Capitulo 82 :

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Eu entrei no quarto e Carlinha continuava dormindo de lado, virada de costas para mim, seus cabelos espalhados no travesseiro. Parei e fiquei lá, como um bobo, ainda sem acreditar que agora ela era oficialmente minha.

Pensei em mim há um tempo atrás. Em quem era antes da Carla e da Maria Clara, como uma pessoa podia mudar tanto? Eu achava que só os tolos se apaixonavam e lá estava eu, completamente apaixonado, feliz além da conta. Tinha dado um giro completo na minha vida. E só agradecia a Carla por ter entrado naquele bar aquela noite. Ou eu continuaria sendo infeliz, mesmo sem saber.

Fui me aproximando devagar, contornando a cama até ficar de frente para ela. Deixei a bandeja que eu trazia sobre a mesinha de cabeceira. Ela dormia tranquilamente, os lábios levemente  entreabertos,  a mão  pousada  sobre a  barriga.  Ajoelhei-me no  chão  e afastei lentamente o lençol que a cobria até a cintura.

Estava  cansada e  eu  tinha medo  de  ter abusado  demais  dela, em  nossa  empolgação querendo aproveitar a noite de núpcias . Tinha sido um domingo idílico, cheio emoções de paixão e amor. Mas não podia esquecer que estava grávida.

Usava apenas uma calcinha branca a camisa que usei por dentro do terno. Quando se virou de barriga para cima, peguei uma flor que tinha tirado do vaso no terraço e pousei sobre a sua barriga. Fiquei lá  como  um tolo,  apenas  olhando-a. Até  que moveu  a  cabeça e  abriu  os olhos.  Fitou-me, sonolenta, então sorriu.

Carla: Eu apaguei ...

Arthur: Sei disso. Não aguentava mais andar pela suite, doido para vir aqui e te acordar. — Carla acaricia minha barba. — Já falei com a Maria Clara duas vezes.

Carla: A gravidez dá muito sono. Mas como ela esta? Ela esta se comportando com a sua mãe?.

Arthur: Esta, como ela disse, ela já e uma mocinha. — Sorrimos e seus olhos brilham quando ver a flor na barriga.

Carla: Que linda! — Pegou a e cheirou, apoiando-se no cotovelo e se inclinando para me beijar nos lábios.

Aproveitei e acariciei sua barriga, mordiscando sua boca, satisfeito demais por estar ali com ela. Então nos fitamos nos olhos e me fitou, preocupada.

Carla: Jura que tudo isso é verdade, Arthur? Que agora você e o meu marido e que você nunca mais vai olhar para outra mulher?

Arthur: Nunca mais. A única outra mulher que vou olhar vai ser a nossa filha. —  Pisquei o olho.

Carla: Seu bobo! Falo sério.

Arthur: Eu também. — Subi a mão até seu rosto, concentrado. Fitei seus olhos. — Eu so tenho olhos pra você minha feiticeira.

Carla: Não sou feiticeira.

Arthur: Trouxe um lanche para você. —  Eu me levanto e pego a bandeja. — Já são quase duas horas da tarde, e não comeu nada desde ontem no casamento.

Carla: Só dormi. Sorriu, sentando-se e se recostando nos travesseiros. Pus a bandeja em seu colo e ficou animada ao ver o suco de laranja, a omelete e as torradas. — Amo omelete!

Arthur: Eu sei disso. —  Sentei na beira da cama e pus seus pés em meu colo. Acabei rindo, Carla estava atacando a bandeja. —  Devagar amor. —  Carla balançou a cabeça, achando graça. E atacando a comida.

Carla: Não sei como não estou imensa! Como tudo que passa pela minha frente.

Arthur: Ah, é? Bem que eu reparei em como essa boca estava gulosa. —  Massageei seu pé macio, com unhas delicadas e com esmalte clarinho. Ele estava apoiado bem em cima do meu pau dentro do short e Carla esfregou ali, um sorriso cheio de promessas em seus lábios ao sentir que eu ficava ereto.

Carla: Sempre fico gulosa com você, Arthur.

Arthur: Eu entendi. — Sorri, todo bobo. Mas já excitado — Sabe o que fiquei pensando, Carla?

Carla: O quê? — Terminou todo o suco do seu copo.

Arthur: Sera que o Arthurzinho. Será que ele sente ou sabe de alguma coisa aí dentro? Quero dizer ... —Fiquei um pouco sem graça. — Fizemos tanta sacanagem e o coitadinho aí, sem ter para onde ir ... — Carla deu uma gargalhada. Eu sorri também.

Carla: Você é doido, Arthur! Que ideia!

Arthur: Mas não é?

Carla: Ele não sabe de nada, fique tranquilo. — Carla Balançou a cabeça. — Agora me de a sua mão.

Fiz o que ela pediu, Carla espalmou minha mão em sua barriga, logo senti os chutes. Ajoelhei na cama, pra sentir melhor os chutes, a beijei na boca. Entre nós tinha a bandeja, mas nada nos afastava, só nos unia. Carla enfiou os dedos em meu cabelo e retribuiu o beijo, tão emocionada quanto eu.

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