Capítulo 1 :

6.2K 131 25
                                    

CARLA DIAZ

O que uma mãe não é capaz por um filho?

Essa frase é a que define minha vida nesse momento.

Cerca de oito meses atrás, logo após Maria Clara completar seu primeiro aninho, descobri que minha princesinha é portadora de uma doença grave e rara, anemia falciforme.

Meu mundo ruiu diante dos meus olhos, logo eu que sempre me julguei forte e inabalável.

Nem mesmo quando peguei meu ex noivo na cama com minha madrasta um mês antes do meu casamento fiquei deprimida, aquilo só serviu pra aprender a nunca confiar no amor e muito menos em homem nenhum. Eu devia ter aprendido com o erro da minha mãe que confio em meu pai e depois de vinte e sete anos de casamento foi trocada por uma modelo mais nova.

Foi então que aos vinte e oito anos decidi fazer uma inseminação para engravidar, eu era louca pra ser mãe e achei que antes dos trinta seria a idade perfeita.

A maternidade é tudo que eu imaginava.

Independente da situação em que me encontro não mudaria nada, amo ser mãe e amo a Maria Clara acima de qualquer coisa.

A prova disso é que estou em um bar de uma cidadezinha no interior do Espirito Santo que fica próximo a cidade de Castelo.

Tudo porque invadi o banco de dados para ter informações do meu doador.

Eu havia guardado o cordão umbilical de Maria Clara mas infelizmente o laboratório perdeu o material, eu ainda o estava processando junto com minha advogada e melhor amiga, Perola.

A única possibilidade de cura é através de transplante de medula óssea, e eu não sou compatível e ninguém dos meus amigos e familiares são.

Foi quando o doutor Fernandes disse que as chances de compatibilidade são maiores entre irmãos com a mesma genética, então eu tive a não tão brilhante ideia de achar o meu doador seduzi-lo e engravidar.

Eu sei que não era muito ético da minha parte mas o cara era doador então já devia ter um monte de filhos espalhados por aí, nós apenas o faríamos da maneira natural.

A única coisa que me impediria seria se o cara fosse casado, em hipótese nenhuma eu destruiria uma família.

Ninguém é feliz a custa da infelicidade do outro. Mas graças a Deus não é o caso, pois eu consegui a ficha completa dele.

Delegado, 32 anos, solteiro, dono de uma chácara, os pais moram ES. Livre e desimpedido... Saio dos meus devaneios com a voz da Perola.

Perola: Ai Carlinha não fica nervosa, me fala quem é ele.

A foto tirada estava ruim mas é alto, pele branca, olhos claros, cabelos liso castanho claro e barba.

Carla: Eu não acredito que deixei você me convencer a vir com esse vestido de periguete. –  Eu bufo me dando conta que a ideia era absurda mas eu já havia chegado até aqui não iria desistir

Perola: Amiga você quer seduzir o cara esqueceu? Deixá-lo babando. E as camisinhas furadas estão com você?

Carla: Fala baixo... Claro né.

Perola: Ainda não acredito que pagou um hacker pra invadir o sistema da polícia federal só pra ter acesso aos últimos exames dele. Dá muito trabalho ser sua advogada sabia?

Ouvimos a porta do bar abrir e olhamos na direção do som.

Era ele! Ele era... Absurdamente lindo, alto, forte, viril, rústico, bruto...

A foto não fez jus à sua beleza, Maria Clara era a cópia dele em uma versão feminina e infantil.

Perola: É ele não é? O que acabou de entrar? – eu aceno com a cabeça. –  Nossa ele é... Ele é um gato, sua vaca sortuda. Cacete ele tem o quê 1,80? Deve pesar uns cem quilos.

Arthur parece notar que é observado e antes que me flagre eu giro meu corpo bebendo um pouco da água com gás no balcão do bar.

Perola: Carla ele está olhando pra sua bunda... Não acredito ele apalpou o pacote, que cara obsceno. Temos um problema.

Carla: Ai merda o que foi agora?

Perola: Essas camisinhas não vão servir. Amiga pelo tamanho do pacote dele só Extra G cabe ali.

Carla: Perola não acredito que você está olhando o pacote dele.

Perola: Ele está conversando com uma mulher mas não para de olhar sua bunda, que safado! Empina esse rabetão aí e olha para ele mas sem demonstrar muito interesse, ele é do tipo que gosta de caçar não é atoa que é policial.

Carla: Ai Jesus! Eu não sei se consigo fazer isso já tem mais de três anos que eu não transo nem flerto com ninguém, a não ser com as minhas personagens.

Perola: Ah mas vai ter que conseguir, você não teve todo esse trabalho à toa. Vai anda logo.

Eu viro o meu rosto olhando em volta de maneira despreocupada até nossos olhos se chocarem.

Comentem

Minha Salvação! Onde histórias criam vida. Descubra agora