𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖘𝖊𝖙𝖊

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Seul, Coreia do Sul - 10:04 a.m.
Jane

Acordei sentindo minha cabeça pulsar. Não conseguia levantar para ir ao banheiro, e isso era culpa daquele babaca da noite anterior!

Certo, meio por cento da dor de cabeça era dos goles de bebida quente que tomei na noite passada, mas a ideia de culpar ele inteiramente pela dor de cabeça é mais divertida e pragmática. Minha noite não foi perfeita por causa dele.

Me diz qual é o problema de uma mulher solteira vestir a roupa que quiser e dançar como quiser? Que diferença faz se tem gente olhando? Se tem gente soltando todo tipo de comentário? Cara, é só uma dança! Suspirei, tentando não pensar muito, e me sentei na cama com a mão na cabeça.

- Ah, porra. Ressaca do caralho! ― Gemia de frustração e acabei rindo quando levantei da cama e tropecei nos meus saltos jogados no tapete da noite anterior. A dor de cabeça era culpa das vinte taças de drink que tomei noite passada depois daquele idiota ter me deixado presa na área VIP.

Senti minha garganta formigar. Eu conhecia bem a sensação. Corri para o banheiro, abaixei-me sobre o vaso e vomitei tudo. Dei descarga e escovei os dentes, ainda sem coragem de me encarar no espelho.

Terminei e entrei no chuveiro. Não sabia de onde tirei coragem para tomar banho, mas pelo menos não era frio. Eu cheirava a bebida, ainda tinha vestígios de suor e tinha acabado de vomitar. Eram motivos suficientes para tomar um banho.

Depois vesti uma roupa confortável e desci até a cozinha. O próximo passo era pegar um remédio para dor de cabeça ou dor corporal, não me interessava qual. A cozinha estava vazia e a casa, bem silenciosa, o que me fez agradecer por um momento.

Comecei a fuçar as gavetas que tinham ali. Tenho certeza que uma delas era de remédios, como sempre é em toda casa. Acabei achando um remédio para dor de cabeça no balcão mesmo.

Tudo o que eu queria era poder voar no tempo, assim este ano passaria como um foguete e eu não teria tantas preocupações e dores de cabeça desnecessárias.

O que mais me doía nisso tudo era que eu simplesmente não podia contar com minha família.

Meus entes mais próximos se foram, enquanto meu pai sequer se importa comigo. Apesar de ser alguém que tenta não transparecer dor, sou alguém muito sensível e insegura. Sou alguém que se afeta fácil e que liga muito para as palavras. Alguém que pensa demais e eu odeio isso. Pensar demais leva a conclusões que talvez não sejam corretas, e você acaba se ferrando no final.

- De ressaca? ― Taehyung perguntou ao entrar na cozinha.

- Muita ― soltei um sorriso leve.

- Relaxa... É o seu primeiro porre?

- Não foi um porre! ― Claro que não foi! Ou foi?...

- Uma pena o Jeon ter te tirado da pista ontem, sua dança estava muito apreciável ― apesar de toda a bebida de ontem, Taehyung não parecia nem um pouco mal.

- Ele é um babaca ― retruquei, não querendo falar disso. Eu realmente não tinha paciência para tratar certos assuntos e esse claramente era um deles.
Depois de um tempo você se acostuma. É porque o temperamento dele sempre foi assim ― seu tom de voz mudou brevemente.

- Por que vocês são tão legais e ele tão chato?

- Ele costuma ser mais legal, só está bravo com a situação. Essa ideia de casamento também não foi boa para ele... Ele nunca teve essa pretensão e, principalmente, nunca passou pela cabeça dele viver algo assim. Mas aconteceu. Entende?

DANGER | Livro I • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora