda-se... Carla precisava de alguém da família e eu também.

Perola: O Matias! — Perola quase gritou quando o viu vindo até nós. Eu imediatamente me coloquei de pé tentando demonstrar uma calma que não sentia.

Matias: Arthur, podemos conversar?

Perola: Conversar o cacete Matias tudo que tiver de dizer quero que diga logo e na nossa frente. Somos todos família aqui.

Rodolf: Doutora... — Ele tenta acalmar Perola mas ela lança um olhar mortal para ele.

Arthur: Tudo bem Matias eles podem ouvir.

Matias: Vamos até um local mais reservado. — Nós andamos até entrarmos em outro corredor e Matias abriu a sala para que entrássemos. —  Sentem-se por favor.

Arthur: Sem rodeios Doutor seja o mais direto possível e use termos que eu entenda. — Matias bufa e fecha os olhos parecendo angustiado.

Matias: Arthur, a Carla perdeu bastante sangue o tiro foi no ombro esquerdo por pouco não acertou a veia cava superior uma das mais importantes do nosso corpo. Não foi necessário a retirada da bala uma vez que a mesma não se alojou. Carla está consciente mas deve se poupar pois terá que fazer uma cesárea de emergência, o que vai resultar em mais perda de sangue.

Arthur: Você está me dizendo que a Carla pode não resistir?

Matias: A Carla tem 50% de chances no parto. A única forma para as chances dela aumentar em 99% seria se adiássemos o parto porém...

Arthur: Corta a merda fora Doutor, fala de uma vez. — Eu já estava a beira de uma crise quase quebrando a porra do hospital inteiro.

Matias: Se a Carla esperar o parto o bebê vem a óbito. O envio de oxigênio foi comprometido.

Arthur: Você quer que eu decida entre meu filho e minha mulher? É isso? — Eu sento na cadeira totalmente sem chão, que merda de situação era aquela que eu estava?

Escolher entre a Madame e o Arthurzinho...

Perola: Arthur... — Perola pousa a mão em meu ombro — Há algo que a Carlinha me pediu que registrasse assim que finalizou o primeiro trimestre de sua gestação. — Perola me entrega um papel registrado em cartório. —  Como hoje ela é casada esse papel não tem mais validade uma vez que sua assinatura deveria está aí também, mas talvez te ajude em sua decisão.

Eu peguei o papel com as mãos trêmulas, os olhos embaçados com um pouco de dificuldade eu li tudo que estava ali, com um aperto no peito absurdo e a garganta queimando.

Em resumo naquele papel Carla Diaz deixava registrado sua vontade de que se houvesse a necessidade de escolher entre a vida do bebê e a própria era a do bebê que deveria ser preservada. Ali ela autorizava a coleta do material do cordão umbilical para a operação da Maria Clara. E pedia que após o nascimento do bebê o pai biológico Arthur Picoli tivesse conhecimento dos dois.

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