Capitulo 4

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Karol

- para -  falei sentindo ele beijar meu pescoço por trás.

- não sei por que quer ir embora agora, ta tarde poh – falou se jogando na cama e eu levantei procurando pelas minhas roupas.

- por que eu tenho minha casa – falei colocando meu vestido é minha calcinha.

-eu não vou te levar – falou achando que eu ia me importar.

- e eu te pedi pra me levar ?– perguntei erguendo a sobrancelha e ele bufou.

- vai ser assim então vai vim aqui quando quer, me usar e ir embora – falou em um tom de magoa.

- não podemos esquecer que foi você que quis assim – falei terminando de por meu tênis e sai do quarto dele.

- oi minha filha – Jo, a mãe dele falou me fazendo levar um susto.

- que susto tia – falei sorrindo e abracei ela.

- já ta indo ?– perguntou e eu assenti – acabei de fazer aquela lasanha de frango que você ama, fica pra jantar – ela falou e minha boca encheu de água.

- só por que a senhora pediu com jeitinho – falei fazendo graça e ela riu.

- vou chamar o Cadu no quarto e já volto.

Ela foi na direção que eu vim e eu fui pra cozinha, frequento tanto essa casa que já me sinto da família. Abri o armário dos pratos e comecei a por a mesa.

- achei que já tava em casa – ouvi a voz dele e me virei.

- sua mãe fez lasanha – falei e ele riu.

-e tu não podia perder uma né – falou e a tia apareceu atras dele dando um tapa na nuca dele e eu ri.

-não fala assim com ela que ela é visita – falou e eu abracei ela de lado.

-sou mesmo – falei dando um beijo na cabeça dela.

- visita na onde, essa dai vive mais aqui do que eu – ele falou se sentando na mesa e a gente acompanhou.

- fazer o que se ela gosta mais de mim – falei mostrando a língua.

A tia Jo fez meu prato fazendo o Dudu ficar mais puto e eu rir mais ainda. Passamos o resto do jantar conversando e rindo.
Isso me fez refletir caso a alguns anos tudo desse certo, será que seria isso todas as noites, e não só quando a carência batesse e ele ser o que ta mais perto pra me satisfazer. Pode soar errado, mas eu tentei, juro que tentei.

Mesmo sem ele querer me assumir pra todo mundo eu fiquei com ele, e depois de muita insistência ele assumir, mas querer viver a vida de solteiro dele, eu desisti. Não aguentei mais aquela vida, minha mãe apertava minha mente todos os dias, meu pai e meu irmão então nem se fala.

E mesmo com tudo isso eu fiquei com ele, e pra que pra ser taxada como a corna do morro, e como minha mãe criou uma mulher e não uma cachorra, eu larguei de mão e segui o baile.

Fiz meus cursos de confeiteira e com ajuda dos meus pais e meu irmão abri minha doceria aqui no morro mesmo. Sempre amei ajudar minha mãe com os bolos de pote que ela vendia, e decidi levar isso pra vida.

Estudei muito e hoje faço doces lindos, e graças a Deus dei muito orgulho aos meus pais. Vira e mexe eu faço parceria com a Tata e vendo alguns doces e lanches na tabacaria dela e to ganhando uma grana boa com isso.

- ta no mundo da lua é ?– ou vi o Dudu falar depois de dar um tapa na minha bunda.

- ta louco ?– perguntei fechando a torneira e ele riu.

- to aqui falandi com tu a mó tempão e tu ai lavando esses bagulho tudo no automático – falou e eu dei de ombros.

- pensando na vida – falei e ele pegou o pano de prato e começou a secar a louça.

- termina ai que eu vou te levar em casa – ele falou e eu revirei os olhos.

- já falei que não quero – falei lavando a assadeira e colocando no escorredor.

- tu não tem querer aqui não – falou ficando bravo.

- e você não manda em mim, não temos nada, e nem se tivéssemos. – falei já me estressando também.

- vou discutir com você não – falou e saiu da cozinha.

Terminei de secar tudo e fui pra sala onde a tia tava assistindo tv.

- ta tão tarde minha filha, falei que não precisava lavar a louça – ela falou levantando e vindo até mim.

- que nada tia, tinha que pagar pela janta – falei rindo, peguei o celular e olhei as horas – meia noite ainda tia, da pra ir de boa- falei ele negou.

- vou chamar o Cadu pra te levar – falou e foi em direção aos quartos.

Aproveitei pra sair sem ele me verem, tranquei o portão e depois joguei a chave pelo vão, comecei a descer o morro em direção a minha casa e uns minutos depois uma moto parou atravessada na minha frente.

- larga de marra barbie e sobe ai – ele falou e eu revirei os olhos.

Dei a volta continuei andando e ele veio de vagar no meu lado sem falar mais nada. Eu odeio quando ele me chama assim, me faz lembrar de tudo que passamos, faz meu corpo reagir a ele de um jeito que eu detesto e me faz lembrar o quanto eu amo ele.

Mas também me faz lembrar o quanto ele me machucou quando disse que não ia rolar mais nos dois e que era melhor cada um ir pro seu lado. Quando menos percebi eu já estava na porta da minha casa, uma casa pequena, mas muito aconchegante, é o que eu posso pagar com o lucro que eu tenho no momento, mas pelo menos é algo que posso chamar de meu.

Senti braços em volta de mim e seu cheiro, e mais uma vez acabei me entregando e abraçando ele de volta, deixei ele me levar pra dentro e pedi pra ele ficar comigo, claro que eu me arrependeria, mas dormir nos braços dele é tudo que eu preciso essa noite.

«»§«»

Se eu for esperar a meta bater não acabo isso nunca!

Louco Pra Voltar {2º Temp} [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora