Capítulo 12

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Quésia 🌺

Parei o carro na frente da escola e o Cauã me deu um beijo na bochecha, e pegou a mochila no banco de trás.

- seu vô vem te buscar – falei e ele assentiu – te amo – falei e ele abriu a porta.

- te amo mãe, até de noite – falou e saiu do carro fechando a porta.

Fiquei ali até ele entrar e parti pra faculdade, passei o caminho cantando e cheguei na faculdade um pouco atrasada então fui direto pro laboratório sem falar com ninguém, já estava todo mundo na sala menos o professor, me sentei em um lugar vago e dei um sorriso pras meninas do meu lado.

O professor entrou na sala dando bom dia e colocou as coisas dele em cima da mesa.

- hoje vamos trabalhar com anemias, vocês estavam vendo sobre esse assunto desde de semana passada, e hoje é dia de ver na prática – falou e pegou um cooler pequeno e abriu pegando um tubinho de sangue.

- aqui eu tenho uma amostra de sangue de um voluntario com anemia falciforme, vou passar de mesa em mesa e quero um resumo de tudo que vocês observarem- falou e começou a passar de mesa em mesa com um conta gota pingando o sangue nas laminas.

Ele passou por mim e pingou o sangue, coloque a outra lâmina por cima e vi o sangue espalhar e coloquei no suporte, olhei pela lente e vi as células em forma de foice e fui anotando tudo no caderno.

Todas as aulas do primeiro período acabaram e fomos liberados para o intervalo e logo a Val veio falar comigo.

- oi sumida – disse animada e dei um sorriso amarelo.

- oi Val, andei ocupada essa semana- falei mentindo, eu só evitei ela essa semana mesmo.

Ela fez o pedido dela e sentou na mesa comigo, ficamos conversando bobagens até meu celular começas a tocar e eu ver que é o numero desconhecido de novo.
- olha, não sei que fetiche é esse de ficar me ligando só pra ouvir minha voz, mas já ta ficando chato – falei sem paciência e ouvi só a respiração do outro lado como sempre.

- Rick, trouxe um pão de calabresa pra tu – ou uma voz masculina do outro lado e meu coração errou uma batida.

Em míseros segundos minha cabeça ficou a milhão, ele esta vivo, eu sabia!!

- Rickelme ? – perguntei sentindo minha voz embargar e a ligação foi desligada.

- amiga ? quem era? – a Val perguntou levantando e eu neguei com a cabeça.

- nada amiga, tenho que ir – falei me levantando e sai apressada até meu carro.

No meio do caminho esbarrei com o Carlos, mas não ouvi o que ele falou e continuei meu caminho, entrei no carro e segui o caminho até o morro no automático.

Quando cheguei nem parei, já fui entrando direto sem piscar o farol nem nada e só parei quando vi o fuzil apontado pra mim, a porta foi aberto com violência eu fui puxada pra fora e vi o GT chegando em uma moto.

- qual foi Quésia, ta louca de chegar assim ? – ele gritou, mas parou ao ver eu chorando mais que um bebe – o que aconteceu ? – perguntou e eu não consegui responder, a única coisa que saia da minha boca era soluço.

- ela minha moto pra minha goma – falou pra um dos caras que tava ali e me ajudou a entrar no carro pelo lado do passageiro e logo tomou o volante.

A minha cabeça chega estava doendo, ele esta vivo, esta vivo e nunca me procurou.

Esta vivo e me deixou sofrendo esses anos todos na ausência dele, como ele foi capaz ?
Por que ele simplesmente não voltou pra casa? Por que não voltou pra mim ?

Quando me dei conta eu estava sentada no sofá da sala da Thalita e ela e o GT me encarando e falando entre eles. Pisquei algumas vezes e ele me olharam, respirei fundo tentando parar com os soluços e o GT apareceu com um copo de agua e eu bebi tudo em um gole só.

- ta melhor amiga? – ela perguntou segurando minha mão e eu assenti – me fala o que aconteceu, você chegou aqui aos prantos e esta aqui a mais de 20 minutos chorando – falou preocupada.

- ele ta vivo amiga- falei ainda soluçando e ela me olhou espantada.

- ele quem ? – perguntou e eu revirei os olhos e encostei no sofá me afundando.

- o Rickelme amiga, ele ta vivo – falei e o Guto arregalou os olhos.

- que papo é esse? – ele perguntou e eu peguei meu celular e entrei nas chamadas.

- esse numero liga pra mim todos os dias, mas ninguém fala nada – mostrei todas as chamadas do numero desconhecido.

- e você atende ? – Tata perguntou e eu assenti.

- nunca soube o por que eu atendia, uma vez até cheguei a chamar por ele, mas eu achei que fosse um delírio meu - falei e eles me olhavam atentos – e hoje eu ouvi, ouvi uma voz chamar por ele e logo desligou – falei a porta abriu entrando a Karol e o Dudu.

- o que ta acontecendo ? – ela perguntou me olhando preocupada.

- Rickelme ta vivo – Thalita falou e os dois arregalaram os olhos.

- não sabemos se é ele mesmo – Guto falou.

- eu tenho certeza que é ele – falei limpando o resto das lagrimas.

Passamos o resto da tarde conversando sobre isso, e depois do almoço os meninos voltaram pra boca e acabei ligando para o laboratório falando que não estava me sendo bem e que não conseguiria ir, depois teria que compensar com muitas horas extras.

A Thalita me deu um calmante, já que a cada 5 minutos eu caia no choro novamente, e eu acabei pegando no sono.

Quando acordei já estava tarde, olhei ao redor e vi que eu tava no quarto de hospedes na casa da Tata, mandei mensagem pros meus pais avisando onde eu estava e que depois explicava tudo e levantei da cama. Fui até o banheiro, lavei meu rosto e fiz xixi e fui pra sala onde tava as meninas assistindo alguma coisa na tv.

- acordou meu bem? – Karol falou assim que me viu e eu sentei no sofá com elas.

- pedi pro Gustavo trazer uma pizza pra gente, daqui a pouco ele ta ai – Tata falou e eu assenti.

- minha cabeça parece que vai explodir – falei encostando a cabeça no sofá.

- vou pegar um remédio pra tu – Karol falou já se levantando e foi pra cozinha.

- como esta me afilhado? – perguntei pra Thalita passando a mão na barriga dela de 4 meses que nem parecia de gravida ainda.

- ele ta bem, essa semana vamos descobrir o sexo – falou animada e eu sorri.

- espero que seja menina, vou mimar muito – falei ainda sorrindo.

- eu também, ela vai andar toda no luxo – Karol falou me dando dois comprimidos e um copo de agua e eu bebi tudo e deixei copo na mesinha.

Os meninos chegaram logo com a pizza e assim que eu peguei o primeiro pedaço meu celular tocou, peguei e vi o 'numero desconhecido' brilhar na tela, as lagrimas voltaram com tudo e todo mundo parou de falar e me olharam atentos.

- Rick, eu sei que é você – falei assim que eu atendi e coloquei no viva-voz.

- sou eu minha indiazinha, eu to voltando pra tu – ele falou, a voz que eu nunca iria esquecer, a voz do amor da minha vida.

Meu celular descarregou, tentei ligar ele de novo e apareceu a bateria, levantei a cabeça olhando pra todo mundo e as meninas choravam igual a mim e os meninos estavam estáticos.

Agora minha certeza era concreta, meu amor esta vivo!

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+ 60 comentários 🔥🔥🔥

Próximo cap promete, comentem bastante.

Amo vcs ♥️

Louco Pra Voltar {2º Temp} [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora