Capitulo 44 :

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Estávamos Keh e eu posando para os fotógrafos, Perola desistiu de última hora e resolveu ficar em casa com Rodolffo que veio para o Rio de Janeiro passar o final de semana.

Dá quinze mil em cada convite e desistir assim, tudo bem que os convites eram pra uma ação beneficente onde toda renda seria revestida para hospitais que tratavam doenças onde a cura era feita através de células troncos.

E eu com certeza era uma simpatizante da causa.

Quem me visse dentro daquele vestido longo de um ombro só, azul royal de renda, com cabelos e maquiagem perfeitos e com o sorriso estampado no rosto diria até que eu estava plena e feliz.

Só eu sabia o caco que eu estava debaixo daquela produção toda. Felipe Lombardi também estava presente e parecia não desgrudar, eu havia aproveitado que um de seus patrocinadores o prendeu em uma conversa para me afastar dele.

Keh: Ai Carlinha pensei que Felipe não ia te deixar respirar. Grudou em você igual carrapato. — Ele tinha sumido desde aquela ida a Castelo agora desde que voltei vem me cercando.

Carla: Keh? Amiga eu estou falando com você. Por que está pálida desse jeito?

Keh: O-O que eles estão fazendo aqui?

Carla: Eles quem doida? — Eu me viro e olho na mesma direção em que Keh olha e o choque por ver Arthur e Théo ali parados dentro de ternos três peças me fez achar que estava tendo alucinações.

Mas se fosse o caso seria uma alucinação coletiva uma vez que Keh foi quem me alertou.

Arthur me olhava dos pés a cabeça com o mesmo olhar faminto de sempre fazendo meu ventre se contrair com a lembrança do que fazíamos juntos. Então uma lembrança mais dolorosa me atingiu, a que ele estava nu em sua cama acabado e Juliette só de toalha desfilando pela sua casa.

Eu saio apressada dali a procura de um banheiro ou algum lugar pra me acalmar. Eu ando rápido sem cumprimentar as pessoas que passam por mim até que vejo uma porta para área externa.

Passo por alguns fumantes e adentro ao jardim parando apenas quando vejo um gazebo escondido entre as árvores e arbustos. Eu me escoro na entrada ofegante provavelmente pela corrida até aqui.

Felipe: Carla... Você está se escondendo dele não está? Do delegadozinho de beira de estrada.

Carla: Por favor Felipe, agora não,  me deixe sozinha.

Felipe: Eu sei de tudo Carlinha... — Eu me viro de forma abrupta para encara-lo. — Sei que ele é o pai da Maria Clara. Que foi o esperma dele que você usou na sua inseminação. Eu desconfiei assim que o vi, Maria Clara é a cópia dele.

Carla: C-Como? Q-Quem te contou?

Felipe: Eu ouvi sua conversa com a sua mãe. Ouvi todo o seu plano de encontrar o pai da menina, seduzi-lo, engravidar e usar o cordão umbilical para fazer o transplante que a Maria Clara precisa. Eu entendo e por isso me afastei, eu deveria imaginar que você não dormiria com um homem como ele. Eu respeito seu sacrifício em prol da sua filha.

De repente eu ouço o som de palmas vindo de trás de uma das árvores. Eu perco o ar ao ver Arthur, ele sabe, ele ouviu tudo. Os seus olhos faíscam com toda raiva direcionada a mim. E foi ali olhando seus olhos que percebi que havia perdido o homem da minha vida, o pai dos meus filhos..

Carla: Arthur não é da maneira como Felipe falou eu ia te contar...

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