Seul, Coreia do Sul - 09:10 a.m.
Jane
— Casamento? Está louco? — Empurrei meu pai tão forte que suas costas bateram contra a parede.
O maldito me olhava com um divertimento nos olhos enquanto sentia que ia desabar aqui mesmo, não me permiti fazer isso. Não na frente dele. Não para lhe dar ainda mais motivos para sorrir. Mesmo que seja uma ideia completamente estúpida
— Filha, me escute. Vai ser algo bom, muito bom! Ele é um dos maiores mafiosos da Ásia, bilionário, e vai te dar a vida que merece — era algum tipo de piada? A vida que eu mereço? Mereço estar nas mãos de quem pode facilmente me matar num mero segundo como se não fosse importante?
Obrigada, pai. Exatamente isso é o que eu preciso. É me casar com um criminoso, um cara fora da lei, assassino e provavelmente muito mais machista que ele, que tem o mesmo sangue que o meu. Obrigada mesmo por deixar tão claro que é isso que eu mereço, que minha vida é tão descartável. Embora não me importe com sua opinião de lixo.
Foi o mesmo que dizer que posso morrer, considerando o fato de estar nas mãos de quem pode facilmente me matar, mesmo com qualquer que seja esse acordo feito por Saem.
— E é claro que só ia pensar nisso e mais uma vez não larga de ser burro. Acha mesmo que esse cara vai me dar dinheiro assim? Por me casar com ele? Eu não vou me casar. Já que quer tanto assim, case-se você — Sinceramente, pensei que nada podia piorar. Não depois de ser traída por meu ex, não depois de ter perdido a única pessoa que me amava e que se importava comigo.
As drogas, as boates, as putas que andavam dando para ele. Nada se comparava a isso. Era uma coisa tão absurda que não conseguia ter outra reação a não ser encarar as paredes com as mãos trêmulas, sentindo o nó em minha garganta fazendo meus olhos arderem. Crescendo e crescendo como um maldito câncer.
Meu pai se virou para mim, mais um passo, pouco menos de um metro à minha frente. Apontando em direção ao meu rosto, com o braço para cima. No fim, sabia bem o que ele ia fazer.
— Não diga coisas absurdas. Não me faça perder a cabeça e fazer merda com você
— Sua voz engrossou consideravelmente. O mesmo tom que usava com a minha mãe e comigo quando criança. Ele continuava exatamente o mesmo homem merda. O mesmo monstro. Parecia repassar em algum lugar do meu cérebro como uma fita cassete.
— Vai me bater? Me espancar? Bate seu desgraçado! Eu me nego a me casar ainda mais com um mafioso de merda! — Conforme berrava ia para trás do balcão da cozinha me negando a receber um tapa daquele cara que ainda teve a audácia de dizer que me amava algum dia. Ele podia me bater, o quanto quisesse, no entanto eu também iria me vingar. Nem que o matasse, mas por um certo momento, o vi acalmando os braços e respirando fundo, aparentemente tentando mudar a situação que ele mesmo havia formado.
— Ele está a caminho, comporte-se, porque ele não dará a mesma ordem duas vezes e é muito pior que eu — O que Saem fez foi puxar meu pulso, me pegando desprevenida. Meu corpo foi arremessado no sofá, fazendo meus cabelos já bagunçados tomarem minha visão. Balancei a cabeça como um cachorro molhado antes de bufar, pronta para pular em cima dele e o matar. Chorar era a única coisa que queria fazer. — Com ele não tem conversa, ou você obedece, ou morre. — Minha respiração falhou pela maneira séria que ele falava. — Sugiro que fique calada e não me faça passar vergonha.
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DANGER | Livro I • JJK
FanfictionNuma vida torbulenta Jane se vê em uma encruzilhada, a morte de sua avó vem num momento repentino onde a faz ter que tomar uma decisão. Continuar em seu país natal ou ir ao outro lado do mundo morar com seu pai e tentar uma nova vida. Entre desavenç...