𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖊𝖟𝖊𝖓𝖔𝖛𝖊

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Seul, Coréia do Sul - 17:40 p.m.
Jane


— Porra, Jungkook, se você entrar dentro dessa droga de provador de novo eu vou te bater! — Reclamei, segurando a calcinha que ele tinha escolhido. Já tinha um buraco no meio, então nem precisaria tirar na hora H.

— Você gostou, né? Pode me agradecer — ele fez uma cara convencido, e eu joguei a calcinha na cara dele.

— Use você, já que gostou tanto. Aproveita e fica com o pau balançando por aí. Agora me deixa vestir a roupa, já peguei lingerie o suficiente! — Expulsei ele do provador e encarei a pilha de lingerie que ele tinha me mandado experimentar. Peguei quase todas, exceto algumas que sabia que nunca usaria.

Coloquei tudo em uma cesta, vesti minha roupa e saí do provador. Jungkook me acompanhou até o caixa, e a moça começou a passar as lingeries. Ela prestava mais atenção nos braços de Jungkook do que nas roupas que passava.

— Ele é seu namorado? — Perguntou descaradamente. Ele ia responder, mas fiz questão de ser rápida.

— Sim, marido, na verdade — disse dando ênfase na palavra “marido”. — Precisa de alguma coisa? — Dei um sorriso falso, vendo Jungkook me encarar com um sorrisinho de lado. Ele puxou a carteira do bolso, pegando o cartão Black.

— Deu 150.000 dólares — Meu queixo caiu ao ver aquele valor. Com esse dinheiro, eu voltava para a barriga da minha mãe e nascia rica.

Jungkook passou o cartão com tranquilidade, sem ao menos olhar para o valor. Aquilo não faria nem cócegas no seu dinheiro. Ele retirou o cartão, ignorando completamente a mulher, que não parava de sorrir para ele. Ri da vergonha alheia e peguei as sacolas.

— “Amor”, vamos ter que passar em outra loja e ir embora — disse Jungkook com sarcasmo na palavra “amor”, logo em seguida subimos na escada rolante para o primeiro andar.

— Qual loja?

— Preciso comprar uma luva — foi tudo que ele disse até pararmos numa loja que só tinha coisas de moto, roupas, capacetes e peças. Esperei ele pegar as coisas na entrada da loja. Foi rápido, e percebi que ele não gostava de lugares com muita gente.

Ele se esquivava e observava todo o lugar para ver se não tinha alguém o seguindo ou algo suspeito. Não demorou até ele sair dali e voltarmos à entrada do shopping, encontrando seu luxuoso carro em perfeito estado.

Jungkook olhou de um lado a outro e entrou no carro. Joguei as sacolas no banco de trás e me sentei, colocando o cinto.

— Você não gosta de lugares públicos? — Perguntei assim que entramos na via movimentada.

— Não. Prefiro o meu espaço sem invasão de estranhos — foi tudo que ele respondeu.

Eu queria saber mais, não era nem por curiosidade; sabia que isso faria bem a ele e que guardar aquilo para si por muito tempo poderia ter danos graves no futuro.

— Me fale sobre isso — pedi, sem olhar para ele.

— Não, Jane. Não começa — observei seu maxilar travar e seus dedos se esbranquiçarem pela força que ele apertou o volante.

— Por favor, não venha me dizer que aquelas conversas não fizeram efeito — ele se calou por um tempo, sem ter alguma resposta, mas depois voltou a falar.

— Já fui humilhado quando menor, na escola. Todos me encaravam como se eu fosse a pior pessoa do mundo e me julgavam sem eu ter feito nada. Estar em lugares com muita gente me faz reviver na mente esses episódios estúpidos — Jungkook disse rápido, mas o suficiente para que eu entendesse que ele não iria dar detalhes daquilo. Minha mente vagou, pensando em todas as possibilidades.

DANGER | Livro I • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora