Capitulo 90 :

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CARLA DIAZ

Segundo Arthur eu dormi quase quarenta e oito horas seguidas, mas quando acordei eu estava cercada das pessoas que amava, apesar do grande susto que vivemos Deus nos agraciou.

Lucas era o segundo bebê mais lindo que havia visto na vida, e sim também era a cara do pai. Maria Clara era um doce como irmã e até hoje nunca a vi demonstrar ciúmes do irmão.

A única coisa que me deixa ansiosa e a cirurgia da Maria Clara, de resto estou realizada. Nem o fato de acordar de  três em  três  horas para  amamentar  o Lucas conseguiu  me  desanimar, embora  fosse cansativo demais. Tinha esquecido o quanto era exaustivo, com dois bebes então. No entanto aproveitava os cochilos do Lucas para da atenção a Maria Clara também para que ela não se sentisse menos importante.

Não sei se mais alguém no mundo poderia ser tão feliz quanto eu. Talvez só Arthur. Pois vivíamos num chamego com nossos pequenos, Arthur estava radiante em cada descoberta, já que não teve essa experiência com Clarinha. Ele chegava do trabalho e vinha ansioso para nos ver. E adorava ficar a noite com o Lucas num braço e Maria Clara no outro. No início Arthur era todo sem jeito, mas agora era lindo ver aquele homão todo bobo falando baixinho com os nossos filhos.

E quando eles dormiam, nós ficávamos abraçados, conversando, nos beijando. Era quando o desejo vinha, mas eu ainda estava de resguardo. Arthur fingia até marcar os dias em uma folhinha, contando-os, o que nos fazia rir.

Dona Beatriz estava sempre em nossa casa. Praticamente todo dia ela vinha com a Dani pela manhã, ansiosa para ver os netos, acho que era a realização de seu dia. Adorava também conversar comigo e nos tornamos grandes amigas. Era uma graça vê-la, quando não era a Maria Clara era o Lucas no colo, duas gerações tão diferentes, mas sangues parecidos correndo nas veias.

Ela dizia que estava pegando Arthur no colo novamente. Outro dia ela me trouxe um álbum de fotografias de quando Arthur era bebê e realmente parecia ser a mesma criança.

Perola e Keh também vinha nos visitar sempre com Rodolffo e Theo. Mas no resto dos dias éramos nós quatro, eu, Maria Clara, minha mãe e o Lucas juntos,  inseparáveis.  Eu às  vezes  ficava  horas  namorando vendo os meus filhos dormirem, perguntando a mim mesma como poderia existir seres tão perfeitos.

Não tive problemas em amamentar. Eu adorava. Já tinha vivido a experiência com a Maria Clara, e era magica, e agradecia aos céus por poder viver pela segunda vez.  Sentava na sombra do jardim em uma cadeira  de balanço,  sem  pressa, só  aproveitando  a alegria  de  ser mãe,  mulher,  amada e amando sem reservas. E minha felicidade se completava quando Arthur chegava em casa, já sorrindo, já ansioso em estar conosco.

Teve uma noite que Lucas ficou irritado, com cólica, praticamente chorando o tempo todo acordando a casa inteira. Arthur se revezou comigo, segurando o Lucas com a barriguinha sobre seu peito, ninando-o entre os braços. Enquanto fui ver a Maria Clara, quando ela voltou a dormir, fui fazer um chá fraquinho de erva doce, para ver se aliviava a dorzinha dele,  encontrei os  dois  na cama.  Tinham  pegado no  sono,  como se  tivessem combinado, ambos na mesma posição, lado a lado, com os braços para cima.

Eu  os fitei,  apaixonada.  Naquele momento  tive  certeza que  tinha  valido a pena tudo o que eu fiz, ter invadido o bar em que Arthur estava.  E rezei  com  todas as  minhas  forças que  aquela  união e  felicidade  que estávamos sentindo sempre fizesse parte da gente. Inclusiva no futuro.

Peguei Lucas no colo, com cuidado, enquanto bocejava.

Depois de colocá-lo no bercinho e cobri-lo, fui para a cama e me deitei ao lado de Arthur, beijando  suavemente  seu peito,  sentindo  seu cheiro.  Mesmo  cansada, senti  o  desejo me invadir. E foi minha vez de contar os dias na folhinha. Deitei a seu lado e o abracei, cheia de amor.

Quando Lucas completou um mês, Matias  me deu alta. Como eu já tinha passado pela experiência sabia que naquele período poderia ter um pouco de sangramento, dor vaginal e falta de libido por causa da alimentação. Mas aquele não foi nenhum dos meus casos. Eu estava ótima, saudável, cheia de vontade de ter relações com Arthur novamente. E ele, ao meu lado com Luquinhas no colo, deu um sorrisão quando o Matias me liberou para tudo e passou um anticoncepcional, explicando:

Matias: Nesse primeiro  mês  precisam usar  preservativo,  até o  anticoncepcional  fazer efeito. Muitas pessoas acham que, por que estão amamentando não engravidam, mas é um erro. Cuidem-se ou vem outra Maria Clara ou outro Lucas por aí.

Saímos de lá e Arthur murmurou animado perto do meu ouvido:

Arthur: É hoje Madame!

Como  se soubesse  que  os pais  estavam  na seca,  a Maria Clara e nem o Lucas  quriam  saber  de dormir.

Quando Lucas  pegava no  sono  e eu  ia  na ponta  dos  pés colocá-lo  no  berço ele  acordava esperneando, assim acordando a irmã também. Aí voltava os dois pra nossa cama e eu e Arthur nos olhávamos, desanimados.

Por fim, Lucas apagou na cama no meio, e a Maria Clara no peito de Arthur. Ferramos no sono até de manhã. Claro que Lucas acordou primeiro, já berrando de fome. Eu e Arthur nos olhamos, exaustos e ele acabou sorrindo.

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