𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖙𝖗𝖎𝖓𝖙𝖆 𝖊 𝖘𝖊𝖎𝖘

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Seul, Coreia do Sul – 23:48 p.m.
Jungkook

— E o que eu tenho a ver com isso, droga? Não percebe que a situação é delicada?

— Esmurrei a parede atrás dela, vendo sua expressão confusa. Meu corpo estava suado, e minhas mãos tremiam. Não era comum para mim ficar tão tenso em situações assim.

— Jungkook, a última vez que transei foi com você! — Raika aumentou o tom de voz, fazendo-me agarrar seus braços e empurrar seu corpo para cima. Ah, céus. Será que ela havia esquecido tudo o que aconteceu da última vez? Precisava de muito mais do que isso para me convencer.

Preguiça de gente burra nesse nível.

Será que isso era algum tipo de síndrome?

— E da última vez, eu nem sequer cheguei a gozar... Lembra disso? — Retruquei com sarcasmo. Claro que aquele bebê não era meu. Raika provavelmente já tinha dormido com metade de Seul desde que chegara aqui.

— Não faço ideia de quem possa ser... Mas não posso ter esse filho, Jungkook — Ela se soltou dos meus braços e foi para o outro lado do escritório.

— Garota, sinceramente... Não é hora de resolver isso. Preciso encontrar a Jane antes que seja tarde demais — voltei a puxar meus cabelos com força.
Isso não podia estar acontecendo. Não depois de eu finalmente ter me aberto para ela sobre meus sentimentos. Não quando estávamos prestes a nos reconciliar e ter uma boa transa.

— Bem... Desde que cheguei aqui, vinha observando o Saem. Ele também estava envolvido comigo e não era flor que se cheire. Ultimamente, andava trocando olhares com um tal de "D", e a última conversa entre eles foi sobre ajudar Jimin a sair daqui. Aproveitei a oportunidade para colocar uma microcâmera no ombro dele quando nos encontramos pessoalmente — Raika assumiu o lugar de Namjoon e começou a operar o computador, liberando o vídeo para todos verem. O local mostrado estava escuro, e a voz era irreconhecível.

— Saem não estava indo para a mansão de D, o tal de Min Yoongi, para espionar e trazer informações. Ele ia para ajudar no plano de Min e acabar com você — Namjoon tomou a frente de Raika.

— Observei seus movimentos durante semanas. Ele sempre estudava tudo, especialmente os seguranças. Sempre que estavam em treinamento, ele aparecia para tentar descobrir algo útil, como uma estratégia de ataque ou um possível assalto. Foi Saem quem denunciou aquele carregamento, e no final, deu tudo errado para você — Esmurrei a mesa com força.
Como pude ser tão negligente ao ponto de não perceber isso? Sabia que ele não era flor que se cheirasse, mas não me aprofundei no caso, apenas mandei observarem.

Minha cabeça estava sobrecarregada nos últimos dias. Novas cargas de trabalho, novas armas e a distribuição de drogas consumiam minha mente. As novas mulheres que foram contratadas para a inauguração da boate eram um verdadeiro pesadelo, desobedientes e incapazes de seguir ordens.

Ultimamente, eu tentava treinar os seguranças por conta própria, pois conhecia bem o olhar de quem não queria estar ali e quem desconfiava de tudo, um possível infiltrado.

— Ele nem percebeu a câmera em sua camisa, mal deve ter notado, já que usava a mesma peça todos os dias e não se importava em lavá-la. Durante uma conversa entre Saem e Jimin, ele disse que, assim que o contrato terminasse, iria tirar a Jane da casa e dar um fim nela. Mata-la sem deixar rastros para remover ela do seu caminho — Raika fechou a aba do computador, enquanto sentia todas as minhas veias pulsarem de raiva pelo maldito. Se eu soubesse de tudo isso antes, não teria simplesmente dado um tiro na sua cabeça, e sim o teria torturado.

— Jungkook, você sabe que sempre tivemos essa relação, nem mesmo a Areum gostava de mim no começo. Mas eu peço desculpas por ter forçado algo que não queria. Já percebi que você gosta da garota pelo brilho nos seus olhos quando olha para ela. Sendo mulher e conhecendo uma, eu digo que ela deve ter ficado chateada por nos ver tão próximos nos últimos dias, e é pela sua dor estampada que eu vou te ajudar.
Raika não costumava fazer discursos dessa forma, mas, de certa maneira, me deixou orgulhoso por finalmente admitir isso, já que não era mentira. Na verdade, ela não me forçou a nada. Fui eu mesmo que me forcei, achando que uma simples transa poderia tirar Jane da minha mente.

— Eu ainda estou esperando você fazer algo para encontrá-la — disse, atraindo algumas risadas.

— Pelas coordenadas que consegui observar, ela está no Norte do país. Quem a pegou foram os homens do Min. Vim estudando ele há alguns dias e descobri que ele tem uma base na Coreia, logo ao sul do país. Min planejava pegar a Jane porque sabia que isso iria me atingir de alguma forma. O segundo plano dele era pegar o Taehyung, membro da sua equipe, mas que ainda é um pouquinho lerdo.

— Você está pedindo um tiro na testa — Taehyung destravou a arma, enquanto Hoseok riu da sua cara. Eu apenas esbocei um sorriso, não querendo rir.

— Você não é linha de frente como Jungkook, Tae. Consequentemente, seria mais fácil pegar você em uma missão como essa. Yoongi sabe que saiu perdendo mais do que ganhando depois do racha.

— Você estudou a minha vida também? Caramba — bufei, vendo-a voltar a algo que aconteceu meses atrás.

— Estudei o Min, Jungkook. Enfim, nós precisamos ir para o Norte se quisermos pegar a sua esposa. Mas sabemos que isso não será fácil. Há muitas bases militares coreanas espalhadas, e não podemos ter problemas com a polícia. Quando entrarmos no país, teremos que ser cautelosos.

— É o seguinte — tomei a palavra. — Vamos com quinhentos homens, todos armados e preparados para qualquer coisa. Certamente haverá tiroteio contra os militares, mas não precisamos nos preocupar com isso. Precisamos nos preocupar quando entrarmos no país. Eles sabem o quanto a Coreia do Norte é reservada e conservadora, e há policiais e militares por toda a cidade, e Min provavelmente tem aliados lá, seja da polícia ou outro mafioso.

Durante uma semana, nós treinaremos os seguranças mais ágeis que temos. É muito tempo, e até lá, sabemos que Jane pode até mesmo morrer. Vamos acreditar que isso não vai acontecer e que vamos conseguir resgatá-la sã e salva.

Coloquei minha pistola em cima da mesa e, por reflexo, levantei meu braço, pronto para dar as próximas ordens, já vendo os membros da minha equipe prontos para qualquer coisa.

— Namjoon, crie um sistema de segurança onde consigamos invadir o local com uma câmera ou algo do tipo. Tente descobrir túneis secretos no país, isso facilitará nosso trabalho, pois estamos falando de uma pré-guerra e não de uma brincadeira. TaeHoseokg e eu vamos treinar os seguranças, fazendo diversas simulações do que pode e não pode acontecer na prática. Hoseok e Areum, vocês cuidem das estratégias e das armas mais fortes e potentes que acharem. Precisamos de armas precisas e menores, muito peso pode nos atrapalhar em diversas coisas. - Virei-me para Raika, segurando sua pistola com detalhes de diamante e o R grafado. - E você, continue investigando Min e tente arranjar uma forma de distraí-lo. Faça algo útil para mim já que seus assuntos foram ao chão!

DANGER | Livro I • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora