Roberto 🩺
6 anos atrás.
- notícias ? - perguntei sentado no degrau da ambulância esperando o Theo voltar da conversa com o delegado.
- ele mandou esperar ele morrer e depois sumir com o corpo - ele falou se aproximando - deu 5 mil pra isso - falou jogando o bolo de dinheiro pra mim.
Contei certinho e peguei 2.500$ e dei o resto pra ele.
- vai pra casa ficar com a tua filha, eu cuido disso - falei e ele sorriu em resposta.
- tu é o melhor colega de trabalho carai - falou sorrindo animado e eu dei um sorriso pequeno em resposta.
Theo saiu andando pelo estacionamento e eu entrei na ambulância fechando a porta, eu sou paramédico e faço estágio no mesmo lugar já que estou no último ano de medicina. Olhei para aquele homem na minha frente e sentiriam coisa estranha dentro de mim.
Era normal o delegado Noronha pagar a mim e a o Theo para sumir com os corpos e como eu preciso muito da grana acabei aceitando nas primeiras vezes é isso foi virando um ciclo sem fim.
Desliguei o aparelho de oxigênio que estava ajudando ele a respirar e vi sua respiração parando ao poucos e ficar bem fraca, mas não foi como as outras vezes, dessa vez uma agonia insuportável me atingiu e eu voltei a ligar o aparelho.
Olhei para os ferimentos de bala dele que sangravam muito, não sei se conseguiria ajudar esse cara, muito menos se ele vai sobreviver.
Mas uma coisa dentro de mim implora para eu tentar.
Sai da ambulância olhando para os lados e dei de cara com um dos polícias da operação e ele tentou olhar para dentro da ambulância e eu fechei a porta.
- esse já foi ? - perguntou e eu assenti - se continuar assim vai longe em - falou batendo no meu ombro e eu forcei um sorriso.
- dessa vez vou ter que ir longe pra descartar o corpo - falei e ele tirou a carteira do bolso e pegou algumas notas de 100$ e 50$.
- usa pra gasolina - falou e saiu sem olhar pra trás.
Respirei fundo e subi na ambulância e fui a caminho do hospital, cheguei em menos de 10 minutos e tranquei a ambulância indo até o meu setor.
- oi gata- falei pra Jeniffer e ela revirou os olhos.
- sei bem que da fruta que eu gosto tu chupa até o caroço - falou e eu ri olhando ao redor pra ver se alguém tinha escutado.
Não que eu sinta vergonha de ser gay, mas desde pequeno eu vejo o quanto minha sociedade sofre e quantas porta são fechadas. Não tenho coragem suficiente pra enfrentar isso tudo.
- tem que parar com esse medo, isso não é motivo de vergonha - ela falou percebendo o que eu fiz.
- não é vergonha - falei e ela revirou os olhos, olhei no meu relógio de pulso e vi que não podia demorar muito aqui - preciso de mantimentos, acabou tudo do meu carro - falei e ela assentiu.
- me ajuda a pegar - falou dando as costas e eu fui atrás dela.
Entramos na sala onde os mantimentos das ambulâncias são guardado e eu peguei a caixa que usamos para levar tudo até a ambulância, ela foi passando pelos corredores e pegando tudo e colocando dentro da caixa.
- preciso ir no banheiro, se importa de terminar de ir pegando ?- perguntou e eu neguei e ela saiu.
Olhei o que tinha dentro da caixa e peguei mais alguns frascos de morfina, 10 frascos de midazolam e propofol. Peguei alguns kit de sutura e outros tipos de medicamentos pra dor, peguei mais kits para pequenas cirurgias.
Olhei ao redor por mais coisas que eu precisava e depois de pegar tudo levei pra ambulância, coloquei a caixa na parte da frente e tranquei de novo voltando lá.- pegou tudo?- ela perguntou e eu assenti.
- falta só o oxigênio, acho que já vou levar 2 - falei e ela riu.
- Sortudo do jeito que tu é melhor levar 3 de uma vez - falou e eu rimos.
Fiquei aliviado por ela não me questionar e ainda me ajudar, peguei os 3 cilindros e coloquei na ambulância.
- vou ter que resolver um problema pessoal aí, não volto hoje - falei e ela assentiu.
- vai se encontrar com alguém- perguntou divertida e eu revirei os olhos - você tem que sair do armário Beto, tu já tem a maior cara de Gay - falou rindo e eu dei um tapa na cabeça dela.
- tu tem nome e cara de puta e nem por isso eu te mando pra esquina - falei e ela fechou a cara me fazendo rir.
Sai rápido de lá, a estrada pra Adolfo, uma cidade bem no interior de São Paulo, onde uma tia minha mora.
Peguei o caminho pra estrada, depois de mais de uma hora de vigem parei no acostamento e peguei um dos sedativos.
A viagem vai ser longa, e não posso correr o risco de ele acordar, apliquei uma grande dose nele e voltei a estrada.Só espero que minha tia colabore com meu plano e de tudo certo!
«»§«»
Aeeee
Não precisam me matar mais kkkEspero que gostem, estou muito ansiosa pra esse livro. Tenho muitas surpresas para vocês ainda.
50 comentários e eu solto os personagens 🔥🔥🔥
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Louco Pra Voltar {2º Temp} [CONCLUÍDO]
General Fiction2º temporada de Não sou tão bom assim "Você é minha droga vicia Todo dia quero Me libertar aos poucos da melancolia Vivo no limite sempre Sei que você não entende O quanto é difícil viver dez anos a frente" A saudade é um sentimento que nunca vai e...