DANGER | Livro I • JJK

𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖙𝖗𝖊𝖘

Seul, Coreia do Sul – 20:45 p.m.

Jane

Depois daquela ameaça que o mafioso ousou fazer caso eu não calasse a boca, simplesmente me calei. Na verdade, não ligaria tanto se ele me desse um tiro, mas também não significa que eu não teria medo. Meu problema era que não iria aguentar tudo isso calada; não suportaria xingamentos ou ameaças em silêncio.

"Calma, Jane. Você só tem que aguentar isso por um ano e dois meses, e depois disso estará completamente livre."

Merda. Um ano e dois meses é muita coisa. Geralmente, quando vamos à escola, o tempo passa rápido, pois os dias com nossos colegas de classe costumam ser nosso refúgio. Pelo menos comigo era assim. Minha rotina em casa era tão fatigante e complicada que ir para a escola era a melhor parte do meu dia. Lá era onde eu tinha a oportunidade de ser ouvida e de me sentir mais leve e menos preocupada.

Jungkook estacionou o carro, e tudo o que conseguia fazer era encarar o tamanho e os detalhes da mansão. 

Era quase um shopping de tão grande. Na entrada, havia vários carros de grande porte separados por um grande chafariz; mais à frente, a porta de mármore branco, e percebi que ao redor de toda a mansão havia seguranças. Muitos seguranças numa distância de um metro de um para o outro, uma espécie de formação de ataque e defensiva própria deles, como no futebol.

Me encolhi antes de entrar na casa. Era tudo branco, tudo muito clean. E isso não parecia muito a vibe do Jungkook. 

Apenas o segui vendo até onde ele iria, afinal, eu não sabia para onde ia nada ali. Adentramos um lugar que deduzi ser a cozinha, também era toda branca, com alguns detalhes dourados. Enorme e muito espaçosa. 

No centro, tinha uma mesa grande retangular com cadeiras que pareciam poltronas e lustres que pareciam cegar pela reflexão.

Mas o que realmente me chamou a atenção não foi o ambiente em si, e sim as pessoas que estavam ali. Havia um grupo de três homens e uma mulher; eles bebiam, e cada um deles tinha um cigarro na mão. 

O cheiro de droga estava espalhado pela casa, por pouco não espirrei. Minha rinite me faz espirrar com qualquer cheiro forte desse tipo, sou sensível a cheiros.

— Olha só, Jungkook. Enfim casado! — Um deles provocou, e eu senti minhas bochechas arderem de constrangimento diante do comentário.

— Grande merda — Jungkook respondeu, dirigindo-se à geladeira enorme que ocupava um canto da cozinha. É, exatamente isso, mafioso. Uma grande merda.

— Você sempre fica com as melhores... Porra, Jungkook, até para um casamento arranjado você pega uma mulher bonita — o maior dentre eles comentou. Todos os homens ali eram atraentes, uma pena que não valiam o arroz que comiam.

— Você é a Jane, certo? — Um homem de cabelos mais claros veio em minha direção, seu sorriso quadrado parecia até amigável.

— S-Sim.

— Oh, se aproxime. Não vamos te morder, a não ser que queira! — Ele disse, provocando risos entre os outros.

Lentamente, eu me aproximei do balcão, observando cada detalhe da cozinha luxuosa.

— Sou Taehyung. Esta é Areum, Hoseok e Namjoon — Ele apontou para os outros presentes. Pareciam ser simpáticos, exceto a mulher que me lançava olhares raivosos. Ponto negativo para você, querida. Mulheres não devem ficar com raiva de outras, a menos que ela tenha se envolvido com seu namorado ou marido sabendo do seu relacionamento. Nesse caso, você tem permissão para matá-lo, se quiser. Fora isso, é apenas uma birra criada dentro de sua própria cabeça limitada.