DANGER | Livro I • JJK

𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖙𝖗𝖎𝖓𝖙𝖆 𝖊 𝖚𝖒

Seul, Coreia do Sul - 10:04 a.m.
Jungkook

Entrelacei nossos dedos, mantendo a fachada enquanto adentrávamos a empresa de meu pai. Mudanças eram evidentes desde minha última visita, indicando o enriquecimento contínuo proveniente da corrupção que grassava nos bastidores.

O letreiro dianteiro fora renovado, agora composto por placas de vidro fumê adornadas com flores, conferindo uma aparência mais refinada. A recepção exibia um aspecto mais sofisticado, e indivíduos elegantemente trajados circulavam pelo ambiente, indubitavelmente da mesma laia que ele.

As mãos de Jane transpiravam, e eu as acariciei, tentando amenizar sua ansiedade e acalmar sua respiração agitada. Após testemunhar todas as perdas provocadas por meu pai, enfrentá-lo com tranquilidade não seria tarefa fácil para ela.

Eu nunca tive um bom relacionamento com ele, então não esperava uma recepção calorosa ou um aperto de mãos cordial; só desejava garantir minha parte e partir dali.

Meu império continuava a expandir-se, com aliados em todas as partes do mundo, prontos para desmantelar essa empresa a qualquer momento. Contudo, eu preferia esperar o momento certo, quando a presa estivesse vulnerável.

— Bom dia, seu pai está esperando por você, Jungkook — disse uma das recepcionistas, visivelmente tentando chamar minha atenção. Revirei os olhos e mantive minha postura séria.

— Eu já estou ciente disso.

Seguimos para o elevador, despertando olhares curiosos pela presença de uma mulher ao meu lado, algo pouco comum em minhas visitas à empresa, especialmente após os recentes acontecimentos do
meu casamento no cartório.

— Sempre fica tão sério quando se trata do seu pai, não é? — Jane perguntou, soltando nossas mãos.

Notei-a cruzar as pernas, e meu olhar deslizou brevemente para sua silhueta, a saia parecendo ter se tornado mais provocativa, e os contornos generosos em sua blusa apertada chamando minha atenção. Oh, como eu desejava tocá-la, sentir a pressão de seus seios sob minhas mãos enquanto encarava aqueles olhos flamejantes.

Ela conhecia-me tão bem, identificando facilmente quando eu ficava desconfortável ou nervoso. Será que ela prestava atenção em mim da mesma forma que eu prestava nela?

Pequenos detalhes...

Eu sabia que ela não gostava de dormir de barriga para cima, preferindo de lado ou de bruços, que não se permitia chorar facilmente, mas acabava desabafando mais tarde, e que tinha o hábito de mexer nos cachos quando estava ansiosa. Como agora.

— Odeio ter que enfrentá-lo — foi tudo o que consegui dizer antes de as portas do elevador se abrirem.

Ajeitei minha gravata mais uma vez e adentrei o corredor. Aqui também havia mudanças: as paredes agora eram em tom bege, adornadas com vasos de plantas. O corredor consistia apenas em duas salas, uma de reunião e a outra, o escritório de Jungsan.

E, é claro, uma mesa para sua secretária pessoal, posicionada estrategicamente diante de sua sala. Eu fingia ignorar, mas estava claro o que ele fazia com aquela garota de vinte anos.

O velho satisfazia todos os seus desejos com ela, enquanto sua esposa se afogava no dinheiro sujo para sustentar seus filhos mimados.
Meu pai transpirava arrogância e isso me dava novo.