𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖊𝖟𝖔𝖎𝖙𝖔

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Seul, Coreia do Sul - 22:25 p.m.
Ponto de vista Jane


— O que foi, Jungkook? — Perguntei, ainda abraçada em Taehyung, ciente de que poderia estar assinando minha sentença de morte mais tarde.

Eu não me importava com o que ele pensaria sobre isso; era tudo falso e ele ficava com outras pessoas além de mim, obvio, sendo assim, se ele continuasse a se envolver com outras mulheres, eu continuaria a pegar seu amigo.

— O que foi? Minha esposa está pegando meu melhor amigo. Será que eu preciso perguntar? — O olhar de Jungkook mudou de mim para Taehyung.

Kim parecia perceber que seu amigo poderia fazer algo impulsivo, e eu podia ver a tensão refletida em seus olhos, completamente nervoso.

— Cara, a gente não transou, só ficamos algumas vezes — Disse Taehyung, com uma naturalidade que demonstrava falta de medo do perigo ou da reação do outro.

— Não vem reclamar agora, Jungkook. Você transa com sei lá quantas mulheres por aí — Jungkook fechou os olhos e respirou fundo, controlando-se para não explodir ali mesmo, no fundo ele sabia que era verdade e nenhum de nós dois merecia essa “fidelidade” ao outro. — O que você está fazendo aqui? — Perguntei, pois ele tinha entrado no quarto sem convite.

— Vai para casa do caralho, Jane! Se você transar com ele, eu te mato! — Jungkook apontou o dedo para mim e voltou a encarar Taehyung. — E você, quero você comigo lá na boate. Parece que houve uma invasão. Os caras já foram na frente. Vamos ver o que aconteceu — Jungkook saiu do quarto, visivelmente irritado. Achei até pouco o que ele disse, considerando a situação, tanto para mim quanto para Taehyung.

— Pensei que ele fosse vir para cima de mim — comentou Taehyung.

— Era mais fácil ele me matar, não acha? — Devolvi, rindo.

— Não sei. Nós só ficamos. Imagine se a gente transa e ele descobre. Aliás... — Taehyung encarou com um sorriso malicioso. — Não finja que não sei que você já transou com ele, princesa — corei imediatamente. Como ele sabia? — Seus gemidos acordaram a casa inteira.

Taehyung pegou suas coisas enquanto eu voltava a me sentar em sua cadeira gamer, mexendo no computador, retomando a rotina de sempre: não ter nada para fazer.

Duas semanas depois


Eu implorava para Jungkook me levar ao shopping; já fazia algumas semanas desde a última vez que fui, e minha verdadeira motivação era encontrar Jimin. Estava desconfiada em relação a ele; apesar de ser lenta, não era burra.

Jimin era simpático, tinha um bom papo e parecia totalmente convincente. Mas o fato de eu ter visto uma arma em sua cintura e ouvido um homem chamá-lo formalmente me deixou com uma pulga atrás da orelha.

— Vai, Jungkook! Anda logo — insisti pela vigésima vez, entrando em seu closet e vendo-o procurar uma cueca. — Que bundinha bonitinha, bundinha dos céus... — Ri do olhar mortal que ele me lançou.

Assim que vi que ele topou a ideia de me levar ao shopping, vesti um vestidinho vermelho soltinho e uma rasteirinha, deixando meus cabelos curtos soltos. Jungkook vestiu um short jeans preto e uma camisa branca, deixando suas tatuagens à mostra.

Depois de colocar todas as suas bijuterias e calçar um par de Jordans, ele pegou sua pistola e a colocou na cintura. Ao contrário de Jimin, Jungkook sabia bem como esconder as armas em seu corpo.

— Não se esqueça de levar um cartão — lembrei, já que não tinha dinheiro algum e iria comprar usando o dele. Pelo menos eu tinha esse privilégio, né?

— Por acaso eu tenho cara de quem não carrega dinheiro para os lugares? — Respondeu ele, e nem liguei para seu mau humor. Minha alegria em sair de casa era maior do que o ódio gratuito que ele dirigia a mim.

Chegamos à garagem, e ele começou a encarar os carros, escolhendo o modelo do dia para sair. Este era o tipo de problema que eu gostaria de ter.

— Posso escolher? — Vi uma Lamborghini branca detalhada, e ele me encarou
sério.

— Não. Pensa que eu esqueci que você tava de pegação com Taehyung? — Revirei os olhos, seguindo-o. Ao contrário do que pensei, ele acabou escolhendo uma Range Rover branca comum.

Entrei no carro e me lembrei imediatamente de colocar o cinto; vai saber como ele dirige do jeito que é doido.

Saímos da mansão, passando pelo corredor extenso de plantações de eucalipto. Foi a primeira vez que realmente percebi o quanto estávamos distantes da cidade e do centro.

Era basicamente como uma fazenda remota, mas eles limpavam a bunda com dinheiro, então moravam numa mansão luxuosa cercada por plantações.

— Por que tudo é tão distante da cidade? — Vi ele acelerar ainda mais, atingindo 100km/h, e fechei a janela, sentindo o vento bater forte demais no meu rosto.

— Pela nossa segurança, Jane. Acha que os mafiosos vão morar no meio da cidade? Onde tem polícia, exército e pessoas inocentes? — Fiquei surpresa por ele me responder decentemente, apesar de não me olhar.

— Você sempre dirige tão rápido assim? — Vi ele acelerar ainda mais, mas parecia calmo, como se estivesse a 60km/h, e o rádio estava desligado.

— Você ainda não viu nada — chegamos à pista; era uma via completamente vazia, mas já podíamos ver a cidade.

— O que você vai comprar? — Jungkook perguntou.
Fiquei surpresa por ele querer continuar com a conversa, mas eu ia responder, já que usaria o dinheiro dele mesmo.

— Lingerie — senti minhas bochechas corarem. Eu precisava de roupas novas, já que ia morar por mais alguns meses naquela mansão. — Não é só isso, preciso de roupas também. Mas especificamente conjuntos de lingerie.

— Vou ver você experimentando — disse ele, na maior naturalidade possível, enquanto eu ainda sentia minhas bochechas queimarem. — Por que está com vergonha? Já te vi nua e pode ter certeza de que não foi a última vez.

Como ele percebeu que eu estava com vergonha? Ele tinha reparado nisso? Eu não vi Jungkook desviar o olhar da estrada. Ele sabia as emoções por simples gestos, talvez ser da máfia não fosse tão ruim assim.

Saber o comportamento das pessoas, saber quando estão mentindo, saber quando estão com medo ou com vergonha.

— Pode ter certeza de que foi a primeira e a última vez — disse, encostando minha cabeça no vidro.

Não vou mentir, ele sabia bem o que fazer no sexo; sabia onde beijar e onde tocar. Jungkook era um gostoso do cão. Mas ele nunca saberia disso por mim, e ainda assim era um idiota do qual eu ainda tinha esperanças de entender.

— Aham, sei — vi ele passar a língua pela parte interna da bochecha, com um leve sorriso.

Até chegarmos ao shopping, o caminho foi em completo silêncio. Queria ligar o rádio, mas por algum motivo estava inquieta, como se estivesse com um pensamento ruim. Chegamos em frente ao shopping, e Jungkook estacionou ali em frente à entrada de vidro bonita e chamativa.

— Não era mais fácil você estacionar no estacionamento? — Perguntei, retirando o cinto, percebendo que havia outros carros e que aquele espaço estava reservado.

— Porque lá dentro é mais fácil de explodirem ou roubarem meu carro. Aqui é público e tem muita gente — Descemos do carro, entrando no shopping.

— Você tem uma vaga exclusiva?

— Claro que tenho, não sou como as pessoas comuns! — Revirei os olhos, rindo. Isso já era óbvio. Chegamos em frente à loja da Victoria's Secret. Entrei na loja, observando algumas lingeries. Não ia pegar nada extravagante; eram coisas simples para o dia a dia.

Escolhi uma lingerie preta comum e outra vermelha para experimentar, ambas com calcinha fio dental e sutiã de renda sem bojo. Dirigi-me ao provador, onde havia um pequeno sofá em frente. Jungkook sentou-se lá, completamente relaxado, mexendo no celular, já imaginando o tédio de me esperar.

— Veste e sai, que quero ver — ignorei sua fala, fechando a cortina e retirando toda minha roupa, colocando o novo conjunto preto.

Preto definitivamente era uma cor maravilhosa para lingerie, mas ainda não era minha preferida. Virei-me para ver como ficava, ajustando nos seios.

— Já colocou? — A cortina foi aberta, e vi Jungkook encarar minha bunda sem vergonha alguma. — Porra, olha o tamanho dessa bunda! — Deu um tapa, e senti uma queimação. Virei-me de frente, afastando sua mão e batendo no seu abdômen.

— Sai daqui, seu abusado! — Ele fechou a cortina, rindo, e voltei a tirar a lingerie para vestir a vermelha.

A vermelha não tinha nem dúvidas, ficou mais que perfeita. O detalhe de renda deixava à mostra o bico do peito, dando um charme a mais. A cor combinava bem com minha pele mais escura, e a calcinha também era meio transparente. Era muito confortável.

Vi Jungkook abrir de novo a cortina, mas agora me entregou uns modelos de lingerie para experimentar.

— Acho que estes combinam muito bem com você.
Peguei as lingeries, não conseguindo escolher. A primeira que vi era completamente transparente, com detalhes na cor preta, uma borda feita com pedras brilhantes. Era muito bonita, mas não era algo para usar no dia a dia. Já a segunda, extremamente sexy e perfeita no corpo. E essa terceira... Não sei dizer.
— Essa combinou perfeitamente com seu peito médio! — Vi Jungkook me observar do canto da cortina, deixei-o olhar só porque ele quem escolheu.

— Sai, vou experimentar outra.

Imagino o que as vendedoras estão pensando desse maluco invadindo o provador cada segundo.

DANGER | Livro I • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora