𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖚𝖒

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ATENÇÃO: ESSA É A VERSÃO MAIS ATUALIZADA DA FANFIC, A VERSÃO QUE VAI ENCONTRAR NO LIVRO FÍSICO DE DANGER - LANÇAMENTO AINDA ESSE ANO(2024), MAIS CEDO DO QUE PENSAM - AS MUDANÇAS FORAM POUCAS MAS SIGNIFICATIVAS. ESPERO QUE GOSTEM.

APROVEITE O PERIGO.

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Brasil, Fortaleza - 21:03 p.m

Jane

— Está tudo bem, vovó, a senhora vai sair dessa — apertei sua mão mais uma vez como forma de consolo ao vê-la soltar um riso fraco com sua boca completamente banguela. É incrível como ela continua linda, mesmo estando nos seus oitenta anos.

Gostaria de ter mais tempo para lhe dizer o quanto fui grata por tudo o que ela aguentou comigo por aqui: relacionamentos que deram errado, empregos negados e uma festa de pós-ensino médio que ela passou o resto de sua vida pagando, apenas para ver a felicidade em meu rosto. Droga, era tão difícil passar por isso uma segunda vez.

— Oh, minha querida... Você sabe que eu não irei aguentar por muito mais tempo... — Meus olhos, assim como os da vovó, estavam prestes a transbordar lágrimas pesadas e teimosas. Eu não suportaria perdê-la, não suportaria perder mais ninguém!

— Não diga isso, a senhora é forte! Sabe que pode conseguir.

— Minha querida, viva a sua vida! — Minha avó disse, limpando minhas lágrimas. — Você é jovem e merece algo melhor do que ficar cuidando de uma velha para o resto da vida. — Onde ela queria chegar com toda essa conversa?

— Vó...

— Não, me escute, querida. Me escute bem. Você e sua mãe são as pessoas mais importantes para mim. E não quero que viva presa a mim ou à ideia de que ano viveu o que tinha de viver, porque eu, Mari, vivi. Tenho oitenta anos, embora pareça pouco, para quem viveu muito. Bastante. E quero que saiba que onde quer que eu esteja, vou ver você, vou estar com você, assim como sua mãe. Portanto, quero que viva. Quero que viaje, realize seus sonhos e se case com um bom homem. Não estarei em pessoa para presenciar tudo isso, mas tenha a certeza de que vou estar com você. Faça a sua história — Meu rosto está vermelho de lágrimas e pela maneira que me forçou a engolir toda aquela dor reprimida em meu peito. Conforme eu via e sentia a respiração de minha avó ficar cada vez mais fraca. Enquanto a minha acelerava. — Vá para a Coreia, dê uma chance ao seu pai, você terá oportunidades enormes lá. Você vai ser incrível, querida. Aqui não há mais nada para você. Eu e sua mãe estaremos olhando a cada passo, lá de cima.

– Vó, eu te amo tanto... – Minhas palavras saem entre soluços, mais intensos que qualquer tormenta que já assolou a terra. 

"Por que tudo isso tinha que acontecer comigo, e tão de repente? Será que isso é algum tipo de castigo? Por que eu não posso ir no lugar dela? Céus, por que as pessoas que amamos tanto são castigadas dessa forma? Eu só queria entender, eu PRECISO entender." 

Cada frase é um grito do meu coração, procurando respostas no silêncio ecoante.

— Eu também te amo, Jane. Amo-te muito. Antes de ir, só quero pedir-te uma coisa... Deita-te aqui comigo, sim? — Concordei, ajeitando os fios que lhe ajudavam a respirar, e deitei-me no seu peito, sentindo o seu abraço morno; já não estava tão quente como antes... Suas mãos macias e o seu coração batiam fraquinho, como se a qualquer momento fossem parar. — Sabes que eu nunca quis ser enterrada, assim como tua mãe. Portanto, quero que mandes cremar-me e pegues um pouco das minhas cinzas, coloque- as naquele colar que te dei. Sabes qual é... Aquele da ampola dourada. E isso, querida, é para te servir de proteção. Quero que vás para Seul, faças a tua faculdade dos sonhos e te tornes uma bela mulher... — Escutar ela falar daquele jeito era como se estivesse a receber facadas por todo o corpo. Quando essa dor passaria? Ou melhor, passaria alguma vez?

DANGER | Livro I • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora